Propósito claro em tempos de incerteza

Na coluna desta semana, conversei com o empresário Fernando Kalache para entender as atitudes e decisões que o ajudaram a manter um propósito claro mesmo quando o mundo pareceu perder a lógica

Fernando Kalache, fundador da "Pão e Talho" | Crédito: Divulgação — Fernando Kalache, fundador da “Pão e Talho” | Crédito: Divulgação

Por Miguel El Debs *

Algumas reviravoltas profissionais mudam tudo – e nos colocam finalmente no caminho certo. Foi assim com Fernando Kalache, fundador da “Pão e Talho”, que abriu mão da segurança de um outro negócio para empreender naquilo que realmente fazia sentido para ele.

“Eu era sócio de uma fábrica de sapatos femininos. Não gostava do meu trabalho, apesar da segurança financeira que ele me trazia”, lembra. A virada veio quando ele decidiu sair dessa sociedade e abrir a própria empresa no setor de alimentação, área com a qual já se identificava.

“O que me fez ir em frente foi ter um propósito claro: fazer da minha hospitalidade um ciclo virtuoso na minha vida e na vida de outras pessoas”.

Do caos à virada

A maior crise que enfrentada pelo empresário veio com a pandemia. “Tínhamos acabado de mudar de imóvel e aumentar os investimentos e, de um dia para o outro, os pedidos desapareceram. Foram dois anos muito difíceis, mas que nos trouxeram grandes aprendizados”.

Entre eles, a importância de manter caixa disponível e de ter paciência: “momentos difíceis são inevitáveis. No pessoal, aprendi a confiar em mim mesmo. No profissional, aprendi a preparar a empresa para atravessar qualquer mar revolto”.

Fernando Kalache, fundador da "Pão e Talho" acompanhando a produção | Crédito: Divulgação — Fernando Kalache, fundador da “Pão e Talho” acompanhando a produção

Produtos da "Pão e Talho" | Crédito: Divulgação — Fernando Kalache, fundador da “Pão e Talho” acompanhando a produção

No caso de Fernando, a saída, então, foi rápida e criativa: migração do B2B para o B2C, atuando via iFood, investindo em comunicação e na formação de parcerias. Ou seja: sem dinheiro, investiram em tempo e relacionamento.

Quando me perguntam o que diria ao meu “eu” do início da jornada, respondo com firmeza: Faça o que você acredita. Com consistência e disciplina. É exatamente isso que venho praticando desde então.

Reflexão final

A história do Fernando me inspira pela coragem de escolher o caminho menos confortável – mas mais verdadeiro. Quando propósito e ação caminham juntos, a força empreendedora se sustenta até mesmo nos momentos mais desafiadores.