“O globo não para de girar e você não é o sol, querido, ele não gira em torno de você”, diz Mariana Marzola, chef e proprietária do Hecho Restaurante. Ela sabe bem o que é conciliar os desafios do empreendedorismo com as demandas da vida pessoal, sem deixar que uma coisa engula a outra
por Miguel El Debs *
Desistir nunca foi uma opção para Mariana. O cansaço aparece, claro, mas nunca ao ponto de fazê-la abandonar o que ama. “Tem hora que cansa, mas você segue. E esse seguir é o que te faz forte para aqueles dias em que você pensa: ‘Deus, por que não me mandou para o mundo com vontade de ser arquiteta, médica, bibliotecária?!’”
No ramo da gastronomia, o sucesso depende de um fator inegociável: a comida.
Marketing, estratégia, finanças — tudo isso conta. Mas, no fim do dia, o que realmente importa é o que chega ao prato. “A comida é, sim, o sol na boca. E fazê-la com preciosismo, respeito e amor é isso que nunca me fez pensar em desistir”.
Mariana Marzola, chef do Hecho | Crédito: @olhardocelim
Enxergar dentro do caos
A pandemia foi um divisor de águas para muitos empreendedores — e para Mariana, não foi diferente. Enquanto negócios fechavam as portas, ela encontrou um caminho para seguir. “Minha mãe sempre diz: ‘Enquanto alguns choram, outros vendem lenços’”.
Foi com esse espírito que ela enfrentou um dos momentos mais incertos da sua trajetória. O maior desafio? Manter a equipe empregada. Para isso, realocou funções, reinventou processos e, ao mesmo tempo, lidou com mudanças profundas na própria jornada.
No meio do caos, tomou decisões que mudariam completamente seu rumo profissional: vendeu sua participação em duas empresas, encerrou sociedades e apostou tudo no Hecho – um restaurante que, na época, ainda era apenas um sonho. “E isso tudo, sem saber o dia de amanhã, sempre com muito trabalho, muito trabalho mesmo… E não tinha grana rolando solta. Tudo era um investimento de risco e um sonho que poderia ou não dar certo.”
Hoje, olhando para trás, ela reconhece: passou por tudo sem nunca considerar o fracasso como uma possibilidade real.
“Eu simplesmente não tinha a opção de falhar, então não tinha medo do erro”.
Resiliência: a arte de errar melhor
Um dos maiores aprendizados da Mariana foi entender que errar faz parte do processo. Ela cita Samuel Beckett: “Tentar outra vez, falhar outra vez, falhar melhor.”
A chef percebeu, com o tempo, que muitas decisões importantes foram tomadas em momentos de euforia. “Sempre fui extremamente otimista e me via tomando muitas decisões quando estava muito feliz. Cara, tomar decisões importantes quando se está muito alegre é um super problema.”
A emoção — seja ela positiva ou negativa — pode nublar a clareza. O segredo, segundo Mariana, é deixar a euforia passar antes de decidir.
Porque, para a chef, empreender é como comandar um navio: o empreendedor é o capitão, mas, quando necessário, também precisa ser marinheiro, mecânico e até faxineiro. E, nesse percurso, uma coisa é certa: as tempestades sempre virão.
“O segredo, no final das contas, visto que as tempestades sempre virão, é aprender a dançar na chuva”.
– Mariana Marzola
Reflexão final
A história da Mariana me lembra de que, por trás de cada prato servido com excelência, existe alguém lidando com dúvidas, riscos e decisões solitárias. Mas também existe propósito, visão e, principalmente, resiliência cotidiana.
Ela mostra que empreender não é resistir por resistência, mas seguir com consciência — mesmo quando tudo à volta pede pausa.
Se você conhece alguém com uma jornada empreendedora que merece ser contada aqui, envie para: contato@grupozumm.com.br
* Miguel El Debs, sócio do Grupo ZK, mentor estratégico de empresas de pequeno e médio porte e Head do LIDE Empreendedor | Ribeirão Preto
Empreender é aprender a dançar na chuva
“O globo não para de girar e você não é o sol, querido, ele não gira em torno de você”, diz Mariana Marzola, chef e proprietária do Hecho Restaurante. Ela sabe bem o que é conciliar os desafios do empreendedorismo com as demandas da vida pessoal, sem deixar que uma coisa engula a outra
por Miguel El Debs *
Desistir nunca foi uma opção para Mariana. O cansaço aparece, claro, mas nunca ao ponto de fazê-la abandonar o que ama. “Tem hora que cansa, mas você segue. E esse seguir é o que te faz forte para aqueles dias em que você pensa: ‘Deus, por que não me mandou para o mundo com vontade de ser arquiteta, médica, bibliotecária?!’”
No ramo da gastronomia, o sucesso depende de um fator inegociável: a comida.
Marketing, estratégia, finanças — tudo isso conta. Mas, no fim do dia, o que realmente importa é o que chega ao prato. “A comida é, sim, o sol na boca. E fazê-la com preciosismo, respeito e amor é isso que nunca me fez pensar em desistir”.
Enxergar dentro do caos
A pandemia foi um divisor de águas para muitos empreendedores — e para Mariana, não foi diferente. Enquanto negócios fechavam as portas, ela encontrou um caminho para seguir. “Minha mãe sempre diz: ‘Enquanto alguns choram, outros vendem lenços’”.
Foi com esse espírito que ela enfrentou um dos momentos mais incertos da sua trajetória. O maior desafio? Manter a equipe empregada. Para isso, realocou funções, reinventou processos e, ao mesmo tempo, lidou com mudanças profundas na própria jornada.
No meio do caos, tomou decisões que mudariam completamente seu rumo profissional: vendeu sua participação em duas empresas, encerrou sociedades e apostou tudo no Hecho – um restaurante que, na época, ainda era apenas um sonho. “E isso tudo, sem saber o dia de amanhã, sempre com muito trabalho, muito trabalho mesmo… E não tinha grana rolando solta. Tudo era um investimento de risco e um sonho que poderia ou não dar certo.”
Hoje, olhando para trás, ela reconhece: passou por tudo sem nunca considerar o fracasso como uma possibilidade real.
Resiliência: a arte de errar melhor
Um dos maiores aprendizados da Mariana foi entender que errar faz parte do processo. Ela cita Samuel Beckett: “Tentar outra vez, falhar outra vez, falhar melhor.”
A chef percebeu, com o tempo, que muitas decisões importantes foram tomadas em momentos de euforia. “Sempre fui extremamente otimista e me via tomando muitas decisões quando estava muito feliz. Cara, tomar decisões importantes quando se está muito alegre é um super problema.”
A emoção — seja ela positiva ou negativa — pode nublar a clareza. O segredo, segundo Mariana, é deixar a euforia passar antes de decidir.
Porque, para a chef, empreender é como comandar um navio: o empreendedor é o capitão, mas, quando necessário, também precisa ser marinheiro, mecânico e até faxineiro. E, nesse percurso, uma coisa é certa: as tempestades sempre virão.
Reflexão final
A história da Mariana me lembra de que, por trás de cada prato servido com excelência, existe alguém lidando com dúvidas, riscos e decisões solitárias. Mas também existe propósito, visão e, principalmente, resiliência cotidiana.
Ela mostra que empreender não é resistir por resistência, mas seguir com consciência — mesmo quando tudo à volta pede pausa.
Se você conhece alguém com uma jornada empreendedora que merece ser contada aqui, envie para: contato@grupozumm.com.br
* Miguel El Debs, sócio do Grupo ZK, mentor estratégico de empresas de pequeno e médio porte e Head do LIDE Empreendedor | Ribeirão Preto
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