A terapia usa as células CAR-NK de doadores saudáveis e permite um acesso mais rápido e seguro ao tratamento, com menor risco de efeitos colaterais
O Hemocentro de Ribeirão Preto, fundação de apoio ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, receberá um investimento de quase R$ 50 milhões para desenvolver a terapia com células CAR-NK, voltada para o tratamento do câncer.
“As células CAR-NK são um tipo de terapia celular, na qual combinamos células NK (natural killer) do sistema imunológico com um receptor quimérico de antígeno, que reconhece células tumorais de forma específica. É uma terapia similar às células CAR-T”, explica a professora Virgínia Picanço e Castro, coordenadora do Laboratório de Biotecnologia do Hemocentro de Ribeirão Preto e uma das pesquisadoras responsáveis.
A abordagem alogênica, que utiliza células de doadores saudáveis e prontas para uso (off the shelf), permite um acesso mais rápido e seguro ao tratamento, eliminando a necessidade de um produto autólogo, que é caro e de produção complexa. As novas células serão incorporadas com um vetor CAR de 4ª geração, desenvolvido pelos pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto, aumentando a eficácia da terapia.
Dessa forma, o projeto visa criar um produto inovador e inédito no Brasil. Para Virgínia, o principal desafio é desenvolver métodos eficientes e consistentes para expandir essas células em larga escala, garantindo sua funcionalidade, segurança e reprodutibilidade.
Os recursos serão provenientes do edital Mais Inovação Brasil, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Finep e Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Vantagens da terapia
Segundo Virgínia, as células CAR-NK apresentam menor risco de efeitos colaterais, como síndrome de liberação de citocinas ou neurotoxicidade, comuns nas terapias com células CAR-T. “Outra vantagem é a disponibilidade imediata das células CAR-NK, que são produzidas a partir de um doador saudável, congeladas e prontas para uso, eliminando o tempo de manufatura necessário para as células CAR-T.”
A pesquisadora também destaca que elas são mais seguras, têm um ciclo de vida mais curto, identificando e matando células tumorais antes de morrerem, o que oferece uma segurança adicional.
Além disso, enquanto as células CAR-T requerem cerca de duas a três semanas para serem coletadas e modificadas, as células CAR-NK podem iniciar o tratamento imediatamente, crucial para cânceres agressivos que necessitam de intervenção rápida.
* Por Rose Talamone, para o Jornal da USP, com informações de Eduardo Vidal, da Assessoria de Comunicação do CTC-USP
Hemocentro de RP receberá R$50 mi para terapia inovadora contra o câncer
A terapia usa as células CAR-NK de doadores saudáveis e permite um acesso mais rápido e seguro ao tratamento, com menor risco de efeitos colaterais
O Hemocentro de Ribeirão Preto, fundação de apoio ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, receberá um investimento de quase R$ 50 milhões para desenvolver a terapia com células CAR-NK, voltada para o tratamento do câncer.
“As células CAR-NK são um tipo de terapia celular, na qual combinamos células NK (natural killer) do sistema imunológico com um receptor quimérico de antígeno, que reconhece células tumorais de forma específica. É uma terapia similar às células CAR-T”, explica a professora Virgínia Picanço e Castro, coordenadora do Laboratório de Biotecnologia do Hemocentro de Ribeirão Preto e uma das pesquisadoras responsáveis.
A abordagem alogênica, que utiliza células de doadores saudáveis e prontas para uso (off the shelf), permite um acesso mais rápido e seguro ao tratamento, eliminando a necessidade de um produto autólogo, que é caro e de produção complexa. As novas células serão incorporadas com um vetor CAR de 4ª geração, desenvolvido pelos pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto, aumentando a eficácia da terapia.
Dessa forma, o projeto visa criar um produto inovador e inédito no Brasil. Para Virgínia, o principal desafio é desenvolver métodos eficientes e consistentes para expandir essas células em larga escala, garantindo sua funcionalidade, segurança e reprodutibilidade.
Os recursos serão provenientes do edital Mais Inovação Brasil, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Finep e Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Vantagens da terapia
Segundo Virgínia, as células CAR-NK apresentam menor risco de efeitos colaterais, como síndrome de liberação de citocinas ou neurotoxicidade, comuns nas terapias com células CAR-T. “Outra vantagem é a disponibilidade imediata das células CAR-NK, que são produzidas a partir de um doador saudável, congeladas e prontas para uso, eliminando o tempo de manufatura necessário para as células CAR-T.”
A pesquisadora também destaca que elas são mais seguras, têm um ciclo de vida mais curto, identificando e matando células tumorais antes de morrerem, o que oferece uma segurança adicional.
Além disso, enquanto as células CAR-T requerem cerca de duas a três semanas para serem coletadas e modificadas, as células CAR-NK podem iniciar o tratamento imediatamente, crucial para cânceres agressivos que necessitam de intervenção rápida.
* Por Rose Talamone, para o Jornal da USP, com informações de Eduardo Vidal, da Assessoria de Comunicação do CTC-USP
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