Início da Fenasucro & Agrocana é marcado por tendências da bioenergia

Hidrogênio verde, biogás, etanol de milho estão entre as tendências apresentadas no 1º dia do evento, que segue até sexta-feira, 18, em Sertãozinho (SP)

Exaltando o protagonismo do Brasil na produção de cana-de-açúcar e o seu potencial para a expansão do etanol nos próximos anos, a 29ª Fenasucro & Agrocana teve início nesta terça-feira, 15 de agosto, em Sertãozinho (SP). Tradicionalmente conhecida por ser referência no lançamento de tecnologias e inovações da cadeia de bioenergia, a feira mais uma vez mostrou sua importância apresentando, logo no início, as megatendências do setor.

“O Brasil tem uma das energias mais limpas do mundo, o que favorece veículos elétricos. É prático, sustentável e acessível. Hoje, um carro híbrido-flex abastecido com etanol 100% tem emissão de carbono mais baixa do que um elétrico na Europa”, destacou Roberto Braun, diretor de Relações Governamentais e Regulamentação Veicular da Toyota do Brasil. Em busca da neutralidade de carbono, a empresa desenvolveu quatro tecnologias de eletrificação veicular – Híbrido Flex, Híbrido Plug-in, Bateria elétrica e Hidrogênio, de acordo com cada contexto e as necessidades dos clientes.

A explanação ocorreu durante a 10ª Conferência DATAGRO & CEISE Br com a presença também do presidente da DATAGRO, Plínio Nastari, que, por sua vez, anunciou algumas vantagens econômicas do uso de etanol, já que só a eletrificação veicular não será suficiente para evitar as mudanças climáticas. Entre os benefícios, ele apontou a elevada octanagem em substituição de aromáticos cancerígenos; o preço acessível ao consumidor; e a promoção de emprego e renda.

“A produção de etanol de milho está tendo uma expansão de oferta, contribuindo dessa forma para aumentar a disponibilidade de etanol, pois o Brasil é o 3º maior consumidor de energia para transportes do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da China e à frente da Índia, que tem uma população de 1,4 bilhão de pessoas, e do Japão e da Rússia”, apontou.

Dentro das tendências apresentadas, ele também citou oportunidades com o bagaço e a palha da cana-de-açúcar como aproveitamento energético, assim como o biogás e o biometano (o etanol de 2ª geração), além do hidrogênio, como um combustível líquido de alta densidade energética e baixa pegada de carbono.

As tendências foram só o começo

Ainda no início da feira, a Canaoeste promoveu o lançamento de sua fábrica de insumos biológicos, a CanaoesteBio – Tecnologia Sustentável. Os bioinsumos são produtos feitos a partir de microrganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais que são utilizados nos sistemas de cultivo agrícola para combater pragas e doenças, melhorar a fertilidade do solo e aprimorar a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Por apresentar baixa toxicidade e ser biodegradável, o bioinsumo proporciona a agricultura sustentável e reduz os impactos em comparação com os agroquímicos comuns.

“Estamos sempre em busca de respostas que produzam impacto no campo, seja na redução de custos, seja em benefícios ou acesso à novas tecnologias”, disse Fernando dos Reis Filho, presidente da Canaoeste.

A abertura oficial da Fenasucro & Agrocana 2023 contou também com a presença de Antonio Eduardo Tonielo, presidente emérito da feira; Evandro Gussi, CEO da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e presidente de honra desta edição; Claudio Della Nina, diretor geral da RX para a América Latina; Rosana Amadeu, presidente do CEISE Br; Mário Campos Filho, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético; Hugo Cagno, presidente da UDOP (União Nacional da Bioenergia); Antônio Junqueira Queiroz, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; e os prefeitos de Ribeirão Preto e Sertãozinho, além de outras autoridades e convidados.