Especialista esclarece dúvidas sobre a possibilidade de crianças serem veganas e destaca possíveis impactos desse estilo de vida à saúde
A escolha de uma dieta vegana ainda gera dúvidas e debates, principalmente quando se trata de crianças. Por se encontrarem em uma fase importante para o desenvolvimento físico e mental, surgem as questões: será que elas conseguirão manter esse estilo de vida? A dieta é realmente benéfica para a saúde? E, sobretudo, essa alimentação garantirá a energia e força que eles precisam?
Ou seja: crianças podem ser veganas?
Para contextualizar o assunto, é importante destacar que veganos são aqueles que não consomem produtos e/ou alimentos derivados de animais. Por isso, há quem ainda acredite que crianças não devem seguir esse tipo de dieta, porém, especialistas afirmam que, logo após o desmame, já é possível fazer esse tipo de introdução alimentar com os pequenos.
“É necessário um planejamento de acordo com as necessidades da idade e com a individualidade da criança. Se a dieta respeitar esses fatores e for realizada da maneira correta, a criança crescerá forte e saudável”, afirma Alice Coca, nutricionista do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”).
Para atingir melhores resultados nutricionais, deve-se manter uma variedade de alimentos à disposição da criança, além do monitoramento profissional em longo prazo. Outro ponto bastante importante é buscar entender a necessidade de suplementação, que pode mudar caso a caso.
Cuidados especiais
A nutricionista enfatiza que, embora a dieta vegana seja rica e diversificada, alguns nutrientes essenciais para o organismo humano são encontrados em maior quantidade, ou exclusivamente, em carnes. Esse é o caso da vitamina B12, que é de origem predominantemente animal.
“Além dessa vitamina, devemos considerar que nove aminoácidos essenciais, aqueles que o corpo não produz e precisam ser obtidos através da alimentação, estão presentes em 100% da proteína do ovo e em 90% da proteína da carne. Alcançar a ingestão diária recomendada desses nutrientes durante a infância pode se tornar um desafio, exigindo também suplementação nesse sentido. O ferro é outro nutriente que frequentemente requer um cuidado para além da alimentação”.
A nutricionista aconselha que antes de introduzir uma dieta vegana para os filhos, os pais adotem esse estilo de vida para si mesmos. Afinal, uma criança tende a seguir a alimentação familiar. “Em outras palavras, se a família não seguir uma dieta vegana, será difícil para a criança adotá-la somente porque os pais assim desejam”, enfatiza.
O veganismo
Apesar disso, o veganismo pode oferecer uma série de benefícios às crianças. Entre eles estão a redução do risco de doenças crônicas, um melhor controle do peso e a redução do consumo de alimentos ultraprocessados.
A dieta vegana também tende a ser rica em fibras, o que pode melhorar a saúde intestinal. Além disso, crianças que seguem esse movimento acabam desenvolvendo certa consciência ambiental, visto que a prática está diretamente ligada à sustentabilidade e ao respeito pela vida animal.
Crianças veganas e saudáveis
Para diversificar as opções de refeições e lanches veganos, existem alternativas deliciosas. “Algumas sugestões incluem sanduíche de tofu com um fio de azeite e orégano, feito com pão vegano, ou palitinhos de cenoura com húmus podem ser ótimas escolhas. Outros lanches incluem bolinhos de aveia e hambúrgueres à base de proteína texturizada de soja ou vegetais, acompanhados de talos e folhas verdes”, aponta a especialista.
Frutas frescas com iogurte de biomassa de banana verde também são boas opções e cheias de cor para o lanche da criançada. Quanto aos sucos naturais, é possível encontrar uma variedade de sabores. Beterraba com laranja e cenoura é uma das principais indicações da nutricionista.
Alimentos populares como leite, chocolate, iogurte e cereais podem ser substituídos por equivalentes. “O leite de vaca pode ser substituído por leites vegetais, como os de amêndoas, coco ou arroz; o chocolate tradicional; por opções de alfarroba, disponíveis em pó ou em gotas; e o iogurte, pelo ‘inhaminho’, um iogurte à base de inhame, ou ainda fazê-lo com biomassa de banana verde”, ressalta Alice.
Os famosos cereais industrializados podem dar lugar a aveia em flocos, quinoa ou chia, oferecendo ainda mais fibras e minerais. “De modo geral, incorporar pratos ricos em leguminosas, quinoa, tofu e proteína de soja na dieta da criança contribuirão para um consumo adequado de proteínas em diferentes horas do dia”.
Crianças podem ser veganas? Nutricionista responde
Especialista esclarece dúvidas sobre a possibilidade de crianças serem veganas e destaca possíveis impactos desse estilo de vida à saúde
A escolha de uma dieta vegana ainda gera dúvidas e debates, principalmente quando se trata de crianças. Por se encontrarem em uma fase importante para o desenvolvimento físico e mental, surgem as questões: será que elas conseguirão manter esse estilo de vida? A dieta é realmente benéfica para a saúde? E, sobretudo, essa alimentação garantirá a energia e força que eles precisam?
Ou seja: crianças podem ser veganas?
Para contextualizar o assunto, é importante destacar que veganos são aqueles que não consomem produtos e/ou alimentos derivados de animais. Por isso, há quem ainda acredite que crianças não devem seguir esse tipo de dieta, porém, especialistas afirmam que, logo após o desmame, já é possível fazer esse tipo de introdução alimentar com os pequenos.
“É necessário um planejamento de acordo com as necessidades da idade e com a individualidade da criança. Se a dieta respeitar esses fatores e for realizada da maneira correta, a criança crescerá forte e saudável”, afirma Alice Coca, nutricionista do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”).
Para atingir melhores resultados nutricionais, deve-se manter uma variedade de alimentos à disposição da criança, além do monitoramento profissional em longo prazo. Outro ponto bastante importante é buscar entender a necessidade de suplementação, que pode mudar caso a caso.
Cuidados especiais
A nutricionista enfatiza que, embora a dieta vegana seja rica e diversificada, alguns nutrientes essenciais para o organismo humano são encontrados em maior quantidade, ou exclusivamente, em carnes. Esse é o caso da vitamina B12, que é de origem predominantemente animal.
“Além dessa vitamina, devemos considerar que nove aminoácidos essenciais, aqueles que o corpo não produz e precisam ser obtidos através da alimentação, estão presentes em 100% da proteína do ovo e em 90% da proteína da carne. Alcançar a ingestão diária recomendada desses nutrientes durante a infância pode se tornar um desafio, exigindo também suplementação nesse sentido. O ferro é outro nutriente que frequentemente requer um cuidado para além da alimentação”.
A nutricionista aconselha que antes de introduzir uma dieta vegana para os filhos, os pais adotem esse estilo de vida para si mesmos. Afinal, uma criança tende a seguir a alimentação familiar. “Em outras palavras, se a família não seguir uma dieta vegana, será difícil para a criança adotá-la somente porque os pais assim desejam”, enfatiza.
O veganismo
Apesar disso, o veganismo pode oferecer uma série de benefícios às crianças. Entre eles estão a redução do risco de doenças crônicas, um melhor controle do peso e a redução do consumo de alimentos ultraprocessados.
A dieta vegana também tende a ser rica em fibras, o que pode melhorar a saúde intestinal. Além disso, crianças que seguem esse movimento acabam desenvolvendo certa consciência ambiental, visto que a prática está diretamente ligada à sustentabilidade e ao respeito pela vida animal.
Crianças veganas e saudáveis
Para diversificar as opções de refeições e lanches veganos, existem alternativas deliciosas. “Algumas sugestões incluem sanduíche de tofu com um fio de azeite e orégano, feito com pão vegano, ou palitinhos de cenoura com húmus podem ser ótimas escolhas. Outros lanches incluem bolinhos de aveia e hambúrgueres à base de proteína texturizada de soja ou vegetais, acompanhados de talos e folhas verdes”, aponta a especialista.
Frutas frescas com iogurte de biomassa de banana verde também são boas opções e cheias de cor para o lanche da criançada. Quanto aos sucos naturais, é possível encontrar uma variedade de sabores. Beterraba com laranja e cenoura é uma das principais indicações da nutricionista.
Alimentos populares como leite, chocolate, iogurte e cereais podem ser substituídos por equivalentes. “O leite de vaca pode ser substituído por leites vegetais, como os de amêndoas, coco ou arroz; o chocolate tradicional; por opções de alfarroba, disponíveis em pó ou em gotas; e o iogurte, pelo ‘inhaminho’, um iogurte à base de inhame, ou ainda fazê-lo com biomassa de banana verde”, ressalta Alice.
Os famosos cereais industrializados podem dar lugar a aveia em flocos, quinoa ou chia, oferecendo ainda mais fibras e minerais. “De modo geral, incorporar pratos ricos em leguminosas, quinoa, tofu e proteína de soja na dieta da criança contribuirão para um consumo adequado de proteínas em diferentes horas do dia”.
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