Novos modelos prometem zero ruído e emissão de gases poluentes ao transitar pelas cidades
A mudança dos veículos à combustão para os elétricos é uma tendência mundial de mobilidade urbana, movida pela necessidade de um modal mais limpo. No Brasil, a maior parte das emissões de gases poluentes, como o dióxido de carbono (CO2), principal responsável pelo aquecimento global e problemas climáticos, vem da derrubada de florestas e do uso do solo para pecuária e agricultura. Na sequência, está a queima de combustíveis fósseis pelos transportes e o setor de geração de energia.
Nesse sentido, os veículos elétricos, incluindo carros e frotas de ônibus, se apresentam como uma alternativa mais limpa e com diversas vantagens. Movido a uma bateria recarregável, o motor elétrico não produz ruído, cheiro ou poluentes. Ele pode ser elétrico puro ou híbrido, ou seja, usar só eletricidade ou ainda demandar um pouco de combustível – mas mesmo esses emitem 25% menos gases do que os carros comuns.
De acordo com Ricardo Guggisberg, atual presidente do Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável (IBMS) e especialista em eletromobilidade, a diferença entre os dois modais é a tecnologia. “O motor elétrico é mais avançado que o de combustão e exige menos manutenção, já que utiliza de 500 a 700 peças a menos”, aponta.
Expansão mundial
Guggisberg revela ainda que já existem mais de 25 milhões de carros elétricos no mundo, sendo que a tendência em 2022 é que esse número cresça em 8 milhões. “É uma opção que está ganhando cada vez mais adesão em outros países”, destaca.
China, Europa e Estados Unidos lideram o mercado de eletrificados, enquanto os biocombustíveis, segundo o especialista, ainda devem liderar a preferência dos consumidores brasileiros nos próximos anos. Mesmo assim, os elétricos devem se popularizar conforme os preços se tornarem mais competitivos.
Há ainda questões de infraestrutura, como os pontos de carregamento, que precisam se desenvolver no país. “O ponto de equilíbrio será alcançado quando os veículos elétricos chegarem às concessionárias com preços equiparados aos de combustão. Será nesse momento em que um maior número de consumidores vai aderir. O Renault Kwid, por exemplo, possui o modelo elétrico e à combustão. O primeiro custa R$142 mil, enquanto o segundo custa R$48 mil”, compara Guggisberg.
A micromobilidade é outra tendência que deve tomar as ruas: veículos de pequeno porte, como bicicletas e patinetes elétricos, que podem trafegar por ciclovias e vias de baixa velocidade. Em capitais como São Paulo, já existem serviços de aluguel desses transportes para quem procura alternativas ao carro para ir ao trabalho ou percorrer pequenas distâncias. “É um novo modelo que está crescendo muito, especialmente nas grandes cidades, e pode ser uma oportunidade para quem não pode arcar com um veículo de quatro rodas”, ressalta o presidente do IBMS.
A questão das baterias
Apesar dos eletrizados representarem uma alternativa mais limpa para o meio ambiente, a reciclagem das baterias ainda é uma questão séria. As baterias de íons de lítio podem ser, sim, recicladas, como acontece com as de computadores e celulares. Porém, as diferentes composições químicas de cada fabricante dificultam e encarecem muito o processo, o que pode produzir um efeito inverso da proposta sustentável.
“A destinação da bateria é de responsabilidade do fabricante. Já existem diferentes formas de reciclagem. Uma possibilidade é a recuperação do lítio para remanufatura ou o reaproveitamento em outros segmentos”, avalia Guggisberg.
Exemplo disso seria o uso em nobreaks e em aparelhos hospitalares, visto que, mesmo após o prazo de validade indicado para o carro elétrico (estimado em 8 a 10 anos), ela segue sendo útil para outros fins. Resta saber se haverá legislação que regule o mercado, com o objetivo de garantir a sustentabilidade dessa tecnologia.
Carros e ônibus elétricos são a aposta da mobilidade urbana mundial
Novos modelos prometem zero ruído e emissão de gases poluentes ao transitar pelas cidades
A mudança dos veículos à combustão para os elétricos é uma tendência mundial de mobilidade urbana, movida pela necessidade de um modal mais limpo. No Brasil, a maior parte das emissões de gases poluentes, como o dióxido de carbono (CO2), principal responsável pelo aquecimento global e problemas climáticos, vem da derrubada de florestas e do uso do solo para pecuária e agricultura. Na sequência, está a queima de combustíveis fósseis pelos transportes e o setor de geração de energia.
Nesse sentido, os veículos elétricos, incluindo carros e frotas de ônibus, se apresentam como uma alternativa mais limpa e com diversas vantagens. Movido a uma bateria recarregável, o motor elétrico não produz ruído, cheiro ou poluentes. Ele pode ser elétrico puro ou híbrido, ou seja, usar só eletricidade ou ainda demandar um pouco de combustível – mas mesmo esses emitem 25% menos gases do que os carros comuns.
De acordo com Ricardo Guggisberg, atual presidente do Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável (IBMS) e especialista em eletromobilidade, a diferença entre os dois modais é a tecnologia. “O motor elétrico é mais avançado que o de combustão e exige menos manutenção, já que utiliza de 500 a 700 peças a menos”, aponta.
Expansão mundial
Guggisberg revela ainda que já existem mais de 25 milhões de carros elétricos no mundo, sendo que a tendência em 2022 é que esse número cresça em 8 milhões. “É uma opção que está ganhando cada vez mais adesão em outros países”, destaca.
China, Europa e Estados Unidos lideram o mercado de eletrificados, enquanto os biocombustíveis, segundo o especialista, ainda devem liderar a preferência dos consumidores brasileiros nos próximos anos. Mesmo assim, os elétricos devem se popularizar conforme os preços se tornarem mais competitivos.
Há ainda questões de infraestrutura, como os pontos de carregamento, que precisam se desenvolver no país. “O ponto de equilíbrio será alcançado quando os veículos elétricos chegarem às concessionárias com preços equiparados aos de combustão. Será nesse momento em que um maior número de consumidores vai aderir. O Renault Kwid, por exemplo, possui o modelo elétrico e à combustão. O primeiro custa R$142 mil, enquanto o segundo custa R$48 mil”, compara Guggisberg.
A micromobilidade é outra tendência que deve tomar as ruas: veículos de pequeno porte, como bicicletas e patinetes elétricos, que podem trafegar por ciclovias e vias de baixa velocidade. Em capitais como São Paulo, já existem serviços de aluguel desses transportes para quem procura alternativas ao carro para ir ao trabalho ou percorrer pequenas distâncias. “É um novo modelo que está crescendo muito, especialmente nas grandes cidades, e pode ser uma oportunidade para quem não pode arcar com um veículo de quatro rodas”, ressalta o presidente do IBMS.
A questão das baterias
Apesar dos eletrizados representarem uma alternativa mais limpa para o meio ambiente, a reciclagem das baterias ainda é uma questão séria. As baterias de íons de lítio podem ser, sim, recicladas, como acontece com as de computadores e celulares. Porém, as diferentes composições químicas de cada fabricante dificultam e encarecem muito o processo, o que pode produzir um efeito inverso da proposta sustentável.
“A destinação da bateria é de responsabilidade do fabricante. Já existem diferentes formas de reciclagem. Uma possibilidade é a recuperação do lítio para remanufatura ou o reaproveitamento em outros segmentos”, avalia Guggisberg.
Exemplo disso seria o uso em nobreaks e em aparelhos hospitalares, visto que, mesmo após o prazo de validade indicado para o carro elétrico (estimado em 8 a 10 anos), ela segue sendo útil para outros fins. Resta saber se haverá legislação que regule o mercado, com o objetivo de garantir a sustentabilidade dessa tecnologia.
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