“O investimento [em elétricos] está vindo pesado”, avisa gerente da GWM

Especialista no segmento de carros elétricos e híbridos, Renan Baltazar falou com o Mundo Zumm sobre as tendências desse segmento

Embora esteja ainda dominado por duas grandes marcas, que têm brigado pelo maior volume de vendas nos últimos meses, o mercado de veículos elétricos deve continuar em expansão, principalmente no Brasil, que se mantém atrás de outros países. Uma prova desse crescimento contínuo é o maior investimento de outras montadoras no setor, como a Volkswagen, que já assumiu o 3º lugar em vendas, e a chinesa GWM (Great Wall Motors), prestes a entrar com força total no Brasil.

“O principal fabricante de elétricos no mundo hoje é a Tesla, que é muito forte principalmente lá fora. Ela consegue, por enquanto, dominar o mercado devido à estrutura que possui, especialmente de carregamento e manutenção. Mas o mercado está em uma nova etapa e a tendência é que outros atores ganhem espaço, como a própria GWM”, revela Renan Baltazar, gerente comercial da GWM Germânica, que, em breve, abrirá nova concessionária em Ribeirão Preto.

Elétricos no Brasil

Na avaliação de Baltazar, o mercado de elétricos no Brasil ainda está atrasado. Dessa forma, deve levar entre 40 a 50 anos para que haja uma mudança radical na frota de veículos do país, na qual os motores elétricos assumirão o lugar dos movidos à combustão. Contudo, o especialista ressalta que esse ritmo pode mudar, dependendo da força de vontade do governo e das empresas privadas interessadas em mudar esse cenário.

“Agora para 2024, já no meio do ano, a própria GWM estará com uma fábrica nacional em Iracemápolis, no interior de São Paulo. Isso mostra que o investimento está vindo pesado para 2024 e 2025, além da tendência de acelerar um pouco esse movimento dentro do país. Também dará mais segurança e estrutura para novos clientes adquirirem um elétrico e abandonarem de vez os motores à combustão”, avalia o gerente.

Ainda em 2021, a GWM anunciou um investimento de cerca de R$ 10 bilhões no Brasil, incluindo a produção de carros elétricos. O plano é que, na primeira fase, que começou em 2023 e vai até 2025, a montadora injete R$ 4 bilhões para adaptar as instalações e fabricar os primeiros modelos em solo nacional.

O futuro chega à região

De acordo com Baltazar, a aceitação desses modelos em Ribeirão Preto e região tem aumentado cada vez mais, o que pode ser sentido, por exemplo, com a preocupação das pessoas em ter o carregador em casa e até mesmo de fazer instalações elétricas a partir de placas solares justamente para poder carregar o carro.

Além disso, em breve, uma concessionária GWM Germânica será inaugurada na cidade. “Então, acredito que a aceitação no mercado regional foi muito boa e está aumentando. Tivemos um volume de 62 unidades vendidas em Ribeirão Preto só em dezembro, sem falar das outras marcas híbridas e elétricas. E nossa tendência em 2024 é pelo menos dobrar esse número, ainda mais com a concessionária nova”, destaca o gerente.