Se nós, mulheres, sempre corremos por tantas causas, como liberdade, igualdade e força, talvez agora seja hora de corrermos também por eles
Por Marina Kocourek*
Durante todos esses anos à frente da 220Volts, meu propósito sempre foi o de levar mulheres a correr pelo mundo para além do “se desafiar”, mas para propor liberdade, amizade, autoconhecimento e movimento. Sempre acreditei que, quando uma mulher corre, ela se encontra e, ao mesmo tempo, inspira outras a fazerem o mesmo.
Ana Claudia Scardoeli
Este ano, pela 1º vez, aceitei um convite diferente. Intermediado por Ana Cláudia Scardoeli, organizamos uma corrida com uma causa que, até então, nunca tinha feito parte da minha rotina: o autocuidado masculino.
A Go Blue Run nasceu para apoiar o Novembro Azul, campanha voltada à prevenção do câncer de próstata e à conscientização da saúde do homem. E eu confesso que dizer “sim” a esse projeto foi também, pra mim, um gesto de aprendizado.
Sempre trabalhei com mulheres e organizei eventos do Outubro Rosa e de ações de prevenção e iniciativas de acolhimento feminino. Mas mergulhar nessa causa me fez enxergar o quanto a saúde é uma responsabilidade coletiva.
Os homens que amamos, sejam pais, irmãos, amigos ou parceiros, muitas vezes não se cuidam e acabam deixando a prevenção para depois. Foi por isso que essa corrida fez tanto sentido: porque falar de autocuidado é falar de amor.
Para entender melhor essa resistência masculina e a importância de unir movimento e prevenção, conversei com o Dr. Luís César Zaccaro, urologista e idealizador da Go Blue Run.
O que levou você a criar esse evento?
Dr. Luís César Zaccaro: A ideia nasceu do desejo de transformar a campanha do Novembro Azul em algo mais vivo e participativo. Como urologista, percebo que ainda existe resistência quando o assunto é saúde do homem e que, muitas vezes, o medo e o preconceito afastam os homens dos consultórios.
Dr. Luís César Zaccaro
A corrida e a caminhada são uma forma de unir prevenção e movimento, aproximando a população de uma causa que vai muito além do câncer de próstata: trata-se de cuidar da própria vida com consciência e atitude.
Por que os homens não se cuidam e postergam exames e consultas?
L: Culturalmente, os homens foram ensinados a não demonstrar vulnerabilidade. Existe a falsa ideia de que “quem se sente bem não precisa ir ao médico”, e isso leva muitos a buscarem ajuda só quando o problema já está avançado. Além disso, há tabus em torno do exame de toque e uma desinformação que precisa ser combatida com empatia e informação clara.
A Go Blue Run também tem esse papel: quebrar barreiras, normalizar o autocuidado e mostrar que prevenir é um gesto de força, não de fraqueza.
Qual a importância do exercício físico e dos exames de rotina na prevenção do câncer de próstata?
L: A atividade física regular é uma das ferramentas mais eficazes na prevenção de várias doenças, incluindo o câncer de próstata. O exercício ajuda a controlar o peso, melhora a imunidade, reduz inflamação sistêmica e equilibra hormônios – todos fatores ligados ao risco oncológico.
Mas a prevenção completa envolve também o acompanhamento médico periódico: o PSA e o toque retal continuam sendo os pilares para o diagnóstico precoce. Quando identificamos a doença no início, as chances de cura são altíssimas. Ou seja: o movimento e a vigilância médica caminham juntos para preservar a saúde do homem.
O que é mais relevante para o homem ter uma longevidade saudável?
L: Mais que viver muito, é fundamental viver bem. Para isso, o homem precisa adotar uma rotina equilibrada, com alimentação saudável, sono adequado, prática regular de exercícios, controle do estresse, moderação no álcool e abandono do cigarro. Mas nada substitui o acompanhamento médico regular; é o que permite detectar doenças silenciosas e tratá-las a tempo.
“A longevidade saudável nasce de pequenas escolhas diárias e o Novembro Azul é um convite para que cada homem assuma o protagonismo da própria saúde”
– Dr. Luís César Zaccaro, urologista
O que as mulheres podem fazer para incentivar os homens a se cuidarem?
L: A melhor forma de incentivar é com diálogo honesto, carinho e informação – sem julgamento. Mostrar preocupação genuína, marcar consultas junto com eles, compartilhar experiências positivas e reforçar que procurar o médico não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade. Muitas vezes, uma simples conversa em casa é o que desperta o homem para atitudes que podem salvar vidas.
Prevenir também é um ato de amor
A corrida foi linda. Azul, simbólica e cheia de significado. Eu fiquei pensando, que nós, mulheres, sempre corremos por tantas causas, como liberdade, igualdade, força… talvez agora seja hora de corrermos também por eles.
Tudo isso porque prevenir é um ato de amor e cuidar da vida, seja a nossa, seja a de quem amamos, é a maior vitória que se pode conquistar!
* Marina Kocourek é atleta e empresária no comando da 220Volts, uma agência de viagens que busca levar grupos de mulheres para correr em diferentes lugares do mundo.
Juntos pelo pace que cuida
Se nós, mulheres, sempre corremos por tantas causas, como liberdade, igualdade e força, talvez agora seja hora de corrermos também por eles
Por Marina Kocourek*
Durante todos esses anos à frente da 220Volts, meu propósito sempre foi o de levar mulheres a correr pelo mundo para além do “se desafiar”, mas para propor liberdade, amizade, autoconhecimento e movimento. Sempre acreditei que, quando uma mulher corre, ela se encontra e, ao mesmo tempo, inspira outras a fazerem o mesmo.
Este ano, pela 1º vez, aceitei um convite diferente. Intermediado por Ana Cláudia Scardoeli, organizamos uma corrida com uma causa que, até então, nunca tinha feito parte da minha rotina: o autocuidado masculino.
A Go Blue Run nasceu para apoiar o Novembro Azul, campanha voltada à prevenção do câncer de próstata e à conscientização da saúde do homem. E eu confesso que dizer “sim” a esse projeto foi também, pra mim, um gesto de aprendizado.
Sempre trabalhei com mulheres e organizei eventos do Outubro Rosa e de ações de prevenção e iniciativas de acolhimento feminino. Mas mergulhar nessa causa me fez enxergar o quanto a saúde é uma responsabilidade coletiva.
Os homens que amamos, sejam pais, irmãos, amigos ou parceiros, muitas vezes não se cuidam e acabam deixando a prevenção para depois. Foi por isso que essa corrida fez tanto sentido: porque falar de autocuidado é falar de amor.
Para entender melhor essa resistência masculina e a importância de unir movimento e prevenção, conversei com o Dr. Luís César Zaccaro, urologista e idealizador da Go Blue Run.
O que levou você a criar esse evento?
Dr. Luís César Zaccaro: A ideia nasceu do desejo de transformar a campanha do Novembro Azul em algo mais vivo e participativo. Como urologista, percebo que ainda existe resistência quando o assunto é saúde do homem e que, muitas vezes, o medo e o preconceito afastam os homens dos consultórios.
A corrida e a caminhada são uma forma de unir prevenção e movimento, aproximando a população de uma causa que vai muito além do câncer de próstata: trata-se de cuidar da própria vida com consciência e atitude.
Por que os homens não se cuidam e postergam exames e consultas?
L: Culturalmente, os homens foram ensinados a não demonstrar vulnerabilidade. Existe a falsa ideia de que “quem se sente bem não precisa ir ao médico”, e isso leva muitos a buscarem ajuda só quando o problema já está avançado. Além disso, há tabus em torno do exame de toque e uma desinformação que precisa ser combatida com empatia e informação clara.
A Go Blue Run também tem esse papel: quebrar barreiras, normalizar o autocuidado e mostrar que prevenir é um gesto de força, não de fraqueza.
Qual a importância do exercício físico e dos exames de rotina na prevenção do câncer de próstata?
L: A atividade física regular é uma das ferramentas mais eficazes na prevenção de várias doenças, incluindo o câncer de próstata. O exercício ajuda a controlar o peso, melhora a imunidade, reduz inflamação sistêmica e equilibra hormônios – todos fatores ligados ao risco oncológico.
Mas a prevenção completa envolve também o acompanhamento médico periódico: o PSA e o toque retal continuam sendo os pilares para o diagnóstico precoce. Quando identificamos a doença no início, as chances de cura são altíssimas. Ou seja: o movimento e a vigilância médica caminham juntos para preservar a saúde do homem.
O que é mais relevante para o homem ter uma longevidade saudável?
L: Mais que viver muito, é fundamental viver bem. Para isso, o homem precisa adotar uma rotina equilibrada, com alimentação saudável, sono adequado, prática regular de exercícios, controle do estresse, moderação no álcool e abandono do cigarro. Mas nada substitui o acompanhamento médico regular; é o que permite detectar doenças silenciosas e tratá-las a tempo.
O que as mulheres podem fazer para incentivar os homens a se cuidarem?
L: A melhor forma de incentivar é com diálogo honesto, carinho e informação – sem julgamento. Mostrar preocupação genuína, marcar consultas junto com eles, compartilhar experiências positivas e reforçar que procurar o médico não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade. Muitas vezes, uma simples conversa em casa é o que desperta o homem para atitudes que podem salvar vidas.
Prevenir também é um ato de amor
A corrida foi linda. Azul, simbólica e cheia de significado. Eu fiquei pensando, que nós, mulheres, sempre corremos por tantas causas, como liberdade, igualdade, força… talvez agora seja hora de corrermos também por eles.
Tudo isso porque prevenir é um ato de amor e cuidar da vida, seja a nossa, seja a de quem amamos, é a maior vitória que se pode conquistar!
* Marina Kocourek é atleta e empresária no comando da 220Volts, uma agência de viagens que busca levar grupos de mulheres para correr em diferentes lugares do mundo.
Leia também
Cresce a busca por maquiadores profissionais, afirma influenciadora de beleza
Devido ao longo período sem sair de casa na pandemia, a maquiadora …
Terapias estéticas promovem rejuvenescimento mais natural
O futuro da beleza está nas terapias regenerativas A medicina estética avança …
Entre o vento e a onda, encontramos o sentido da jornada
Se fixarmos o olhar somente no futuro, corremos o risco de atravessar …
O desafio de recomeçar os exercícios físicos
Talvez o segredo esteja em ressignificar as pausas. Elas não são fracassos, …