Decorar não é só escolher móveis ou tecidos, mas imprimir nos espaços o que nos liga a nossa própria história
Por Maura Robusti*
Voltar os olhos para a Escócia é como abrir um livro antigo, com páginas marcadas pelo tempo, em que cada capítulo revela um modo particular de habitar e sentir os espaços. A história molda a forma como vivemos e construímos, e ali isso se torna ainda mais evidente. Das ruínas pré-históricas à influência celta e romana, do período medieval às linhas sóbrias do calvinismo, dos traços vitorianos ao colorido do movimento modernista, tudo é memória. Cada pedra, cada detalhe arquitetônico, cada objeto parece guardar a voz de um passado que insiste em permanecer.
O tartan é um emblema dessa permanência, porque não é só um tecido: é herança e identidade. Cada padrão de linhas coloridas representa uma família, um clã e o pertencimento a ele. Vê-lo em mantas, sofás ou até paredes é compreender como a decoração se torna fio condutor entre gerações, um laço invisível que une passado e presente.
Ao seu lado, brasões, espadas, móveis robustos em madeira e couro, veludos e cores profundas completam um cenário que lembra que conforto também pode ser majestoso. A Escócia reinventa suas tradições a cada geração, e dessa mistura surge uma beleza inconfundível.
Quando dentro e fora se unem
Mas não é apenas a tradição que inspira. A paisagem, sobretudo nas Highlands, dita a paleta de cores e a forma de compor os espaços. Lagos cristalinos, picos nevados, colinas de verdes infinitos e vales dourados ao pôr do sol refletem em interiores que buscam aconchego e proximidade com a natureza. É como se tons de azul, verde, vermelho e dourado se infiltrassem silenciosamente nas paredes, nos tecidos e nas estampas, transformando a casa em um abrigo quente diante da imponência da paisagem.
Esse estilo é feito de contrastes. Do baronial, com painéis de madeira, pedras e couro, ao pitoresco, mais delicado e inspirado na paisagem, as camadas revelam a identidade escocesa: Charles Rennie Mackintosh incorporou influências celtas e japonesas; Bernat Klein, com tweeds coloridos, inspirou até mesmo Coco Chanel; e Ralph Lauren encontrou no tartan um símbolo para criar peças atemporais. O país ensina que a arte, quando aliada à história e à natureza, não se limita; expande-se e se renova.
Talvez esteja aí a maior lição dessa viagem: decorar não é só escolher móveis ou tecidos, mas imprimir nos espaços o que nos liga à nossa própria história, ao que admiramos e nos emociona. A Escócia, com suas fortalezas, sua arte e sua paisagem arrebatadora, lembra que todo ambiente ganha vida quando é capaz de contar uma história. Entre pedras antigas e mantas de tartan, descobrimos que a verdadeira beleza está em honrar nossas raízes e transformá-las em conforto, identidade e poesia para viver o presente.
* Maura Robusti é diretora do Mundo Robusti, um dos maiores do segmento de móveis e decoração do interior do estado de São Paulo.
A poesia do tartan escocês
Decorar não é só escolher móveis ou tecidos, mas imprimir nos espaços o que nos liga a nossa própria história
Por Maura Robusti*
Voltar os olhos para a Escócia é como abrir um livro antigo, com páginas marcadas pelo tempo, em que cada capítulo revela um modo particular de habitar e sentir os espaços. A história molda a forma como vivemos e construímos, e ali isso se torna ainda mais evidente. Das ruínas pré-históricas à influência celta e romana, do período medieval às linhas sóbrias do calvinismo, dos traços vitorianos ao colorido do movimento modernista, tudo é memória. Cada pedra, cada detalhe arquitetônico, cada objeto parece guardar a voz de um passado que insiste em permanecer.
O tartan é um emblema dessa permanência, porque não é só um tecido: é herança e identidade. Cada padrão de linhas coloridas representa uma família, um clã e o pertencimento a ele. Vê-lo em mantas, sofás ou até paredes é compreender como a decoração se torna fio condutor entre gerações, um laço invisível que une passado e presente.
Ao seu lado, brasões, espadas, móveis robustos em madeira e couro, veludos e cores profundas completam um cenário que lembra que conforto também pode ser majestoso. A Escócia reinventa suas tradições a cada geração, e dessa mistura surge uma beleza inconfundível.
Quando dentro e fora se unem
Mas não é apenas a tradição que inspira. A paisagem, sobretudo nas Highlands, dita a paleta de cores e a forma de compor os espaços. Lagos cristalinos, picos nevados, colinas de verdes infinitos e vales dourados ao pôr do sol refletem em interiores que buscam aconchego e proximidade com a natureza. É como se tons de azul, verde, vermelho e dourado se infiltrassem silenciosamente nas paredes, nos tecidos e nas estampas, transformando a casa em um abrigo quente diante da imponência da paisagem.
Esse estilo é feito de contrastes. Do baronial, com painéis de madeira, pedras e couro, ao pitoresco, mais delicado e inspirado na paisagem, as camadas revelam a identidade escocesa: Charles Rennie Mackintosh incorporou influências celtas e japonesas; Bernat Klein, com tweeds coloridos, inspirou até mesmo Coco Chanel; e Ralph Lauren encontrou no tartan um símbolo para criar peças atemporais. O país ensina que a arte, quando aliada à história e à natureza, não se limita; expande-se e se renova.
Talvez esteja aí a maior lição dessa viagem: decorar não é só escolher móveis ou tecidos, mas imprimir nos espaços o que nos liga à nossa própria história, ao que admiramos e nos emociona. A Escócia, com suas fortalezas, sua arte e sua paisagem arrebatadora, lembra que todo ambiente ganha vida quando é capaz de contar uma história. Entre pedras antigas e mantas de tartan, descobrimos que a verdadeira beleza está em honrar nossas raízes e transformá-las em conforto, identidade e poesia para viver o presente.
* Maura Robusti é diretora do Mundo Robusti, um dos maiores do segmento de móveis e decoração do interior do estado de São Paulo.
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