Primeira mulher na presidência da Acirp, uma instituição centenária, a empresária mostra como é possível atuar unindo tradição e inovação
Quem vê a empresária Sandra Brandani à frente da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) consegue reconhecer todo o talento e o trabalho que a transformaram em uma pioneira dentro da instituição: ela é a 1ª mulher a assumir a presidência, em uma história de quase 119 anos.
Mas o que poucos sabem é que seu pioneirismo começou há 40 anos, quando deu seus primeiros passos como empresária, atuando com a família, na indústria de peças e concessionária. “Eu comecei muito cedo com meu pai. Na época, já era diferente ser uma mulher na área de motocicletas. E eu fazia questão de provar meu conhecimento”, lembra. Hoje, todos os dias, ela continua provando o que sabe, mas agora na liderança de uma entidade que tem importância fundamental no desenvolvimento da cidade e da região.
Em entrevista exclusiva ao Mundo Zumm, Sandra dá alguns detalhes de como enfrenta esse novo desafio – iniciado em abril de 2023 e que vai até abril de 2026 –, fala do ponto de vista feminino da situação e ainda revela um pouco da trajetória que a levou a tantas conquistas. Confira os melhores momentos:
Mundo Zumm: Qual era o contexto que você estava inserida ao começar no universo empresarial?
Sandra Brandani: Eu era a caçula da minha família e podia ter apenas me casado, mas eu queria mais. Tanto que cheguei a desmontar uma moto inteira e remontar sozinha. Só que eu era vista como uma ‘Barbie’ da época e, atendendo no balcão, tanto clientes e funcionários ficavam sempre me testando, pedindo cabos coloridos conforme a cor da moto, quando são todos pretos – só para ver se eu caía em alguma pegadinha. Depois, fiz Administração de Empresas, muitos cursos sobre como cuidar de um negócio, e me tornei uma das primeiras mulheres a entender que a Acirp também era para mim.
MZ: Quando você assumiu a liderança da SBS (empresa da família)?
SB: Meu pai nos deixou em 1986 de uma forma muito brusca e, na época, eu tinha só 1% da empresa – meus irmãos homens tinham o restante, embora quem tocava o dia a dia éramos eu e minha irmã. Assim seguimos até 2004, quando tivemos um revés muito grande, devido a uma enchente na nossa loja da Avenida Francisco Junqueira. Perdemos quase tudo. Meu marido chegou a me perguntar se já não era hora de parar, mas eu tinha muitos funcionários, gente que dependia de mim. Então, fizemos um pacto de superar aquilo juntos. Hoje, tenho 100% da SBS. São 12 lojas na região e mais de 50 mil itens.
MZ: Como surgiu a oportunidade de se tornar presidente da Acirp?
SB: Participo da Associação desde 1989, quando comecei a frequentar as reuniões da Distrital-Centro. Integrei diretorias e fui vice-presidente do Dorival Balbino nos últimos dois triênios, uma oportunidade que me preparou para chegar até aqui. Vivo agora, também, um momento diferente, de fazer a transição da gestão [da empresa] para os meus filhos, o que tem sido um desafio. Eu continuo aprendendo. Participar da vida política da Acirp abriu uma oportunidade de fazer a diferença. Fazia tempo que não vinha uma liderança do comércio para a presidência e agora posso agregar a minha experiência e dar continuidade ao que ele vinha fazendo de bom pela entidade.
MZ: Existem muitas mulheres além de você na Acirp?
SB: Nesta minha gestão ainda não são muitas as mulheres, mas já temos mais delas do que nunca, incluindo a superintendente da sede Sul, uma das maiores distritais da Acirp em número de associados. E, na próxima eleição, teremos cada vez mais mulheres – e jovens também – aptas a se candidatarem a esses cargos e a contribuírem com renovação e diversidade dessa estrutura. Nosso objetivo é justamente dar base para o que já ocorre em países desenvolvidos, nos quais a representatividade feminina é proporcional à fatia que elas representam no quadro social.
MZ: Você é a 1ª presidente mulher da Acirp. Você acha que, a partir de agora, será mais fácil que existam outras?
SB: Com certeza, é uma prerrogativa que muda tudo. Mas o estatuto tem regras para composição da chapa e, para termos mais mulheres, é preciso que elas cumpram os requisitos. Elas precisam se associar, precisam se envolver nas gestões e ocupar cargos; precisam ter negócios de sucesso e aparecer, mostrar esse sucesso. E vamos trabalhar cada vez mais para isso. As mulheres são metade da população do mundo e tem habilidade e capacidade para liderar. Tenho certeza de que a próxima diretoria terá maior presença feminina que a atual.
MZ: Como é seu dia a dia na presidência?
SB: Temos alguns apontamentos fixos, mas, em geral, minha agenda muda muito, pois a Acirp está envolvida em todos os grandes eventos da cidade, seja como promotora ou apoiadora. Eu, como presidente, participo ativa e presencialmente dessa programação, como elo institucional e voz representante da entidade. Também mantenho reuniões semanais com as diretorias, gestores e coordenadores que fazem parte da estrutura operacional e administrativa de mais de uma centena de colaboradores. Tenho uma equipe muito competente e, juntos, traçamos as melhores estratégias de atuação e formas de atender nossos associados e parceiros.
MZ: Quais as partes do trabalho que você mais e menos gosta?
SB: Eu gosto muito de conversar com as pessoas. Em muitos eventos, elas vêm para dizer que se sentem inspiradas ou representadas, especialmente as mulheres. Quando conto minha história, elas compartilham a delas e isso cria um ciclo de apoio que me alimenta; quero cada vez mais fazer a diferença. O que não gosto muito é quando esquecem que eu tenho uma vivência, uma experiência muito grande como empresária, enfrentando os desafios que o empreendedor brasileiro conhece bem. Esse conhecimento também me trouxe aqui. Eu lutei por esse reconhecimento, pelo meu espaço.
MZ: O que você planeja para seus anos à frente da Acirp?
SB: Enquanto estiver na presidência, quero levar oportunidades geradas pela Associação não só para o Centro, que é meu xodó e quero muito ver revitalizado, vivo, mas também para os quatro cantos da cidade, pois Ribeirão cresceu muito e têm tido uma expansão incrível nas áreas de todas as nossas distritais. [MZ]
Na vanguarda empresarial: Mundo Zumm entrevista Sandra Brandani
Primeira mulher na presidência da Acirp, uma instituição centenária, a empresária mostra como é possível atuar unindo tradição e inovação
Quem vê a empresária Sandra Brandani à frente da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) consegue reconhecer todo o talento e o trabalho que a transformaram em uma pioneira dentro da instituição: ela é a 1ª mulher a assumir a presidência, em uma história de quase 119 anos.
Mas o que poucos sabem é que seu pioneirismo começou há 40 anos, quando deu seus primeiros passos como empresária, atuando com a família, na indústria de peças e concessionária. “Eu comecei muito cedo com meu pai. Na época, já era diferente ser uma mulher na área de motocicletas. E eu fazia questão de provar meu conhecimento”, lembra. Hoje, todos os dias, ela continua provando o que sabe, mas agora na liderança de uma entidade que tem importância fundamental no desenvolvimento da cidade e da região.
Em entrevista exclusiva ao Mundo Zumm, Sandra dá alguns detalhes de como enfrenta esse novo desafio – iniciado em abril de 2023 e que vai até abril de 2026 –, fala do ponto de vista feminino da situação e ainda revela um pouco da trajetória que a levou a tantas conquistas. Confira os melhores momentos:
Mundo Zumm: Qual era o contexto que você estava inserida ao começar no universo empresarial?
Sandra Brandani: Eu era a caçula da minha família e podia ter apenas me casado, mas eu queria mais. Tanto que cheguei a desmontar uma moto inteira e remontar sozinha. Só que eu era vista como uma ‘Barbie’ da época e, atendendo no balcão, tanto clientes e funcionários ficavam sempre me testando, pedindo cabos coloridos conforme a cor da moto, quando são todos pretos – só para ver se eu caía em alguma pegadinha. Depois, fiz Administração de Empresas, muitos cursos sobre como cuidar de um negócio, e me tornei uma das primeiras mulheres a entender que a Acirp também era para mim.
MZ: Quando você assumiu a liderança da SBS (empresa da família)?
SB: Meu pai nos deixou em 1986 de uma forma muito brusca e, na época, eu tinha só 1% da empresa – meus irmãos homens tinham o restante, embora quem tocava o dia a dia éramos eu e minha irmã. Assim seguimos até 2004, quando tivemos um revés muito grande, devido a uma enchente na nossa loja da Avenida Francisco Junqueira. Perdemos quase tudo. Meu marido chegou a me perguntar se já não era hora de parar, mas eu tinha muitos funcionários, gente que dependia de mim. Então, fizemos um pacto de superar aquilo juntos. Hoje, tenho 100% da SBS. São 12 lojas na região e mais de 50 mil itens.
MZ: Como surgiu a oportunidade de se tornar presidente da Acirp?
SB: Participo da Associação desde 1989, quando comecei a frequentar as reuniões da Distrital-Centro. Integrei diretorias e fui vice-presidente do Dorival Balbino nos últimos dois triênios, uma oportunidade que me preparou para chegar até aqui. Vivo agora, também, um momento diferente, de fazer a transição da gestão [da empresa] para os meus filhos, o que tem sido um desafio. Eu continuo aprendendo. Participar da vida política da Acirp abriu uma oportunidade de fazer a diferença. Fazia tempo que não vinha uma liderança do comércio para a presidência e agora posso agregar a minha experiência e dar continuidade ao que ele vinha fazendo de bom pela entidade.
MZ: Existem muitas mulheres além de você na Acirp?
SB: Nesta minha gestão ainda não são muitas as mulheres, mas já temos mais delas do que nunca, incluindo a superintendente da sede Sul, uma das maiores distritais da Acirp em número de associados. E, na próxima eleição, teremos cada vez mais mulheres – e jovens também – aptas a se candidatarem a esses cargos e a contribuírem com renovação e diversidade dessa estrutura. Nosso objetivo é justamente dar base para o que já ocorre em países desenvolvidos, nos quais a representatividade feminina é proporcional à fatia que elas representam no quadro social.
MZ: Você é a 1ª presidente mulher da Acirp. Você acha que, a partir de agora, será mais fácil que existam outras?
SB: Com certeza, é uma prerrogativa que muda tudo. Mas o estatuto tem regras para composição da chapa e, para termos mais mulheres, é preciso que elas cumpram os requisitos. Elas precisam se associar, precisam se envolver nas gestões e ocupar cargos; precisam ter negócios de sucesso e aparecer, mostrar esse sucesso. E vamos trabalhar cada vez mais para isso. As mulheres são metade da população do mundo e tem habilidade e capacidade para liderar. Tenho certeza de que a próxima diretoria terá maior presença feminina que a atual.
MZ: Como é seu dia a dia na presidência?
SB: Temos alguns apontamentos fixos, mas, em geral, minha agenda muda muito, pois a Acirp está envolvida em todos os grandes eventos da cidade, seja como promotora ou apoiadora. Eu, como presidente, participo ativa e presencialmente dessa programação, como elo institucional e voz representante da entidade. Também mantenho reuniões semanais com as diretorias, gestores e coordenadores que fazem parte da estrutura operacional e administrativa de mais de uma centena de colaboradores. Tenho uma equipe muito competente e, juntos, traçamos as melhores estratégias de atuação e formas de atender nossos associados e parceiros.
MZ: Quais as partes do trabalho que você mais e menos gosta?
SB: Eu gosto muito de conversar com as pessoas. Em muitos eventos, elas vêm para dizer que se sentem inspiradas ou representadas, especialmente as mulheres. Quando conto minha história, elas compartilham a delas e isso cria um ciclo de apoio que me alimenta; quero cada vez mais fazer a diferença. O que não gosto muito é quando esquecem que eu tenho uma vivência, uma experiência muito grande como empresária, enfrentando os desafios que o empreendedor brasileiro conhece bem. Esse conhecimento também me trouxe aqui. Eu lutei por esse reconhecimento, pelo meu espaço.
MZ: O que você planeja para seus anos à frente da Acirp?
SB: Enquanto estiver na presidência, quero levar oportunidades geradas pela Associação não só para o Centro, que é meu xodó e quero muito ver revitalizado, vivo, mas também para os quatro cantos da cidade, pois Ribeirão cresceu muito e têm tido uma expansão incrível nas áreas de todas as nossas distritais. [MZ]
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