Com o projeto Favela 3D, o empreendedor social Edu Lyra lidera um movimento em Ribeirão Preto que busca transformar a realidade de centenas de famílias
O nome dele e de seu principal projeto, o Instituto Gerando Falcões, já são reconhecidos em todo o Brasil (e até fora do país), pelo desenvolvimento social proporcionado a mais de 750 mil brasileiros. Dessa forma, em Ribeirão Preto, não seria diferente. Contudo, Edu Lyra agora é muito mais que uma figura conhecida na cidade; ele está diretamente envolvido em um projeto que pode ser considerado revolucionário tanto para o município quanto para a região.
“Chegamos a Ribeirão com a Favela 3D, um programa de superação da pobreza, que chamou a atenção do Brasil por sua abordagem inovadora. A ideia de favela 3D evoca as dimensões que queremos: uma favela precisa ser digital, porque o mundo se tornou digital; precisa ser desenvolvida do ponto de vista de seus espaços públicos, de ser uma referência de desenvolvimento humano e social; e precisa ser digna”, pontuou o empreendedor social durante uma visita à redação da Life Zumm.
“O contrário de pobreza não é riqueza, é dignidade. Não dá para todo mundo ser rico no Brasil, mas se todo mundo tiver uma vida digna, nós vencemos como sociedade.”
Momentos antes, em sua terceira passagem pela cidade, Edu se reuniu com empresários participantes do LIDE Ribeirão Preto, para pedir apoio ao projeto, cujo maior investimento será feito pela Prefeitura Municipal, mas requer contrapartida dos demais setores da sociedade.
“Estamos há quase seis meses trabalhando para colocar em ação essa transformação. O que entendemos é que a prefeitura fará um investimento de aproximadamente R$ 25 a 28 milhões e viemos aqui para captar a parte da iniciativa privada, que seria algo em torno de R$ 4,5 milhões. Foi um encontro muito produtivo e já estamos com alguns bons contatos de empresas que nos acionaram, pedindo reunião, para que cheguemos ao valor integral para iniciar a execução do programa na Favela da Paz”, analisou após o encontro, que envolveu ainda o presidente do Grupo Fábio Fernandes e o filiado Maurilio Biagi – foram eles, segundo Edu, que fizeram o convite para que a Favela 3D fosse desenvolvida em Ribeirão Preto.
“Fizemos uma reunião muito produtiva com a equipe do Instituto para que possamos aproveitar sua expertise e regulamentar as áreas ocupadas na cidade. Será um trabalho em que precisaremos de investimentos, boas estratégias e ótimos parceiros.”
Duarte Nogueira, prefeito de Ribeirão Preto
Digna, digital e desenvolvida
Na cidade, a primeira favela que receberá o projeto é a Comunidade da Paz, que envolve cerca de 300 famílias – o tamanho médio da maioria das favelas do Brasil e também em Ribeirão, que atualmente tem mais de 120 territórios de favela.
“Entramos no processo de diagnóstico, que será seguido de planejamento e execução, com previsão de dois a três anos, até nossa saída da comunidade e passagem de bastão. Nesse período, temos que realmente resolver as principais demandas daquela população, fortalecer as potências que tem ali, com um grupo de moradores ativo, para que, em outro patamar de dignidade, eles adquiram autonomia”, explicou Nina Rentel, diretora nacional do projeto, ao lado de Edu.
Para possibilitar essa autonomia, o projeto possui um “cardápio de soluções”, uma rede de parceiros e mais de 2 mil ONGs espalhadas por todo o Brasil (parte da Gerando Falcões), que são integradas a soluções a partir de políticas públicas. Então, fazemos o diagnóstico para organizar e entender quais soluções são as mais adequadas ao território, tanto entre as nossas, como de outros parceiros e da própria cidade”, apontou a diretora.
Mas não só isso! De acordo com Edu, outro fator muito importante nessa equação é a própria sociedade, ressaltando seu caráter coletivo enquanto forma de lidar com a pobreza. “Nós queremos fazer juntos, não somos um grupo iluminado. Parte do projeto depende justamente de engajar a sociedade, fazendo que o projeto seja dela e não de um governo. Também não é um projeto do Edu Lyra ou da Gerando Falcões. Tem que ser um projeto da sociedade. Esse é o grande desafio, porque aí ninguém consegue descontinuá-lo”, avisou, lembrando que é esse também um dos objetivos das reuniões como a que ele teve como o LIDE Ribeirão Preto.
À frente do grupo de líderes empresariais, Fábio Fernandes explica que, nesse aspecto, os objetivos coincidem, uma vez que o LIDE “trabalha na busca constante de promover encontros que debatam e fortaleçam o desenvolvimento econômico e social da cidade e da região”, de forma que o evento com Edu Lyra colocou isso “na prática”.
“Após o encontro, conseguimos reunir grandes lideranças e poder público local para discutirem sobre o tema e deu certo. Hoje, o projeto conta com o apoio e arrecadação de fundos de diversos empresários membros do LIDE Ribeirão Preto e está em fase de planejamento. Temos orgulho de ter proporcionado a viabilização de um projeto que trará tantos benefícios para a cidade e que contribuirá para transformação da qualidade de vida dos moradores de maneira inteligente e autossustentável”, destacou o presidente do Grupo.
Favela sim!
Viabilizado pela primeira vez há quase quatro anos, na favela Marte em São José do Rio Preto (SP), o projeto também foi executado na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos, onde também já ocorreu a “passagem de bastão” mencionada por Nina. Nesses lugares, líderes foram capacitados, formados e fortalecidos para serem capazes de atingir um objetivo tão claro e, ao mesmo tempo, tão difícil: a dignidade.
Nesse ponto, o empreendedor social esclarece uma confusão comum quando se pensa em projetos como esse: a missão não tem nada a ver com acabar com as favelas. Pelo contrário, se o processo dá certo, elas saem fortalecidas.
“Nós queremos que o nome ‘favela’ se mantenha, porque as favelas fazem parte da cultura do país. São quase 14 mil favelas no Brasil. Se elas fossem uma franquia, seria maior que os Correios, o McDonald’s ou o Burguer King. É algo imenso. Então, a gente não pode apagar ela. O que queremos é tirar a pobreza e manter a favela com futuro, favela exemplo, uma favela 3D: digital, digna e desenvolvida”, destacou.
“Dizemos que as favelas são a grande startup do Brasil. Fizeram o Pelé, o Neymar, a caipirinha, a Anitta, o samba, o carnaval, o Edu Lyra, e tantas coisas importantes. O problema não é a favela, é a pobreza.”
Um futuro digno
Ao lado do presidente do LIDE Ribeirão e da diretora do Favela 3D, Edu Lyra se mostrou animado com o projeto e as chances de sucesso na Califórnia Brasileira. “Manteremos uma agenda de reuniões na cidade e estamos bem confiantes, porque já estamos preparando o terreno há algum tempo. Então tem toda uma preparação para poder chegar ao objetivo”.
Edu Lyra durante evento do LIDE Ribeirão Preto | Crédito: Rafael Cautella
Contudo, a visão do empreendedor alcança mais longe: nos próximos dois anos, o Favela 3D espera tirar 200 mil pessoas da pobreza. “Claro que, para bater essa meta, a sociedade precisa doar. E queremos tornar o projeto uma política pública, começando pelo estado de São Paulo. Quem sabe, se São Paulo fizer, os outros estados vêm junto. Isso é o que queremos. Algo que tenha perenidade. É o nosso sonho”, projeta Edu.
Programa de decolagem
Na prática, o que significa “construir dignidade”? Como ter certeza que esse objetivo foi atingido? Para tentar “solidificar” um conceito tão fluido, a Gerando Falcões (@gerandofalcoes) estabeleceu oito indicadores sociais para metrificar o objetivo.
“Queremos pelo menos 70% da favela em posição de dignidade, para ela se emancipar socialmente. Essa é a nossa busca e o que iremos atrás de forma obsessiva até alcançar.”
Gerando Falcões
Um ecossistema que engloba milhares de favelas espalhadas por todo o Brasil, atuando em estratégia de rede, com a formação de líderes sociais (Falcons University) e acompanhamento de organizações, além de projetos como #CoronanoParedao, Fome Não, Bolsa Digital e o Favela 3D.
Dignidade em construção
Com o projeto Favela 3D, o empreendedor social Edu Lyra lidera um movimento em Ribeirão Preto que busca transformar a realidade de centenas de famílias
O nome dele e de seu principal projeto, o Instituto Gerando Falcões, já são reconhecidos em todo o Brasil (e até fora do país), pelo desenvolvimento social proporcionado a mais de 750 mil brasileiros. Dessa forma, em Ribeirão Preto, não seria diferente. Contudo, Edu Lyra agora é muito mais que uma figura conhecida na cidade; ele está diretamente envolvido em um projeto que pode ser considerado revolucionário tanto para o município quanto para a região.
“Chegamos a Ribeirão com a Favela 3D, um programa de superação da pobreza, que chamou a atenção do Brasil por sua abordagem inovadora. A ideia de favela 3D evoca as dimensões que queremos: uma favela precisa ser digital, porque o mundo se tornou digital; precisa ser desenvolvida do ponto de vista de seus espaços públicos, de ser uma referência de desenvolvimento humano e social; e precisa ser digna”, pontuou o empreendedor social durante uma visita à redação da Life Zumm.
Momentos antes, em sua terceira passagem pela cidade, Edu se reuniu com empresários participantes do LIDE Ribeirão Preto, para pedir apoio ao projeto, cujo maior investimento será feito pela Prefeitura Municipal, mas requer contrapartida dos demais setores da sociedade.
“Estamos há quase seis meses trabalhando para colocar em ação essa transformação. O que entendemos é que a prefeitura fará um investimento de aproximadamente R$ 25 a 28 milhões e viemos aqui para captar a parte da iniciativa privada, que seria algo em torno de R$ 4,5 milhões. Foi um encontro muito produtivo e já estamos com alguns bons contatos de empresas que nos acionaram, pedindo reunião, para que cheguemos ao valor integral para iniciar a execução do programa na Favela da Paz”, analisou após o encontro, que envolveu ainda o presidente do Grupo Fábio Fernandes e o filiado Maurilio Biagi – foram eles, segundo Edu, que fizeram o convite para que a Favela 3D fosse desenvolvida em Ribeirão Preto.
Digna, digital e desenvolvida
Na cidade, a primeira favela que receberá o projeto é a Comunidade da Paz, que envolve cerca de 300 famílias – o tamanho médio da maioria das favelas do Brasil e também em Ribeirão, que atualmente tem mais de 120 territórios de favela.
“Entramos no processo de diagnóstico, que será seguido de planejamento e execução, com previsão de dois a três anos, até nossa saída da comunidade e passagem de bastão. Nesse período, temos que realmente resolver as principais demandas daquela população, fortalecer as potências que tem ali, com um grupo de moradores ativo, para que, em outro patamar de dignidade, eles adquiram autonomia”, explicou Nina Rentel, diretora nacional do projeto, ao lado de Edu.
Para possibilitar essa autonomia, o projeto possui um “cardápio de soluções”, uma rede de parceiros e mais de 2 mil ONGs espalhadas por todo o Brasil (parte da Gerando Falcões), que são integradas a soluções a partir de políticas públicas. Então, fazemos o diagnóstico para organizar e entender quais soluções são as mais adequadas ao território, tanto entre as nossas, como de outros parceiros e da própria cidade”, apontou a diretora.
Mas não só isso! De acordo com Edu, outro fator muito importante nessa equação é a própria sociedade, ressaltando seu caráter coletivo enquanto forma de lidar com a pobreza. “Nós queremos fazer juntos, não somos um grupo iluminado. Parte do projeto depende justamente de engajar a sociedade, fazendo que o projeto seja dela e não de um governo. Também não é um projeto do Edu Lyra ou da Gerando Falcões. Tem que ser um projeto da sociedade. Esse é o grande desafio, porque aí ninguém consegue descontinuá-lo”, avisou, lembrando que é esse também um dos objetivos das reuniões como a que ele teve como o LIDE Ribeirão Preto.
À frente do grupo de líderes empresariais, Fábio Fernandes explica que, nesse aspecto, os objetivos coincidem, uma vez que o LIDE “trabalha na busca constante de promover encontros que debatam e fortaleçam o desenvolvimento econômico e social da cidade e da região”, de forma que o evento com Edu Lyra colocou isso “na prática”.
“Após o encontro, conseguimos reunir grandes lideranças e poder público local para discutirem sobre o tema e deu certo. Hoje, o projeto conta com o apoio e arrecadação de fundos de diversos empresários membros do LIDE Ribeirão Preto e está em fase de planejamento. Temos orgulho de ter proporcionado a viabilização de um projeto que trará tantos benefícios para a cidade e que contribuirá para transformação da qualidade de vida dos moradores de maneira inteligente e autossustentável”, destacou o presidente do Grupo.
Favela sim!
Viabilizado pela primeira vez há quase quatro anos, na favela Marte em São José do Rio Preto (SP), o projeto também foi executado na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos, onde também já ocorreu a “passagem de bastão” mencionada por Nina. Nesses lugares, líderes foram capacitados, formados e fortalecidos para serem capazes de atingir um objetivo tão claro e, ao mesmo tempo, tão difícil: a dignidade.
Nesse ponto, o empreendedor social esclarece uma confusão comum quando se pensa em projetos como esse: a missão não tem nada a ver com acabar com as favelas. Pelo contrário, se o processo dá certo, elas saem fortalecidas.
“Nós queremos que o nome ‘favela’ se mantenha, porque as favelas fazem parte da cultura do país. São quase 14 mil favelas no Brasil. Se elas fossem uma franquia, seria maior que os Correios, o McDonald’s ou o Burguer King. É algo imenso. Então, a gente não pode apagar ela. O que queremos é tirar a pobreza e manter a favela com futuro, favela exemplo, uma favela 3D: digital, digna e desenvolvida”, destacou.
Um futuro digno
Ao lado do presidente do LIDE Ribeirão e da diretora do Favela 3D, Edu Lyra se mostrou animado com o projeto e as chances de sucesso na Califórnia Brasileira. “Manteremos uma agenda de reuniões na cidade e estamos bem confiantes, porque já estamos preparando o terreno há algum tempo. Então tem toda uma preparação para poder chegar ao objetivo”.
Contudo, a visão do empreendedor alcança mais longe: nos próximos dois anos, o Favela 3D espera tirar 200 mil pessoas da pobreza. “Claro que, para bater essa meta, a sociedade precisa doar. E queremos tornar o projeto uma política pública, começando pelo estado de São Paulo. Quem sabe, se São Paulo fizer, os outros estados vêm junto. Isso é o que queremos. Algo que tenha perenidade. É o nosso sonho”, projeta Edu.
Programa de decolagem
Na prática, o que significa “construir dignidade”? Como ter certeza que esse objetivo foi atingido? Para tentar “solidificar” um conceito tão fluido, a Gerando Falcões (@gerandofalcoes) estabeleceu oito indicadores sociais para metrificar o objetivo.
Gerando Falcões
Um ecossistema que engloba milhares de favelas espalhadas por todo o Brasil, atuando em estratégia de rede, com a formação de líderes sociais (Falcons University) e acompanhamento de organizações, além de projetos como #CoronanoParedao, Fome Não, Bolsa Digital e o Favela 3D.
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