Natural de Ribeirão Preto, Paulo Mil Homens foi pioneiro do cicloturismo no norte do país com a sua empresa Muriki
Por Miguel El Debs*
Algumas jornadas transformadoras acontecem quando nos vemos literalmente sem rota, mas com vontade de seguir. Esse foi o caso de Paulo Mil Homens, natural de Ribeirão Preto, publicitário por formação e, há seis anos, pioneiro do cicloturismo na Amazônia com a Muriki. Porque Paulo não apenas enfrentou um território inexplorado, como ele construiu todo um modelo que não existia.
E é nessa descoberta que mora a magia “do empreender com propósito”.
Quando o terreno é o desconhecido
Morando em Santarém (PA) há mais de oito anos, Paulo já se considera “santareno de coração”. Mas antes de se integrar às comunidades locais, os desafios eram vários.
“Começar a empreender em um segmento que não tinha exemplos locais foi um desafio enorme, lidar com a sazonalidade do turismo e as limitações de estrutura do território quase me fizeram desistir”, lembra o empreendedor.
Afinal, era um desafio duplo, já que exigia explorar uma região a mais de 1000km de Belém (PA) e lidar com fluxo irregular de turistas. Mas foi nesse terreno instável que ele descobriu sua própria força: ele entendeu que resistir, criar e executar com os recursos à mão são os caminhos para transformar ideias em impacto real.
Inovar para sobreviver
Quando a crise chegou, Paulo não baixou a cabeça; ele mudou a estratégia. “Abrimos o leque, passamos a oferecer eventos esportivos e criamos uma linha de vestuário para ciclistas”. Essa diversificação, no fim, apresentou três resultados: ajudou a manter o negócio vivo; acrescentou propósito; e mostrou um princípio-chave do empreendedorismo: pensar fora da rota tradicional pode ser a maior vantagem competitiva.
Contudo, outra grande virada veio com a decisão de diversificar os roteiros, ampliando os destinos e conectando comunidades. Em um começo cheio de risco e adivinhação, a resposta do público confirmou que aquela era caminhar na direção certa. A incerteza virou oportunidade e mais um novo capítulo da história da Muriki.
“Os feedbacks dos clientes foram fundamentais pra corrigir erros, ajustar os roteiros e melhorar a experiência”, garante o empresário, que passou a fazer da escuta uma bússola do seu negócio.
Inclusive, quando ele me contou isso, lembrei do impacto que a escuta ativa causa, especialmente em negócios de experiência. Transformar cada pedalada em um aprendizado colaborativo tornou a empresa melhor a cada rota.
Miguel El Debs | Crédito: Érico Andrade
Reflexão
Ao acompanhar a trajetória de Paulo fica claro que empreender é sempre um ato de coragem. Há riscos reais, comece sem cliente, amplie um modelo novo, escute e repense, e é justamente nessas rupturas que o sentido acontece. A Muriki não é apenas um negócio: é um convite para pedalar junto, experimentar o percurso e, junto, construir uma rota nova.
Convido você a me indicar outros empreendedores que, como o Paulo, estão diagramando mapas que ainda não existiam. Se topar esse desafio, manda por aqui (contato@grupozumm.com.br)!
* Miguel El Debs, sócio do Grupo ZK, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte e head do LIDE Empreendedor | Ribeirão Preto
Empreender sem rota: como um ciclista levou o cicloturismo para a Amazônia
Natural de Ribeirão Preto, Paulo Mil Homens foi pioneiro do cicloturismo no norte do país com a sua empresa Muriki
Por Miguel El Debs*
Algumas jornadas transformadoras acontecem quando nos vemos literalmente sem rota, mas com vontade de seguir. Esse foi o caso de Paulo Mil Homens, natural de Ribeirão Preto, publicitário por formação e, há seis anos, pioneiro do cicloturismo na Amazônia com a Muriki. Porque Paulo não apenas enfrentou um território inexplorado, como ele construiu todo um modelo que não existia.
E é nessa descoberta que mora a magia “do empreender com propósito”.
Quando o terreno é o desconhecido
Morando em Santarém (PA) há mais de oito anos, Paulo já se considera “santareno de coração”. Mas antes de se integrar às comunidades locais, os desafios eram vários.
Afinal, era um desafio duplo, já que exigia explorar uma região a mais de 1000km de Belém (PA) e lidar com fluxo irregular de turistas. Mas foi nesse terreno instável que ele descobriu sua própria força: ele entendeu que resistir, criar e executar com os recursos à mão são os caminhos para transformar ideias em impacto real.
Inovar para sobreviver
Quando a crise chegou, Paulo não baixou a cabeça; ele mudou a estratégia. “Abrimos o leque, passamos a oferecer eventos esportivos e criamos uma linha de vestuário para ciclistas”. Essa diversificação, no fim, apresentou três resultados: ajudou a manter o negócio vivo; acrescentou propósito; e mostrou um princípio-chave do empreendedorismo: pensar fora da rota tradicional pode ser a maior vantagem competitiva.
Contudo, outra grande virada veio com a decisão de diversificar os roteiros, ampliando os destinos e conectando comunidades. Em um começo cheio de risco e adivinhação, a resposta do público confirmou que aquela era caminhar na direção certa. A incerteza virou oportunidade e mais um novo capítulo da história da Muriki.
Inclusive, quando ele me contou isso, lembrei do impacto que a escuta ativa causa, especialmente em negócios de experiência. Transformar cada pedalada em um aprendizado colaborativo tornou a empresa melhor a cada rota.
Reflexão
Ao acompanhar a trajetória de Paulo fica claro que empreender é sempre um ato de coragem. Há riscos reais, comece sem cliente, amplie um modelo novo, escute e repense, e é justamente nessas rupturas que o sentido acontece. A Muriki não é apenas um negócio: é um convite para pedalar junto, experimentar o percurso e, junto, construir uma rota nova.
Convido você a me indicar outros empreendedores que, como o Paulo, estão diagramando mapas que ainda não existiam. Se topar esse desafio, manda por aqui (contato@grupozumm.com.br)!
* Miguel El Debs, sócio do Grupo ZK, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte e head do LIDE Empreendedor | Ribeirão Preto
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