À frente da padaria paulistana, Helena Mil-Homens desconstruiu a ideia de que empreender traria independência e aprendeu a lidar com o tempo
Por Miguel El Debs*
Na edição anterior, conversamos sobre o uso do propósito como uma bússola em tempos de incerteza. Hoje, sigo nessa travessia para contar a história de Helena Mil-Homens, cozinheira e padeira que aprendeu a literalmente respeitar o tempo. À frente da St. Chico, padaria artesanal com quatro unidades na capital paulista, ela descobriu que empreender não é apenas criar, mas também esperar, aceitar e aprender com os limites do processo.
Artesanal com escala
Abrir a St. Chico em 2018 significou encarar um mercado rígido e cheio de padrões, visto que, como lembra Helena, o desafio não se limitava a conquistar espaço, mas a transformar um ofício artesanal em negócio sustentável, sem perder qualidade, mesmo quando a produção crescia.
Helena Mil-Homens na produção da St. Chico | Crédito: Divulgação
“Na época, não eram comuns as padarias artesanais e muito menos expor cardápio na vitrine. Tínhamos que ensinar o cliente a consumir o que estávamos oferecendo”, conta.
O equilíbrio entre quantidade e cuidado virou seu maior aprendizado. “Respeitar o tempo dos produtos é a essência da panificação. Escolher menos quantidade e mais qualidade são valores que servem para a vida também”.
Aprender e reinventar
Se a pandemia foi um divisor de águas para muitos negócios, na St. Chico, virou régua de comparação. “Sempre que aparece um problema grande, comparo com o lockdown. Depois daquilo, nada parece impossível”, garante Helena.
Na rotina, os erros ainda a incomodam, mas ganharam novo sentido e formar pessoas se tornou tão importante quanto fazer pães. “Continuo achando difícil aceitar falhas, mas hoje prefiro que a equipe reconheça, assuma e aprenda a corrigir”.
A inovação também vem do dia a dia. Além das lojas, Helena atende restaurantes, chefs e supermercados, e encara cada pedido como um convite à reinvenção. “Dentro da padaria, tenho que pensar fora da caixa, acompanhar tendências e equilibrar o que o mercado quer com o que conseguimos entregar”.
Helena Mil-Homens em uma das unidades da St. Chico | Crédito: Divulgação
O ofício como destino
Talvez o maior mito que Helena desconstruiu nessa jornada foi a ideia de que empreender traria independência. “Achei que rapidamente a empresa seria autônoma, mas aceitei que estar na padaria todos os dias é o meu ofício. Quando entendi isso, o trabalho ficou mais leve e autêntico”.
Hoje, sua lição é clara: amar o que se faz, sem perder a distância necessária para decidir com sabedoria. Como ela mesma diz, “ame o que você faz, mas não se apaixone pelo trabalho”.
Miguel El Debs | Crédito: Érico Andrade
Por isso, Helena me lembra que empreender é lidar com o tempo – o do forno, o da equipe, o do mercado e, sobretudo, o tempo interno de amadurecer. O ofício só floresce quando aprendemos a respeitar esse ritmo.
Se você conhece alguém cuja história empreendedora merece ser contada, escreva para contato@grupozumm.com.br
* Miguel El Debs, sócio do Grupo ZK, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte e Head do LIDE Empreendedor | Ribeirão Preto
St.Chico e o modo como o tempo ensina o ofício
À frente da padaria paulistana, Helena Mil-Homens desconstruiu a ideia de que empreender traria independência e aprendeu a lidar com o tempo
Por Miguel El Debs*
Na edição anterior, conversamos sobre o uso do propósito como uma bússola em tempos de incerteza. Hoje, sigo nessa travessia para contar a história de Helena Mil-Homens, cozinheira e padeira que aprendeu a literalmente respeitar o tempo. À frente da St. Chico, padaria artesanal com quatro unidades na capital paulista, ela descobriu que empreender não é apenas criar, mas também esperar, aceitar e aprender com os limites do processo.
Artesanal com escala
Abrir a St. Chico em 2018 significou encarar um mercado rígido e cheio de padrões, visto que, como lembra Helena, o desafio não se limitava a conquistar espaço, mas a transformar um ofício artesanal em negócio sustentável, sem perder qualidade, mesmo quando a produção crescia.
“Na época, não eram comuns as padarias artesanais e muito menos expor cardápio na vitrine. Tínhamos que ensinar o cliente a consumir o que estávamos oferecendo”, conta.
O equilíbrio entre quantidade e cuidado virou seu maior aprendizado. “Respeitar o tempo dos produtos é a essência da panificação. Escolher menos quantidade e mais qualidade são valores que servem para a vida também”.
Aprender e reinventar
Se a pandemia foi um divisor de águas para muitos negócios, na St. Chico, virou régua de comparação. “Sempre que aparece um problema grande, comparo com o lockdown. Depois daquilo, nada parece impossível”, garante Helena.
Na rotina, os erros ainda a incomodam, mas ganharam novo sentido e formar pessoas se tornou tão importante quanto fazer pães. “Continuo achando difícil aceitar falhas, mas hoje prefiro que a equipe reconheça, assuma e aprenda a corrigir”.
A inovação também vem do dia a dia. Além das lojas, Helena atende restaurantes, chefs e supermercados, e encara cada pedido como um convite à reinvenção. “Dentro da padaria, tenho que pensar fora da caixa, acompanhar tendências e equilibrar o que o mercado quer com o que conseguimos entregar”.
O ofício como destino
Talvez o maior mito que Helena desconstruiu nessa jornada foi a ideia de que empreender traria independência. “Achei que rapidamente a empresa seria autônoma, mas aceitei que estar na padaria todos os dias é o meu ofício. Quando entendi isso, o trabalho ficou mais leve e autêntico”.
Hoje, sua lição é clara: amar o que se faz, sem perder a distância necessária para decidir com sabedoria. Como ela mesma diz, “ame o que você faz, mas não se apaixone pelo trabalho”.
Por isso, Helena me lembra que empreender é lidar com o tempo – o do forno, o da equipe, o do mercado e, sobretudo, o tempo interno de amadurecer. O ofício só floresce quando aprendemos a respeitar esse ritmo.
Se você conhece alguém cuja história empreendedora merece ser contada, escreva para contato@grupozumm.com.br
* Miguel El Debs, sócio do Grupo ZK, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte e Head do LIDE Empreendedor | Ribeirão Preto
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