A jornada profissional de Mario Bodnar, fundador da CRIATIVIVENDAS

Dessa vez, entrevistei o fundador da CRIATIVIVENDAS para entender, em detalhes, os diferentes cenários enfrentados por um empreendedor

Mario Bodnar é comunicador, mentor e empreendedor apaixonado por educação, vendas e desenvolvimento de pessoas. É também a mente por trás da CRIATIVIVENDAS, uma referência nacional em implantação comercial e treinamentos personalizados, e da MB, braço de mentoria focado em sellers de e-commerce.

Em mais de 10 anos de jornada, já ajudou empresas a transformarem operações em crescimento, líderes em multiplicadores e cultura em resultado. Hoje, ensina o que vive e vive o que ensina. E é essa dinâmica que contamos na entrevista a seguir:

1. Em sua trajetória, qual foi o obstáculo que quase o fez desistir e como essa experiência o transformou?

Meu maior obstáculo foi o início da jornada como consultor independente. Quando deixei a segurança da CLT para fundar a CRIATIVIVENDAS – na época, só “Mario Bodnar Consultoria” –, o medo era real. Eu era uma equipe de um, com boleto vencendo e o ego gritando “será que você dará conta?”. Teve mês que não sabia se pagava o aluguel ou o marketing. Mas percebi que a criatividade é o maior diferencial competitivo, mesmo em cenários hostis. Descobri que método, escuta ativa e consistência valem mais que barulho.

2. E quando você encontrou oportunidade para inovar ou reinventar um negócio?

Durante a pandemia, uma grande rede de calçados masculinos tinha criado um método de atendimento presencial, mas o mundo virou digital da noite para o dia. Entao, peguei minha bagagem de Google Sheets, gamificação e storytelling e transformei o método inteiro em um game online, ao vivo, via Zoom, com times de vendedores competindo em desafios reais. Em um mês, treinamos o Brasil inteiro. A rede conseguiu espalhar o novo método para toda a operação nacional, mantendo o time engajado e ativo. O projeto virou case de destaque na mídia especializada em educação corporativa, citado como uma das execuções mais eficazes do país durante a pandemia.

3. Quais estratégias ou práticas você adotou para cultivar a resiliência e transformar falhas em aprendizados que impulsionaram sua evolução?

Resiliência, para mim, é músculo treinável. E meu treino diário se baseia em três coisas: Reflexão intencional (todo erro é documentado, não para remoer, mas para modelar); Kaizen na veia (filosofia japonesa que adotei: “Hoje melhor que ontem, amanhã melhor que hoje”); e conexão com mentores e pares, que me ajudam a ver além do meu ponto cego. Aliás, uma frase que carrego do Mandela resume bem: “Eu nunca perco. Ou eu ganho, ou eu aprendo”.

4. Qual foi a maior reviravolta na sua jornada empreendedora e como você lidou com a incerteza nesse momento?

A virada de chave foi quando entendi que vender treinamento não é vender aula; é vender transformação com método e cultura. Vi isso ao comparar duas lojas que treinei: uma decolou, a outra empacou. Mesmo conteúdo, resultados opostos. Descobri que o fator determinante era a liderança local. Assim, ensinar líderes virou o core da operação. Nasceu aí a CRIATIVIVENDAS. De lá para cá, já formamos líderes em empresas como Centauro, Adidas, Claro, Giraffas, Hapvida, Tecnoart Engenharia, Usee Brasil. A incerteza virou convicção.

5. Existe algum erro que, olhando para trás, você percebe que foi essencial?

No início, tentei agradar todo tipo de cliente, achando que isso era “ser flexível”. O resultado foi projetos desalinhados, noites mal dormidas e uma sensação constante de sempre entregar “pela metade”. Esse erro foi essencial. Me ensinou a posicionar com clareza quem eu ajudo e, principalmente, quem eu não ajudo. Hoje, foco em pequenas e médias empresas que valorizam método, cultura e liderança como alavancas de resultado. Aprendi que escolher o cliente certo não é excluir oportunidades, é proteger sua energia, reputação e modelo de entrega.

6. Como você equilibra a necessidade de inovar e se adaptar com manter o negócio sustentável?

Trato inovação como projeto, não como improviso. Temos rotinas internas na CRIATIVIVENDAS com slots para testar ideias com clientes reais em pequena escala, medir impacto e, se funcionar, escalar. Isso evita aquela ansiedade do “vamos mudar tudo” sem critério. E claro: nunca abandono o que está funcionando só porque é velho. O novo só entra se gerar mais resultado que o atual.

7. Qual foi o maior mito sobre empreendedorismo que você desmistificou?

“Empreender é fazer o que você ama”. Mentira.  Empreender é fazer o que precisa ser feito e aprender a amar o processo, não só a ideia. Amar resolver problema, fazer propostas, cobrar boleto, montar planilha. E, às vezes, até ouvir “não” e voltar melhor.

8. Se pudesse dar um conselho para você mesmo no início da sua trajetória, o que diria?

Mário, aprenda a ouvir mais rápido e errar mais barato.  Ah, e “não troque energia por vaidade”. Likes não pagam boletos. Cases sim. Você não precisa parecer inteligente, precisa gerar resultado. E se for com leveza, humor e propósito, melhor ainda.

Quer conhecer mais sobre como a CRIATIVIVENDAS aplica IA e treinamento para transformar times de atendimento e vendas? Acesse www.criativivendas.com.br

* Miguel El Debs, sócio do Grupo ZK, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte e Head do LIDE Empreendedor | Ribeirão Preto