Empresários e pilotos de RP se unem para levar ajuda a ilhados no RS

Campanha, que começou via terrestre, agora tem a união no setor aéreo com aviões menores, que conseguem pousar em pista simples para atender municípios isolados

Ribeirão Preto está na linha de frente da ajuda ao Rio Grande do Sul, que vem sofrendo com enchentes e alagamentos por todo o estado. Além do terrestre e aéreo com companhias nacionais, esse trabalho voluntário começou a ser feito com pequenas aeronaves executivas, que conseguem chegar a regiões de difícil acesso, como Novo Hamburgo, El Dourado do Sul e São Leopoldo.

Até o momento, oito decolagens com medicamentos, produtos de limpeza e higiene e mantimentos já saíram da cidade. O próximo voo para o Rio Grande do Sul está previsto para 15 de maio (quarta-feira).

O empreendedor Marco Aurélio Martins é quem coordenou estas missões e fez a união entre doadores e setor aéreo. “Além de empresário, sou piloto e tenho muitos contatos de lá através da minha distribuidora que também atua no Rio Grande do Sul e, ainda, com muitas pessoas daqui querendo ajudar neste momento. Vimos que muitas doações estão demorando para chegar para as pessoas dessas regiões mais distantes e afetadas, por isso nos unimos rapidamente para missões humanitárias aéreas emergenciais”, explica.

100% voluntário

Desta união, tudo é voluntário. A aeronave cedida por cada proprietário, o piloto que opera sem receber nada por isso, combustíveis cedidos por doadores e doações de materiais encaminhadas para o hangar. “Essas aeronaves comportam aproximadamente 600kg de carga e já enviamos aproximadamente 4.800kg de donativos. Só de medicamentos, no primeiro voo, foram 9 mil unidades de Dipirona”, ressalta Martins.

E, nestas missões aéreas, outras cidades também compartilham solidariedade. “Tivemos alguns voos em conjunto, de aeronave que saiu de Ribeirão Preto com parada em Americana e de outra, que veio de Itumbiara e passou por aqui para deixar medicamentos e, no dia seguinte, acompanhei esta entrega para as pessoas de São Leopoldo e Novo Hamburgo”, conta o empreendedor.

Fábio Britto de Farias, dono de uma empresa de importação de aeronaves, é um dos empresários que cedeu o avião para envio das doações. “Fizemos o primeiro voo no dia 7 de maio para lá e conseguimos levar a doação para a ponta mesmo, onde as pessoas não têm acesso. Foram quase quatro horas de voo e pousamos em Novo Hamburgo”.

Ainda de acordo com o empresário, a aeronave ficou no Rio Grande do Sul por quatro dias, como apoio de voo entre as cidades isoladas. “Coloquei o avião à disposição e fizemos voos entre Itapema, Santa Catarina, onde foi montado uma base para voos até Novo Hamburgo e outras cidades”, reforça Farias, que faz um apelo: “Vamos continuar fazendo os voos e precisamos de apoio para mais pilotos voluntários e doação de combustível do avião”.