A maternidade é, sim, cheia de felicidades, mas isso não anula as dificuldades e os sacrifícios diários que as mães precisam fazer pelos filhos
Ver aparecer os dois risquinhos naquele teste ou ter a confirmação por meio de um exame de sangue pode ser um momento de grande alívio e felicidade, assim como pode trazer à tona diversos medos e inseguranças. O que é sabido é que, daquele momento em diante, os dias não serão mais as mesmos. A mulher está prestes a se tornar mãe.
A psicóloga Amanda Trivellato
A maternidade como um todo está recheada de felicidades: o 1º olhar no bebê, o cheiro da criança, o 1º sorriso, a paz que transmite quando está dormindo. Mesmo que tudo isso seja verdade – e é! –, as felicidades não anulam todos os sacrifícios e as dores das famílias. Não transformam as noites mal dormidas em descanso e com, certeza, não faz com que as dores nos seios da amamentação virem magicamente uma sensação de conforto e aconchego.
A psicóloga Amanda Trivellato, que é especialista em burnout parental, aponta que a romantização da maternidade é uma realidade que precisa ser enfrentada. “É um momento em que se coloca a maternidade como algo simples, fácil, sem obstáculos, sem dificuldades, algo que muitas vezes acaba gerando a comparação entre as mães”.
Ao falar de “romantização”, o termo se refere a uma idealização da maternidade, colocando-a em um pedestal, no qual os olhos se voltam somente ao que é fácil, bom e agradável, sem levar em consideração que pode (e vai) apresentar desafios.
Romantização de dentro para fora ou de fora para dentro?
Questionada sobre de onde surge essa romantização da maternidade, Amanda explica que a idealização de uma mãe perfeita pode surgir a partir de expectativas já estabelecidas antes mesmo da existência da criança, como também surgir ou ser constantemente alimentada pelo ambiente que essa família está inserida.
“Nas redes sociais, quando temos pessoas mostrando apenas um lado dessa maternidade, isso acaba gerando comparação e frustração. Essa frustração de olhar aquela mãe e falar: ‘nossa, ela consegue amamentar, eu não’, ‘ela dá conta de brincar com o filho dela, e eu não’, ‘olha, ela viajou sozinha com os filhos’”, explica. Soma-se a isso ainda discursos como “nossa, mas seu filho ainda não anda?!” ou “nossa, ele ainda não está falando?!”, os quais são, na maioria das vezes, dito a mães que estão buscando dar o melhor de si.
“Tudo isso pode desencadear um afastamento da mãe real que ela é e gerar a frustração de não ‘conseguir’ alcançar aquele objetivo idealizado. Um dos prejuízos que podemos pensar é o distanciamento dessa mãe. É essa mãe começar a se sentir mais ansiosa, mais deprimida, achar que não vai dar conta, que não é uma uma boa mãe e, assim, começar a duvidar de si mesma”.
Por fim, o burnout parental
Na sua dissertação de mestrado, Amanda define o burnout parental como “um estresse intenso que pode ser contínuo, recorrente ou pontual”, tendo como principais sintomas a exaustão mental, física e emocional. Segundo a psicóloga, esse tipo de estresse faz com que os pais sintam cansaço e até dificuldade de levantar da cama por saberem que precisam cuidar de seus filhos.
Pode parecer exagero dizer que aquilo iniciado como frustração tenha como fim um estresse tão intenso, mas esse acúmulo de ansiedade, se não for cuidado e olhado com atenção, pode provocar, inclusive, um distanciamento emocional dos filhos.
O equilíbrio é a luz no fim do túnel
A relação mãe-ambiente e a dela consigo mesma precisa de um cuidado especial. Amanda, que acabou de ter o 1º filho, conta que para lidar com o excesso de informações sobre o tema, sem o sentimento de culpa, é preciso “não entrar nas armadilhas”.
“É preciso se manter vinculado ao que faz sentido para a própria mãe. Os palpites vão vir, mas nada como aprender a escutá-los e ver se faz sentido para a mãe e o pai.”
Ela destaca também que alguns momentos são mais delicados que outros e que, quando isso acontece, é preciso ter um autoacolhimento. “É normal que a expectativa criada por mim ou por outros seja frustrada, isso faz parte e acontecerá com frequência. É preciso entender que faço a minha parte, que não sou uma Mulher-Maravilha, que não vou superar as expectativas de todos, que não sou uma mãe perfeita e que isso não existe”.
Outra estratégia é conversar com profissionais, pesquisar sobre o assunto por conta própria e, aos poucos, ir desfazendo estigmas em relação ao assunto.
“Quanto mais mãe se conhece e tem autoconhecimento – seja por via do processo terapêutico ou até de um bate-papo com a amigas –, quanto mais ela sabe como ela é e o que faz sentido para si, ela entra cada vez menos nessa romantização da maternidade, nessa idealização que vai muito além do externo.”
A romantização da maternidade e o burnout parental
A maternidade é, sim, cheia de felicidades, mas isso não anula as dificuldades e os sacrifícios diários que as mães precisam fazer pelos filhos
Ver aparecer os dois risquinhos naquele teste ou ter a confirmação por meio de um exame de sangue pode ser um momento de grande alívio e felicidade, assim como pode trazer à tona diversos medos e inseguranças. O que é sabido é que, daquele momento em diante, os dias não serão mais as mesmos. A mulher está prestes a se tornar mãe.
A maternidade como um todo está recheada de felicidades: o 1º olhar no bebê, o cheiro da criança, o 1º sorriso, a paz que transmite quando está dormindo. Mesmo que tudo isso seja verdade – e é! –, as felicidades não anulam todos os sacrifícios e as dores das famílias. Não transformam as noites mal dormidas em descanso e com, certeza, não faz com que as dores nos seios da amamentação virem magicamente uma sensação de conforto e aconchego.
A psicóloga Amanda Trivellato, que é especialista em burnout parental, aponta que a romantização da maternidade é uma realidade que precisa ser enfrentada. “É um momento em que se coloca a maternidade como algo simples, fácil, sem obstáculos, sem dificuldades, algo que muitas vezes acaba gerando a comparação entre as mães”.
Ao falar de “romantização”, o termo se refere a uma idealização da maternidade, colocando-a em um pedestal, no qual os olhos se voltam somente ao que é fácil, bom e agradável, sem levar em consideração que pode (e vai) apresentar desafios.
Romantização de dentro para fora ou de fora para dentro?
Questionada sobre de onde surge essa romantização da maternidade, Amanda explica que a idealização de uma mãe perfeita pode surgir a partir de expectativas já estabelecidas antes mesmo da existência da criança, como também surgir ou ser constantemente alimentada pelo ambiente que essa família está inserida.
“Nas redes sociais, quando temos pessoas mostrando apenas um lado dessa maternidade, isso acaba gerando comparação e frustração. Essa frustração de olhar aquela mãe e falar: ‘nossa, ela consegue amamentar, eu não’, ‘ela dá conta de brincar com o filho dela, e eu não’, ‘olha, ela viajou sozinha com os filhos’”, explica. Soma-se a isso ainda discursos como “nossa, mas seu filho ainda não anda?!” ou “nossa, ele ainda não está falando?!”, os quais são, na maioria das vezes, dito a mães que estão buscando dar o melhor de si.
“Tudo isso pode desencadear um afastamento da mãe real que ela é e gerar a frustração de não ‘conseguir’ alcançar aquele objetivo idealizado. Um dos prejuízos que podemos pensar é o distanciamento dessa mãe. É essa mãe começar a se sentir mais ansiosa, mais deprimida, achar que não vai dar conta, que não é uma uma boa mãe e, assim, começar a duvidar de si mesma”.
Por fim, o burnout parental
Na sua dissertação de mestrado, Amanda define o burnout parental como “um estresse intenso que pode ser contínuo, recorrente ou pontual”, tendo como principais sintomas a exaustão mental, física e emocional. Segundo a psicóloga, esse tipo de estresse faz com que os pais sintam cansaço e até dificuldade de levantar da cama por saberem que precisam cuidar de seus filhos.
Pode parecer exagero dizer que aquilo iniciado como frustração tenha como fim um estresse tão intenso, mas esse acúmulo de ansiedade, se não for cuidado e olhado com atenção, pode provocar, inclusive, um distanciamento emocional dos filhos.
O equilíbrio é a luz no fim do túnel
A relação mãe-ambiente e a dela consigo mesma precisa de um cuidado especial. Amanda, que acabou de ter o 1º filho, conta que para lidar com o excesso de informações sobre o tema, sem o sentimento de culpa, é preciso “não entrar nas armadilhas”.
Ela destaca também que alguns momentos são mais delicados que outros e que, quando isso acontece, é preciso ter um autoacolhimento. “É normal que a expectativa criada por mim ou por outros seja frustrada, isso faz parte e acontecerá com frequência. É preciso entender que faço a minha parte, que não sou uma Mulher-Maravilha, que não vou superar as expectativas de todos, que não sou uma mãe perfeita e que isso não existe”.
Outra estratégia é conversar com profissionais, pesquisar sobre o assunto por conta própria e, aos poucos, ir desfazendo estigmas em relação ao assunto.
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