Instituída em 15 de outubro pela ONU, data celebra e enfatiza o papel das mulheres em cargos de liderança no campo e nos negócios
Embora ainda possuam muitos desafios, a presença da mulher no agro brasileiro, ocupando cargos de liderança, tem crescido. Segundo dados da FGV, elas já ocupam cerca de 34% dos cargos administrativos no agro, o que significa que mais de 1 milhão de mulheres estão à frente de mais de 30 milhões de hectares.
Nesse contexto, o Dia Internacional da Mulher Rural – data instituída pela ONU em 1995 –, celebrado em 15 de outubro, é uma oportunidade para destacar como o protagonismo feminino no campo, seja como agricultoras, empresárias ou líderes comunitárias, contribui para aumentar a segurança alimentar e promover a igualdade de gênero.
Qual a importância das mulheres no agronegócio?
Ana Laura Fernandes Maciel, supervisora de Acesso ao Mercado da Agrex do Brasil, da filial de Rio Verde (GO), avalia que o aumento da liderança feminina no campo é um fenômeno muito positivo e necessário.
“As mulheres têm trazido novas perspectivas e uma abordagem colaborativa para a agricultura e a produção rural. Vejo que essa liderança vem aumentando a resiliência nesse setor, já que muitas delas estão à frente de iniciativas que abordam questões como segurança alimentar, conservação ambiental e desenvolvimento econômico local. Além disso, a diversificação da voz na tomada de decisão faz com que encoraje mais mulheres a se tornarem líderes”, reflete.
É o caso da produtora rural Paula Roberta Fandriollo, que dirige, junto ao esposo, uma propriedade familiar no estado do Mato Grosso (MT). Ela analisa que as mulheres estão sendo reconhecidas no setor do agronegócio e que isso é muito importante pois gera estímulo a outras.
“Eu mesma crio projetos dentro da minha própria fazenda, por meio dos quais incentivo as próprias mulheres que moram na fazenda e busco valorizar mais o que elas fazem”, relata.
A produtora reforça que o protagonismo feminino no campo não está apenas nos cargos de liderança e nos papéis administrativos, mas em todas as colaboradoras. “Sejam da cantina ou da limpeza ou esposas dos nossos colaboradores, eu considero que todas elas fortalecem o agronegócio brasileiro”, destaca.
Negócios de família
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), quase 70% das mulheres no agro, em especial em cargos de liderança de propriedades, são proprietárias ou arrendatárias.
Nesse sentido, Laudiany Andreza, gestora de filial em Canarana (MT), lembra que a liderança feminina no ambiente corporativo ligado ao agro ainda tem forte caráter sucessório, o que não desmerece o mérito das mulheres.
“A sucessão entre pais e filhos, nesse caso filhas, tornou-se bastante relevante nos últimos anos e tem tomado grande proporção nas atividades rurais. O que facilita, a inserção delas a campo. Contudo, elas assumem as atividades, entregam bons resultados e trazem confiança na continuação do legado”, ressalta.
Já para Roberta Grellet, produtora rural do Tocantins (TO), o desafio de dar continuidade ao legado de uma propriedade rural veio do marido, que faleceu há quatro anos em um acidente. Ela conta que o início da sua trajetória no agronegócio iniciou com o casamento, já que o esposo era agricultor e trabalhava com o plantio de soja, milho e algodão.
“Eu me casei e fui morar em Alto Taquari, no Mato Grosso (MT), em uma fazenda. Ali eu comecei a ajudá-lo na parte administrativa e aí eu tomei gosto. Depois, eu tive meu filho, que desde pequeno já montava no trator e gradeava. Então, meu esposo faleceu e hoje quem toca a fazenda somos eu e meu filho”, revela.
Avanço da mulher rural
Segundo Roberta, quando começou, há 25 anos, muitos homens a tratavam mal. Atualmente, no entanto, ela acredita que a mulher é mais valorizada e admirada e que deve continuar conquistando seu espaço por meio do conhecimento. “O conselho que eu dou para a mulher hoje é buscar cursos, interações e conversas com outras pessoas que entendem, porque a gente nasceu para aprender e nunca sabe tudo. Então, eu acho muito importante nunca parar essa busca pelo aprendizado, porque cada região tem sua particularidade, no Mato Grosso, por exemplo, o plantio é de um jeito, aqui no Tocantins é de outro. É preciso buscar se atualizar sempre”, finaliza.
Dia Internacional da Mulher Rural destaca liderança da mulher no agro
Instituída em 15 de outubro pela ONU, data celebra e enfatiza o papel das mulheres em cargos de liderança no campo e nos negócios
Embora ainda possuam muitos desafios, a presença da mulher no agro brasileiro, ocupando cargos de liderança, tem crescido. Segundo dados da FGV, elas já ocupam cerca de 34% dos cargos administrativos no agro, o que significa que mais de 1 milhão de mulheres estão à frente de mais de 30 milhões de hectares.
Nesse contexto, o Dia Internacional da Mulher Rural – data instituída pela ONU em 1995 –, celebrado em 15 de outubro, é uma oportunidade para destacar como o protagonismo feminino no campo, seja como agricultoras, empresárias ou líderes comunitárias, contribui para aumentar a segurança alimentar e promover a igualdade de gênero.
Qual a importância das mulheres no agronegócio?
Ana Laura Fernandes Maciel, supervisora de Acesso ao Mercado da Agrex do Brasil, da filial de Rio Verde (GO), avalia que o aumento da liderança feminina no campo é um fenômeno muito positivo e necessário.
“As mulheres têm trazido novas perspectivas e uma abordagem colaborativa para a agricultura e a produção rural. Vejo que essa liderança vem aumentando a resiliência nesse setor, já que muitas delas estão à frente de iniciativas que abordam questões como segurança alimentar, conservação ambiental e desenvolvimento econômico local. Além disso, a diversificação da voz na tomada de decisão faz com que encoraje mais mulheres a se tornarem líderes”, reflete.
É o caso da produtora rural Paula Roberta Fandriollo, que dirige, junto ao esposo, uma propriedade familiar no estado do Mato Grosso (MT). Ela analisa que as mulheres estão sendo reconhecidas no setor do agronegócio e que isso é muito importante pois gera estímulo a outras.
“Eu mesma crio projetos dentro da minha própria fazenda, por meio dos quais incentivo as próprias mulheres que moram na fazenda e busco valorizar mais o que elas fazem”, relata.
A produtora reforça que o protagonismo feminino no campo não está apenas nos cargos de liderança e nos papéis administrativos, mas em todas as colaboradoras. “Sejam da cantina ou da limpeza ou esposas dos nossos colaboradores, eu considero que todas elas fortalecem o agronegócio brasileiro”, destaca.
Negócios de família
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), quase 70% das mulheres no agro, em especial em cargos de liderança de propriedades, são proprietárias ou arrendatárias.
Nesse sentido, Laudiany Andreza, gestora de filial em Canarana (MT), lembra que a liderança feminina no ambiente corporativo ligado ao agro ainda tem forte caráter sucessório, o que não desmerece o mérito das mulheres.
“A sucessão entre pais e filhos, nesse caso filhas, tornou-se bastante relevante nos últimos anos e tem tomado grande proporção nas atividades rurais. O que facilita, a inserção delas a campo. Contudo, elas assumem as atividades, entregam bons resultados e trazem confiança na continuação do legado”, ressalta.
Já para Roberta Grellet, produtora rural do Tocantins (TO), o desafio de dar continuidade ao legado de uma propriedade rural veio do marido, que faleceu há quatro anos em um acidente. Ela conta que o início da sua trajetória no agronegócio iniciou com o casamento, já que o esposo era agricultor e trabalhava com o plantio de soja, milho e algodão.
“Eu me casei e fui morar em Alto Taquari, no Mato Grosso (MT), em uma fazenda. Ali eu comecei a ajudá-lo na parte administrativa e aí eu tomei gosto. Depois, eu tive meu filho, que desde pequeno já montava no trator e gradeava. Então, meu esposo faleceu e hoje quem toca a fazenda somos eu e meu filho”, revela.
Avanço da mulher rural
Segundo Roberta, quando começou, há 25 anos, muitos homens a tratavam mal. Atualmente, no entanto, ela acredita que a mulher é mais valorizada e admirada e que deve continuar conquistando seu espaço por meio do conhecimento. “O conselho que eu dou para a mulher hoje é buscar cursos, interações e conversas com outras pessoas que entendem, porque a gente nasceu para aprender e nunca sabe tudo. Então, eu acho muito importante nunca parar essa busca pelo aprendizado, porque cada região tem sua particularidade, no Mato Grosso, por exemplo, o plantio é de um jeito, aqui no Tocantins é de outro. É preciso buscar se atualizar sempre”, finaliza.
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