“A indústria deverá se reinventar mais uma vez para tirar o espectador de casa”, afirma especialista
As plataformas de streaming chegaram para ficar. A cada ano, novos serviços são disponibilizados e a pandemia, que forçou a população a permanecer em casa por meses, acelerou este processo. Para muitos, essas plataformas passarão a ser, cada vez mais, uma ameaça para o cinema.
Mas será que o crescimento do streaming coloca em risco as tradicionais salas de cinema? Para Belisa Figueiró, professora do Centro Universitário Barão de Mauá, mestre em Imagem e Som pela UFSCar e doutoranda na mesma universidade, não. “É muito precipitado afirmar que o streaming vencerá essa guerra e que as salas de cinema serão extintas”, afirma.
Belisa explica que durante a história o cinema sofreu uma série de impactos que sacudiram a indústria, “mas isso não significou a sua extinção”. Exemplo disso foi o período em que a televisão e o videocassete provocaram o fechamento de milhares de salas pelo mundo, mas poucos anos depois elas retornaram.
“A experiência de ver um filme na tela grande, com equipamentos inovadores, compartilhando o espaço com desconhecidos, não vai acabar. Mas certamente vai se modificar mais uma vez”, destaca.
Streaming X Cinema
O streaming proporciona aos clientes acesso aos mais variados filmes, novos ou antigos. Além de possibilitar que o assinante assista filmes e séries onde e quando quiser, principalmente no conforto do seu lar. Sem contar o lado financeiro, outro atrativo das plataformas de streaming, que oferecem um preço relativamente barato.
Mas, para Belisa, é bastante evidente o cansaço do público após dois anos de pandemia e há um desejo de voltar às salas e a outras atividades culturais que exigem um contato externo. “Haverá uma competição ainda mais acirrada pela atenção desse público entre os cinemas, os museus, os shows, os restaurantes, as viagens e etc.”, ressalta.
“Para trazer novamente uma grande quantidade de espectadores para os cinemas, será necessário apresentar uma nova experiência, apostar em filmes com potencial de público em um primeiro momento, além de muita segurança com relação à saúde pública”, sugere Belisa.
Lançamentos híbridos dos filmes
Com a pandemia no auge e cinemas fechados, muitas produtoras lançaram seus filmes exclusivamente no streaming. Já com as salas reabertas, a estratégia permaneceu. Em alguns casos, um modelo híbrido de lançamento, com estreias simultâneas no cinema e no streaming, se tornou uma boa opção.
“Para o produtor de um filme, quanto mais janelas de exibição ele conseguir emplacar o produto, maiores serão as suas receitas e, com isso, ele poderá produzir novos filmes. Nesse sentido, começar a exibição pela sala de cinema é algo que deveria permanecer, pois isso gera uma estratégia de marketing que vai alcançar o público, a crítica e novas vendas desse filme para outros veículos”, explica Belisa.
A especialista vê uma nova movimentação na área. Segundo ela, os filmes deverão permanecer menos tempo nas salas, depois seguir para o streaming ou TV paga, e por último para a TV aberta. “Para filmes que têm o potencial de grande público, não vale a pena lançar primeiro no streaming, pois isso significaria perder uma quantidade significativa de vendas de ingressos e o burburinho entre os espectadores.”
Sucessos recentes do cinema nacional, “Marighella”, de Wagner Moura, e “Eduardo e Mônica”, de René Sampaio, esperaram a volta dos cinemas para serem lançados. O resultado foi positivo. Enquanto o filme de Moura atingiu 70 mil espectadores em um final de semana, o de Sampaio bateu a marca de 85 mil ingressos vendidos no mesmo período. “Isso comprova que o diretor estava certo em esperar e lançar o filme no cinema, e não no streaming, e que o público estava ansioso para voltar às salas.”
O futuro do cinema com o fortalecimento do streaming
“A indústria deverá se reinventar mais uma vez para tirar o espectador de casa”, afirma especialista
As plataformas de streaming chegaram para ficar. A cada ano, novos serviços são disponibilizados e a pandemia, que forçou a população a permanecer em casa por meses, acelerou este processo. Para muitos, essas plataformas passarão a ser, cada vez mais, uma ameaça para o cinema.
Mas será que o crescimento do streaming coloca em risco as tradicionais salas de cinema? Para Belisa Figueiró, professora do Centro Universitário Barão de Mauá, mestre em Imagem e Som pela UFSCar e doutoranda na mesma universidade, não. “É muito precipitado afirmar que o streaming vencerá essa guerra e que as salas de cinema serão extintas”, afirma.
Belisa explica que durante a história o cinema sofreu uma série de impactos que sacudiram a indústria, “mas isso não significou a sua extinção”. Exemplo disso foi o período em que a televisão e o videocassete provocaram o fechamento de milhares de salas pelo mundo, mas poucos anos depois elas retornaram.
“A experiência de ver um filme na tela grande, com equipamentos inovadores, compartilhando o espaço com desconhecidos, não vai acabar. Mas certamente vai se modificar mais uma vez”, destaca.
Streaming X Cinema
O streaming proporciona aos clientes acesso aos mais variados filmes, novos ou antigos. Além de possibilitar que o assinante assista filmes e séries onde e quando quiser, principalmente no conforto do seu lar. Sem contar o lado financeiro, outro atrativo das plataformas de streaming, que oferecem um preço relativamente barato.
Mas, para Belisa, é bastante evidente o cansaço do público após dois anos de pandemia e há um desejo de voltar às salas e a outras atividades culturais que exigem um contato externo. “Haverá uma competição ainda mais acirrada pela atenção desse público entre os cinemas, os museus, os shows, os restaurantes, as viagens e etc.”, ressalta.
“Para trazer novamente uma grande quantidade de espectadores para os cinemas, será necessário apresentar uma nova experiência, apostar em filmes com potencial de público em um primeiro momento, além de muita segurança com relação à saúde pública”, sugere Belisa.
Lançamentos híbridos dos filmes
Com a pandemia no auge e cinemas fechados, muitas produtoras lançaram seus filmes exclusivamente no streaming. Já com as salas reabertas, a estratégia permaneceu. Em alguns casos, um modelo híbrido de lançamento, com estreias simultâneas no cinema e no streaming, se tornou uma boa opção.
“Para o produtor de um filme, quanto mais janelas de exibição ele conseguir emplacar o produto, maiores serão as suas receitas e, com isso, ele poderá produzir novos filmes. Nesse sentido, começar a exibição pela sala de cinema é algo que deveria permanecer, pois isso gera uma estratégia de marketing que vai alcançar o público, a crítica e novas vendas desse filme para outros veículos”, explica Belisa.
A especialista vê uma nova movimentação na área. Segundo ela, os filmes deverão permanecer menos tempo nas salas, depois seguir para o streaming ou TV paga, e por último para a TV aberta. “Para filmes que têm o potencial de grande público, não vale a pena lançar primeiro no streaming, pois isso significaria perder uma quantidade significativa de vendas de ingressos e o burburinho entre os espectadores.”
Sucessos recentes do cinema nacional, “Marighella”, de Wagner Moura, e “Eduardo e Mônica”, de René Sampaio, esperaram a volta dos cinemas para serem lançados. O resultado foi positivo. Enquanto o filme de Moura atingiu 70 mil espectadores em um final de semana, o de Sampaio bateu a marca de 85 mil ingressos vendidos no mesmo período. “Isso comprova que o diretor estava certo em esperar e lançar o filme no cinema, e não no streaming, e que o público estava ansioso para voltar às salas.”
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