Escrito e interpretado pelo artista, “O Céu da Língua” é um monólogo de comédia sobre a presença quase invisível da poesia no nosso cotidiano
Quem tem medo de poesia? Gregorio Duvivier não faz parte deste grupo e, como um apaixonado, faz de tudo para que outros se apaixonem também – até mesmo criar um espetáculo sobre o assunto. No monólogo “O Céu da Língua”, uma comédia poética que será apresentada no Theatro Pedro II, em 6 de abril, o artista tenta convencer o público de que tropeçamos diariamente na poesia e o assunto é prazeroso e divertido.
“Uma ode à língua portuguesa e ao poder da palavra”, avaliou a crítica Suzana Verde, no jornal O Observador. “É comédia da boa, apesar de por vezes ser difícil rir, estando tão assoberbados com tudo o que acontece em palco”, completou. Inclusive, no aniversário de 500 anos de Luis de Camões, foi a peça do brasileiro que roubou a cena em Portugal, onde fez sua estreia.
A composição de ‘O Céu da Língua’
A direção do monólogo é da atriz Luciana Paes, parceira de Gregorio no espetáculo de improvisação “Portátil” e nos vídeos do canal Porta dos Fundos. No palco, totalmente limpo, o instrumentista Pedro Aune cria ambientação musical com o seu contrabaixo, e a designer Theodora Duvivier, irmã do comediante, manipula as projeções exibidas ao fundo da cena. O resto é só o comediante e sua devoção pelas palavras.
“Acredito que o Gregorio tem ideias para jogar no mundo e, com essa crença, a coisa me move independentemente de qualquer rótulo (…) O stand-up comedy aqui é uma pegadinha para falar de literatura”, afirma Luciana, que estreia na função de diretora teatral. Já de acordo com o ator e escritor, “a peça fica na esquina do poema com a piada”.
Dessa forma, o protagonista brinca com códigos, como aqueles que, em sua maioria, só são decifrados por pais e filhos ou casais enamorados. As reformas ortográficas que tiram letras de circulação e derrubam acentos capazes de alterar o sentido das palavras inspiram o artista em tiradas bem-humoradas. O mesmo acontece quando ele comenta a ressurreição de palavras esquecidas, como “irado”, “sinistro” e “brutal”, que voltaram ressignificadas ao vocabulário dos jovens. E aquelas que só de ouvi-las geram sensações estranhas, a exemplo das inventadas, repetidas à exaustão, como “atravessamento”, “disruptivo” ou “briefings”? Até destas Gregorio extrai humor.
Para o artista, a língua é algo que nos une, nos move, mas raramente damos atenção a ela. Na cumplicidade com a plateia, Gregorio mostra gradativamente que a nossa língua não deve nada a nenhuma outra. Muito pelo contrário. “Minha pátria é a língua portuguesa”, disse Fernando Pessoa. Caetano continuou: “e eu não tenho pátria, eu tenho mátria e quero frátria”. Gregorio constrói o espetáculo em torno dessa fraternidade, e nos lembra que, apesar de todas as nossas diferenças, temos uma língua em comum que nos irmana. E também pode nos fazer gargalhar.
‘O Céu da Língua’ com Gregorio Duvivier
Quando: 6 de abril, às 19h Onde: Theatro Pedro II (R. Álvares Cabral, 370 – Centro) Ingressos:megabilheteria.com
Gregorio Duvivier vem com ‘O Céu da Língua’ ao Theatro Pedro II
Escrito e interpretado pelo artista, “O Céu da Língua” é um monólogo de comédia sobre a presença quase invisível da poesia no nosso cotidiano
Quem tem medo de poesia? Gregorio Duvivier não faz parte deste grupo e, como um apaixonado, faz de tudo para que outros se apaixonem também – até mesmo criar um espetáculo sobre o assunto. No monólogo “O Céu da Língua”, uma comédia poética que será apresentada no Theatro Pedro II, em 6 de abril, o artista tenta convencer o público de que tropeçamos diariamente na poesia e o assunto é prazeroso e divertido.
“Uma ode à língua portuguesa e ao poder da palavra”, avaliou a crítica Suzana Verde, no jornal O Observador. “É comédia da boa, apesar de por vezes ser difícil rir, estando tão assoberbados com tudo o que acontece em palco”, completou. Inclusive, no aniversário de 500 anos de Luis de Camões, foi a peça do brasileiro que roubou a cena em Portugal, onde fez sua estreia.
A composição de ‘O Céu da Língua’
A direção do monólogo é da atriz Luciana Paes, parceira de Gregorio no espetáculo de improvisação “Portátil” e nos vídeos do canal Porta dos Fundos. No palco, totalmente limpo, o instrumentista Pedro Aune cria ambientação musical com o seu contrabaixo, e a designer Theodora Duvivier, irmã do comediante, manipula as projeções exibidas ao fundo da cena. O resto é só o comediante e sua devoção pelas palavras.
“Acredito que o Gregorio tem ideias para jogar no mundo e, com essa crença, a coisa me move independentemente de qualquer rótulo (…) O stand-up comedy aqui é uma pegadinha para falar de literatura”, afirma Luciana, que estreia na função de diretora teatral. Já de acordo com o ator e escritor, “a peça fica na esquina do poema com a piada”.
Dessa forma, o protagonista brinca com códigos, como aqueles que, em sua maioria, só são decifrados por pais e filhos ou casais enamorados. As reformas ortográficas que tiram letras de circulação e derrubam acentos capazes de alterar o sentido das palavras inspiram o artista em tiradas bem-humoradas. O mesmo acontece quando ele comenta a ressurreição de palavras esquecidas, como “irado”, “sinistro” e “brutal”, que voltaram ressignificadas ao vocabulário dos jovens. E aquelas que só de ouvi-las geram sensações estranhas, a exemplo das inventadas, repetidas à exaustão, como “atravessamento”, “disruptivo” ou “briefings”? Até destas Gregorio extrai humor.
Para o artista, a língua é algo que nos une, nos move, mas raramente damos atenção a ela. Na cumplicidade com a plateia, Gregorio mostra gradativamente que a nossa língua não deve nada a nenhuma outra. Muito pelo contrário. “Minha pátria é a língua portuguesa”, disse Fernando Pessoa. Caetano continuou: “e eu não tenho pátria, eu tenho mátria e quero frátria”. Gregorio constrói o espetáculo em torno dessa fraternidade, e nos lembra que, apesar de todas as nossas diferenças, temos uma língua em comum que nos irmana. E também pode nos fazer gargalhar.
‘O Céu da Língua’ com Gregorio Duvivier
Quando: 6 de abril, às 19h
Onde: Theatro Pedro II (R. Álvares Cabral, 370 – Centro)
Ingressos: megabilheteria.com
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