Tratamento utilizado pela jornalista, que faleceu ontem (2/2) está no Brasil há uma década. Procedimento só é recomendado a partir do diagnóstico feito pelo médico patologista
Na última década, a imunoterapia, um tratamento biológico que potencializa o sistema imunológico, traz qualidade de vida e sobrevida aos pacientes, especialmente em casos de câncer como o da jornalista Glória Maria, que lutava contra a doença desde 2019.
Os novos tratamentos podem mudar para melhor o cenário futuro do câncer. A imunoterapia pode ser complementar à quimioterapia e à radioterapia. “A imunoterapia pode ser aplicada quando se tem indicação. Para descobrir o médico patologia faz a análise do material enviado para a biópsia. E determina a partir de testes de patologia molecular, de imuno-histoquímica, entre outros, se o paciente é elegível ao tratamento de imunoterapia”, explica o Dr. Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Durante o diagnóstico é feita toda uma avaliação, com o processo de estadiamento do tumor, localização, etc. “Hoje, muitos cânceres de pulmão, renal e melanoma são beneficiados com a imunoterapia”, acrescenta o presidente da SBP. “O melhor é quando processo cirúrgico já consegue eliminar o tumor”.
A campanha do Dia Mundial do Câncer, 04 de fevereiro, traz exatamente o tema “Por cuidados mais justos”, uma data criada em 2000, pela União Internacional de Combate ao Câncer (UICC) para conscientizar e estimular as pessoas a desenvolver e a conservar hábitos de vida saudáveis, que diminuem as chances de ocorrência da doença.
O presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Dr. Clóvis Klock, destaca a importância do acesso aos exames e ao tratamento pela rede pública de saúde. “O Brasil tem um serviço nacional e gratuito para atendimento a toda a sua população, o Sistema Único de Saúde (SUS), que faz uma diferença gigantesca”, diz o Dr. Klock.
Como muitos países não contam com um sistema como o SUS, é dramática a diferença entre quem tem e quem não tem acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento do câncer. Mais de 3,7 milhões de vidas poderiam ser salvas no mundo a cada ano com estratégias e recursos preventivos mais equitativos para cânceres comuns como o de mama, colo do útero, colorretal e próstata, como vacinação, detecção precoce e tratamento, de acordo com dados de um estudo publicado pela Universidade de Harvard “Closing the Cancer Divide”, de Felicia Marie Knaul e outros, com prefácio do Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen.
Mesmo com o Brasil em situação bem melhor por ter o SUS, há espaço para ampliar o acesso aos serviços médicos de diagnóstico e tratamento do câncer no país. “A imunoterapia tem conseguido aumentar a sobrevida do paciente em alguns anos”, esclarece o Dr. Klock.
Esses tratamentos na grande maioria não são cobertos pelo SUS e os testes de patologia molecular, fundamentais para a utilização dessa nova modalidade terapêutica, também não constam na tabela do SUS. “Ampliar o acesso a esses diagnósticos e tratamentos certamente fará a diferença na vida das pessoas portadoras de algum tipo de câncer”, afirma o presidente da SBP.
Outro problema é a falta de médicos patologistas para o tamanho da população brasileira. “Isso atrasa o diagnóstico porque cada patologista tem que examinar muitos casos, escrever muitos laudos. Na prática, significa uma fila de serviços a fazer e o tempo é importante no combate contra o câncer”.
Assim, o tema da campanha vale também para o Brasil, país que deve ter em média 704 mil casos novos por ano no Brasil até 2025, segundo estima o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A SBP se une à UICC nesta campanha. “Por cuidados mais justos”.
Imunoterapia: tratamento utilizado por Glória Maria pode garantir sobrevida a pacientes de câncer
Tratamento utilizado pela jornalista, que faleceu ontem (2/2) está no Brasil há uma década. Procedimento só é recomendado a partir do diagnóstico feito pelo médico patologista
Na última década, a imunoterapia, um tratamento biológico que potencializa o sistema imunológico, traz qualidade de vida e sobrevida aos pacientes, especialmente em casos de câncer como o da jornalista Glória Maria, que lutava contra a doença desde 2019.
Os novos tratamentos podem mudar para melhor o cenário futuro do câncer. A imunoterapia pode ser complementar à quimioterapia e à radioterapia. “A imunoterapia pode ser aplicada quando se tem indicação. Para descobrir o médico patologia faz a análise do material enviado para a biópsia. E determina a partir de testes de patologia molecular, de imuno-histoquímica, entre outros, se o paciente é elegível ao tratamento de imunoterapia”, explica o Dr. Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Durante o diagnóstico é feita toda uma avaliação, com o processo de estadiamento do tumor, localização, etc. “Hoje, muitos cânceres de pulmão, renal e melanoma são beneficiados com a imunoterapia”, acrescenta o presidente da SBP. “O melhor é quando processo cirúrgico já consegue eliminar o tumor”.
A campanha do Dia Mundial do Câncer, 04 de fevereiro, traz exatamente o tema “Por cuidados mais justos”, uma data criada em 2000, pela União Internacional de Combate ao Câncer (UICC) para conscientizar e estimular as pessoas a desenvolver e a conservar hábitos de vida saudáveis, que diminuem as chances de ocorrência da doença.
O presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Dr. Clóvis Klock, destaca a importância do acesso aos exames e ao tratamento pela rede pública de saúde. “O Brasil tem um serviço nacional e gratuito para atendimento a toda a sua população, o Sistema Único de Saúde (SUS), que faz uma diferença gigantesca”, diz o Dr. Klock.
Como muitos países não contam com um sistema como o SUS, é dramática a diferença entre quem tem e quem não tem acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento do câncer. Mais de 3,7 milhões de vidas poderiam ser salvas no mundo a cada ano com estratégias e recursos preventivos mais equitativos para cânceres comuns como o de mama, colo do útero, colorretal e próstata, como vacinação, detecção precoce e tratamento, de acordo com dados de um estudo publicado pela Universidade de Harvard “Closing the Cancer Divide”, de Felicia Marie Knaul e outros, com prefácio do Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen.
Mesmo com o Brasil em situação bem melhor por ter o SUS, há espaço para ampliar o acesso aos serviços médicos de diagnóstico e tratamento do câncer no país. “A imunoterapia tem conseguido aumentar a sobrevida do paciente em alguns anos”, esclarece o Dr. Klock.
Esses tratamentos na grande maioria não são cobertos pelo SUS e os testes de patologia molecular, fundamentais para a utilização dessa nova modalidade terapêutica, também não constam na tabela do SUS. “Ampliar o acesso a esses diagnósticos e tratamentos certamente fará a diferença na vida das pessoas portadoras de algum tipo de câncer”, afirma o presidente da SBP.
Outro problema é a falta de médicos patologistas para o tamanho da população brasileira. “Isso atrasa o diagnóstico porque cada patologista tem que examinar muitos casos, escrever muitos laudos. Na prática, significa uma fila de serviços a fazer e o tempo é importante no combate contra o câncer”.
Assim, o tema da campanha vale também para o Brasil, país que deve ter em média 704 mil casos novos por ano no Brasil até 2025, segundo estima o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A SBP se une à UICC nesta campanha. “Por cuidados mais justos”.
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