A escala, o uso da luz natural, os materiais… tudo conversa com o tempo presente, mas carrega o peso e a sabedoria do passado
Por Maura Robusti*
Recentemente, embarquei para Copenhagen com minha família, levando na mala um espírito curioso e o desejo de entender de que forma o design, a arquitetura e a arte podem transformar o modo como vivemos e nos sentimos. Meu objetivo era voltar da viagem com a resposta para uma pergunta: a arte e o design possuem o poder de transformar nossa percepção do mundo?
A resposta não veio de forma teórica. Veio com o silêncio das salas da Galeria Nacional da Dinamarca, quando me vi parada diante de uma pintura clássica que parecia conversar comigo. Ali, entendi que o design está na arte, e a arte está no design. Um complementa o outro e ambos refletem o que somos – ou o que gostaríamos de ser. Entendi que a beleza de uma peça de mobiliário pode estar no mesmo nível de uma tela antiga. Ambos tocam e nos despertam algo.
Copenhagen me mostrou que a história e o futuro podem caminhar lado a lado com harmonia. No Museu de Design, cada móvel tinha alma. Não era só sobre formas ou estética, mas sobre significado. É impressionante como a Dinamarca conseguiu traduzir sua cultura em objetos do cotidiano. A funcionalidade dos móveis, as texturas, as linhas simples… tudo fala sobre o modo como eles enxergam o mundo: com leveza, respeito e propósito.
Outro momento marcante da viagem foi a visita à exposição “So Danish!”, no Danish Architecture Center. Uma experiência imersiva e emocionante que conecta arquitetura, história e identidade. Caminhar por essa mostra é se sentir dentro da Dinamarca, da Era Viking até os dias atuais. A escala, o uso da luz natural, os materiais são uma conversa no presente, mas com o peso e a sabedoria do passado.
Em contraponto, o MACA (Museu de Arte Contemporânea) nos presenteou com outra perspectiva: a do agora. Obras de artistas do século 20 e 21 nos provocam a repensar o que é arte e o que é essencial. Foi nesse contraste entre o clássico e o contemporâneo que senti o quanto Copenhagen consegue ser múltipla, mas coerente. Tudo ali parece ter o cuidado como raíz.
E talvez tenha sido exatamente isso que mais me marcou nessa viagem. O conceito de hygge – palavra difícil de pronunciar – é impossível de traduzir, mas muito fácil de sentir. É quando o design não é só bonito, é acolhedor; é quando o espaço não é só funcional, mas também íntimo; é sobre estar presente, confortável, em paz; é quando o mundo lá fora pode esperar, porque tudo que você precisa está ali, em volta de uma mesa, com quem você ama, ou naquele momento em que você se permite respirar mais devagar, com uma manta no colo e um café quente nas mãos.
A Dinamarca tem esse dom. De tornar o simples, extraordinário; de valorizar os pequenos momentos com uma elegância despretensiosa. Não é à toa que eles lideram os rankings de felicidade no mundo. Eles entenderam que o segredo não está em ter mais, mas em viver melhor. E que o design, mais que estética, pode ser um caminho para o bem-estar.
Voltei para casa com a mente repleta de ideias e cheia de sensações. E com a certeza de que, quando arte, design e história se encontram, o resultado não é só beleza, é transformação.
* Maura Robusti é diretora do Mundo Robusti, um dos maiores do segmento de móveis e decoração do interior do estado de São Paulo.
Copenhagen, a capital da Dinamarca e da inspiração
A escala, o uso da luz natural, os materiais… tudo conversa com o tempo presente, mas carrega o peso e a sabedoria do passado
Por Maura Robusti*
Recentemente, embarquei para Copenhagen com minha família, levando na mala um espírito curioso e o desejo de entender de que forma o design, a arquitetura e a arte podem transformar o modo como vivemos e nos sentimos. Meu objetivo era voltar da viagem com a resposta para uma pergunta: a arte e o design possuem o poder de transformar nossa percepção do mundo?
A resposta não veio de forma teórica. Veio com o silêncio das salas da Galeria Nacional da Dinamarca, quando me vi parada diante de uma pintura clássica que parecia conversar comigo. Ali, entendi que o design está na arte, e a arte está no design. Um complementa o outro e ambos refletem o que somos – ou o que gostaríamos de ser. Entendi que a beleza de uma peça de mobiliário pode estar no mesmo nível de uma tela antiga. Ambos tocam e nos despertam algo.
Copenhagen me mostrou que a história e o futuro podem caminhar lado a lado com harmonia. No Museu de Design, cada móvel tinha alma. Não era só sobre formas ou estética, mas sobre significado. É impressionante como a Dinamarca conseguiu traduzir sua cultura em objetos do cotidiano. A funcionalidade dos móveis, as texturas, as linhas simples… tudo fala sobre o modo como eles enxergam o mundo: com leveza, respeito e propósito.
Outro momento marcante da viagem foi a visita à exposição “So Danish!”, no Danish Architecture Center. Uma experiência imersiva e emocionante que conecta arquitetura, história e identidade. Caminhar por essa mostra é se sentir dentro da Dinamarca, da Era Viking até os dias atuais. A escala, o uso da luz natural, os materiais são uma conversa no presente, mas com o peso e a sabedoria do passado.
Em contraponto, o MACA (Museu de Arte Contemporânea) nos presenteou com outra perspectiva: a do agora. Obras de artistas do século 20 e 21 nos provocam a repensar o que é arte e o que é essencial. Foi nesse contraste entre o clássico e o contemporâneo que senti o quanto Copenhagen consegue ser múltipla, mas coerente. Tudo ali parece ter o cuidado como raíz.
E talvez tenha sido exatamente isso que mais me marcou nessa viagem. O conceito de hygge – palavra difícil de pronunciar – é impossível de traduzir, mas muito fácil de sentir. É quando o design não é só bonito, é acolhedor; é quando o espaço não é só funcional, mas também íntimo; é sobre estar presente, confortável, em paz; é quando o mundo lá fora pode esperar, porque tudo que você precisa está ali, em volta de uma mesa, com quem você ama, ou naquele momento em que você se permite respirar mais devagar, com uma manta no colo e um café quente nas mãos.
A Dinamarca tem esse dom. De tornar o simples, extraordinário; de valorizar os pequenos momentos com uma elegância despretensiosa. Não é à toa que eles lideram os rankings de felicidade no mundo. Eles entenderam que o segredo não está em ter mais, mas em viver melhor. E que o design, mais que estética, pode ser um caminho para o bem-estar.
Voltei para casa com a mente repleta de ideias e cheia de sensações. E com a certeza de que, quando arte, design e história se encontram, o resultado não é só beleza, é transformação.
* Maura Robusti é diretora do Mundo Robusti, um dos maiores do segmento de móveis e decoração do interior do estado de São Paulo.
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