A neurociência busca explicar como o sono afeta o desenvolvimento, o aprendizado e o comportamento infantil
Por Camila Bugliani*
Antigamente, as consultorias de sono infantil seguiam um roteiro quase padrão: horários fixos de sono e vigília, deixar bebês chorando para aprenderem a dormir sozinhos, desconsiderar o emocional materno e a individualidade de cronotipos. Inclusive, era comum ouvir frases como “o bebê precisa dormir no claro para entender a diferença do que é dia e do que é noite”; “deixar o bebê ensina ele a dormir à noite toda”; “se dormir muito de dia, não dormirá à noite”.
Entretanto, estudos atuais do sono infantil, a partir da neurociência estão desmistificando essas crenças a fim de garantir melhor qualidade de sono aos bebês. Tais pesquisas mostram, por exemplo, que o ritmo de sono deles, principalmente no primeiro ano de vida, tende a sofrer diversas alterações, o que demanda, em cada uma das fases, diferentes necessidades de tempo de sono e vigília. Assim, ao entender melhor esses mecanismos, podemos criar estratégias mais eficazes para promover uma melhor qualidade de sono, identificando e respeitando a tendência de cronotipo da criança.
Outras descobertas da neurociência são:
Efeitos da exposição ao estresse e ansiedade: estudos neurocientíficos destacam como o estresse e a ansiedade materna podem influenciar a qualidade do sono do bebê. Isso levou ao desenvolvimento de técnicas que olham para o bem-estar emocional da mãe, levando em consideração todas as vivências que esse bebê teve desde a sua gestação.
A importância da estabilidade e da previsibilidade: a neurociência mostra que a existência desses dois fatores ajuda a regular o sistema nervoso do bebê. Isso significa que estabelecer uma rotina de sono consistente, com horários regulares (e não fixos) para dormir e acordar, contribui para o desenvolvimento de padrões de sono mais saudáveis e estáveis com equilíbrio de estímulos recebidos ao longo do dia.
Dessa forma, a neurociência pode fornecer insights valiosos sobre como melhorar a qualidade do sono infantil e, consequentemente, otimizar o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo das crianças, evitando o comprometimento do desenvolvimento cerebral, problemas no sistema imunológico, alterações intensas de humor e comportamento, e riscos de transtornos futuros.
Nesse cenário, a consultoria ganha novos contornos, realizada com conhecimento de cronotipos (permitindo avaliação individualizada); rotina com previsibilidade e janelas de sono regulares; consideração pelo desenvolvimento neurológico de acordo com a idade e as habilidades adquiridas; avaliação do emocional materno, gestação e familiar; autonomia do sono com técnicas que apoiam o desenvolvimento e a autorregulação emocional.
* Camila Bugliani (@camila.bugliani) é especialista em neurociência do sono infantil
Um novo olhar para o sono infantil
A neurociência busca explicar como o sono afeta o desenvolvimento, o aprendizado e o comportamento infantil
Por Camila Bugliani*
Antigamente, as consultorias de sono infantil seguiam um roteiro quase padrão: horários fixos de sono e vigília, deixar bebês chorando para aprenderem a dormir sozinhos, desconsiderar o emocional materno e a individualidade de cronotipos. Inclusive, era comum ouvir frases como “o bebê precisa dormir no claro para entender a diferença do que é dia e do que é noite”; “deixar o bebê ensina ele a dormir à noite toda”; “se dormir muito de dia, não dormirá à noite”.
Entretanto, estudos atuais do sono infantil, a partir da neurociência estão desmistificando essas crenças a fim de garantir melhor qualidade de sono aos bebês. Tais pesquisas mostram, por exemplo, que o ritmo de sono deles, principalmente no primeiro ano de vida, tende a sofrer diversas alterações, o que demanda, em cada uma das fases, diferentes necessidades de tempo de sono e vigília. Assim, ao entender melhor esses mecanismos, podemos criar estratégias mais eficazes para promover uma melhor qualidade de sono, identificando e respeitando a tendência de cronotipo da criança.
Outras descobertas da neurociência são:
Dessa forma, a neurociência pode fornecer insights valiosos sobre como melhorar a qualidade do sono infantil e, consequentemente, otimizar o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo das crianças, evitando o comprometimento do desenvolvimento cerebral, problemas no sistema imunológico, alterações intensas de humor e comportamento, e riscos de transtornos futuros.
Nesse cenário, a consultoria ganha novos contornos, realizada com conhecimento de cronotipos (permitindo avaliação individualizada); rotina com previsibilidade e janelas de sono regulares; consideração pelo desenvolvimento neurológico de acordo com a idade e as habilidades adquiridas; avaliação do emocional materno, gestação e familiar; autonomia do sono com técnicas que apoiam o desenvolvimento e a autorregulação emocional.
* Camila Bugliani (@camila.bugliani) é especialista em neurociência do sono infantil
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