Seja superar vários quilômetros, madrugar para treinar ou colocar a resistência do corpo à prova: nada desanima quem se descobriu apaixonado pelo ciclismo
“O único ‘contra’ do ciclismo é não experimentar”, define a profissional de Educação Física Gabriela Ferranti Belloube sobre a prática esportiva que definitivamente conquistou seu coração. E não só o dela.
De acordo com informações do site “Máquina de esporte”, o Brasil possuía, até março deste ano, cerca de 70 milhões de bicicletas, com uma produção anual de 2,5 milhões de unidades. Tais números dão ao nosso país o status de 4º maior produtor mundial. E embora esses dados incluam as bicicletas usadas como meio de transporte, é inegável que a quantidade de adeptos ao esporte vem crescendo, especialmente na região de Ribeirão Preto.
Então, para entender as razões de tanta gente entrar nesse clube, conversamos com quatro ciclistas da cidade, que vivenciam a bicicleta de várias formas, mas que têm, em comum, corações que há muito tempo são ritmados pelas pedaladas.
Qualidade de vida
A presença da bicicleta na vida de Gabriela começou muito cedo, quando, ainda pequena, presenciava o envolvimento dos irmãos e do pai com as magrelas. “Meu pai tinha uma loja de peças para bikes, mas eu me interessava mais pela prática, já que era apaixonada por esportes. Ainda criança, andava pelas ruas do bairro, como uma brincadeira. Por volta dos 15 anos, sob influência do meu irmão, que já participava de competições, eu comecei a andar e competir de MTB (ciclismo na terra). Aí, na faculdade, aprimorei a prática e o esporte”, lembra.
Naquele momento, ficou claro para a educadora física que o ciclismo seria uma forma de se realizar e superar desafios, além de um grande aliado à sua saúde emocional e mental. “A prática me auxiliou e ainda auxilia no tratamento de Ansiedade. No ciclismo, podemos compartilhar momentos e paisagens incríveis, e é muito gostoso ver a evolução e superação de cada um”, explica Gabriela, que atualmente dá aulas de spinning e faz mentorias para aqueles que desejam iniciar a prática.
Ainda que esteja em contato com a bicicleta diariamente, por conta da profissão, ela avalia que não consegue dedicar o tempo que gostaria a “essa amiga”. “Por conta da rotina, não posso conciliar tantos treinos e competições de MTB, que é minha paixão. Mas sempre que consigo, saio para pedalar com amigos.”
Momento marcante
“Recentemente, participei de uma competição de Cross Duatlon em Sertãozinho (SP), que me inscrevi por conta de uma aposta com a minha cunhada. Foi a 1ª prova que participei após a pandemia. Além do percurso, a parte emocionante foi ter, na chegada, uma atleta que me inspiro muito como exemplo de garra e disciplina: Maria Zeferina. E, surpreendentemente, fiquei em 1º lugar na classificação geral feminina. A prova foi um momento de desafio, superação e realização.”
Vá de bike, sempre!
Nos anos 80, o designer empresário Luiz Gustavo Villela mudou para Ribeirão Preto ainda criança e, buscando sua turma, começou a praticar o BMX com as bicicletas de cross. Quando se deu conta, já participava de importantes competições com os títulos Paulista e Brasileiro. Mas a vida acontece.
Aos 18 anos, ele parou com as competições e depois veio faculdade, trabalho, filha… eram poucas as pedaladas – ainda que contínuas. “Acabou que eu pedalava muito pouco. Já com 30 anos, finalmente retomei, embora não com tanta intensidade. Ao mesmo tempo, nessa época, entendi que o ciclismo era o meu esporte e me posicionei para incentivá-lo como prática esportiva”, lembra.
Hoje, a bicicleta está oficial e constantemente no seu dia a dia. “Tenho uma rotina de três a quatro vezes por semana: duas vezes de Speed à noite, com a assessoria da Triple. Aos finais de semana, o pedal é de MTB, em percursos de 60km a 100km. Já as competições ocorrem aos domingos. Em média, pedalo 200km por semana”.
Como não podia ser diferente, ele se declara um “entusiasta amante do ciclismo”, que usa a bicicleta para tudo: logística/deslocamento, socialização, condicionamento físico, cicloturismo e competição. “É uma concentração de endorfina, bem-estar, vigor físico, superar desafios, aprimorar nível de atenção, novos amigos… São estímulos que ajudam na vida pessoal e profissional”, define.
Momento marcante
“Prova Bike Series, em Interlagos 2022. Foram 91km, em três horas, 21 voltas, passando pela curva ‘S’ do Senna, ouvindo a trilha do Senna perto dos boxes na reta final e – o mais fantástico como entusiasta – tendo a Michelle Ragozoni, minha namorada recém-ciclista, encarando comigo a prova e as várias horas de pedal. Foi histórico”.
Chegando aonde só a bike pode levar
Na vida do empresário Flávio Andrei Medeiros de Jesus, a bicicleta só não aparece todos os dias, porque seu trabalho exige muitas viagens. Por outro lado, ela é presença constante desde os seus 10 anos. “No início, comecei a pedalar pensando na saúde física. Hoje, ela integra minha rotina e meus hábitos, me complementando físico e mentalmente”, garante.
Essa parceria de todas as horas reflete também o seu perfil de praticante. Quando questionado sobre “que tipo de ciclista é”, ele logo explica: “Pedalo na estrada, montanha, cidade e em casa. Tenho quatro bicicletas, uma para cada modalidade, inclusive de spinning, para dias de muito frio ou chuvosos. Às vezes, vou para o trabalho de bicicleta, já participei de competições e, uma ou duas vezes por ano, faço viagens de quatro dias, como o Caminho da Fé”.
O empresário também não pensa duas vezes para colocar o ciclismo como uma parte indispensável do seu estilo de vida. “Me complementa, equilibra minha saúde física e mental, e contribui para todo o resto. Com esses benefícios surtindo efeito, tenho a sensação de liberdade e pude conhecer lugares e paisagens incríveis”.
Momento marcante
“Quando estávamos em grupo, pedalando na Serra da Canastra, no final do dia, não pudemos atravessar uma área, pois estava interditada devido a uma queimada. Ao voltar, encontramos uma pousada e conseguimos nos hospedar. Lá, em meio às montanhas, tive a oportunidade de ver uma das mais lindas paisagens que já presenciei na vida e um pôr do sol incrível. E junto a amigos, boa conversa, comida maravilhosa e cerveja”.
Paixão compartilhada
Depois de ter sido convidado por um amigo a participar de um grupo de pedal e começar com uma bicicleta emprestada, o zootecnista Elder Queiroz Ticianeli nunca mais parou. Ali, naquele mesmo dia, seu coração acelerou não só por causa do esporte, mas pela turma que compartilhava aquele mesmo amor. “Já no primeiro dia, gostei de tudo: da bike, das pessoas, dos locais por onde andamos. Só não gostei do selin, que demorou um pouco para me acostumar”, brinca, revelando ainda que está até hoje com a mesma galera!
Na verdade, o grupo aumentou. Porque depois de se apaixonar pela prática, ele levou junto sua esposa e seu filho. “No meu caso, sou do tipo ‘Tem terra? Estou dentro!’ Não costumo participar de provas. Prefiro curtir o passeio. Mas meu filho de 15 anos está competindo e levando muito sério o ciclismo, que começou como brincadeira”, conta.
E mesmo que acorde às 5h30 diariamente, o zootecnista afirma que nem liga de se levantar mais cedo nos dias em que vai pedalar, porque, para ele, a bike só melhora sua qualidade de vida: “ganhei amigos, conheci lugares, perdi peso, meus exames melhoraram, assim como meu astral!”
Momento marcante
“Os momentos que mais me emocionam, como principal ‘paitrocinio’ de meu filho, é quando ele está na largada, prestes a competir. Fico emocionado com a concentração dele. Não me importo com o resultado – apesar de ele ir muito bem nas provas! Outra coisa que acho muito emocionante é o pessoal que compete na categoria PcD. Sempre me enche os olhos de lágrimas. São atletas de muita garra e força de vontade!”
Coração no ritmo das pedaladas
Seja superar vários quilômetros, madrugar para treinar ou colocar a resistência do corpo à prova: nada desanima quem se descobriu apaixonado pelo ciclismo
“O único ‘contra’ do ciclismo é não experimentar”, define a profissional de Educação Física Gabriela Ferranti Belloube sobre a prática esportiva que definitivamente conquistou seu coração. E não só o dela.
De acordo com informações do site “Máquina de esporte”, o Brasil possuía, até março deste ano, cerca de 70 milhões de bicicletas, com uma produção anual de 2,5 milhões de unidades. Tais números dão ao nosso país o status de 4º maior produtor mundial. E embora esses dados incluam as bicicletas usadas como meio de transporte, é inegável que a quantidade de adeptos ao esporte vem crescendo, especialmente na região de Ribeirão Preto.
Então, para entender as razões de tanta gente entrar nesse clube, conversamos com quatro ciclistas da cidade, que vivenciam a bicicleta de várias formas, mas que têm, em comum, corações que há muito tempo são ritmados pelas pedaladas.
Qualidade de vida
A presença da bicicleta na vida de Gabriela começou muito cedo, quando, ainda pequena, presenciava o envolvimento dos irmãos e do pai com as magrelas. “Meu pai tinha uma loja de peças para bikes, mas eu me interessava mais pela prática, já que era apaixonada por esportes. Ainda criança, andava pelas ruas do bairro, como uma brincadeira. Por volta dos 15 anos, sob influência do meu irmão, que já participava de competições, eu comecei a andar e competir de MTB (ciclismo na terra). Aí, na faculdade, aprimorei a prática e o esporte”, lembra.
Naquele momento, ficou claro para a educadora física que o ciclismo seria uma forma de se realizar e superar desafios, além de um grande aliado à sua saúde emocional e mental. “A prática me auxiliou e ainda auxilia no tratamento de Ansiedade. No ciclismo, podemos compartilhar momentos e paisagens incríveis, e é muito gostoso ver a evolução e superação de cada um”, explica Gabriela, que atualmente dá aulas de spinning e faz mentorias para aqueles que desejam iniciar a prática.
Ainda que esteja em contato com a bicicleta diariamente, por conta da profissão, ela avalia que não consegue dedicar o tempo que gostaria a “essa amiga”. “Por conta da rotina, não posso conciliar tantos treinos e competições de MTB, que é minha paixão. Mas sempre que consigo, saio para pedalar com amigos.”
Momento marcante
“Recentemente, participei de uma competição de Cross Duatlon em Sertãozinho (SP), que me inscrevi por conta de uma aposta com a minha cunhada. Foi a 1ª prova que participei após a pandemia. Além do percurso, a parte emocionante foi ter, na chegada, uma atleta que me inspiro muito como exemplo de garra e disciplina: Maria Zeferina. E, surpreendentemente, fiquei em 1º lugar na classificação geral feminina. A prova foi um momento de desafio, superação e realização.”
Vá de bike, sempre!
Nos anos 80, o designer empresário Luiz Gustavo Villela mudou para Ribeirão Preto ainda criança e, buscando sua turma, começou a praticar o BMX com as bicicletas de cross. Quando se deu conta, já participava de importantes competições com os títulos Paulista e Brasileiro. Mas a vida acontece.
Aos 18 anos, ele parou com as competições e depois veio faculdade, trabalho, filha… eram poucas as pedaladas – ainda que contínuas. “Acabou que eu pedalava muito pouco. Já com 30 anos, finalmente retomei, embora não com tanta intensidade. Ao mesmo tempo, nessa época, entendi que o ciclismo era o meu esporte e me posicionei para incentivá-lo como prática esportiva”, lembra.
Hoje, a bicicleta está oficial e constantemente no seu dia a dia. “Tenho uma rotina de três a quatro vezes por semana: duas vezes de Speed à noite, com a assessoria da Triple. Aos finais de semana, o pedal é de MTB, em percursos de 60km a 100km. Já as competições ocorrem aos domingos. Em média, pedalo 200km por semana”.
Como não podia ser diferente, ele se declara um “entusiasta amante do ciclismo”, que usa a bicicleta para tudo: logística/deslocamento, socialização, condicionamento físico, cicloturismo e competição. “É uma concentração de endorfina, bem-estar, vigor físico, superar desafios, aprimorar nível de atenção, novos amigos… São estímulos que ajudam na vida pessoal e profissional”, define.
Momento marcante
“Prova Bike Series, em Interlagos 2022. Foram 91km, em três horas, 21 voltas, passando pela curva ‘S’ do Senna, ouvindo a trilha do Senna perto dos boxes na reta final e – o mais fantástico como entusiasta – tendo a Michelle Ragozoni, minha namorada recém-ciclista, encarando comigo a prova e as várias horas de pedal. Foi histórico”.
Chegando aonde só a bike pode levar
Na vida do empresário Flávio Andrei Medeiros de Jesus, a bicicleta só não aparece todos os dias, porque seu trabalho exige muitas viagens. Por outro lado, ela é presença constante desde os seus 10 anos. “No início, comecei a pedalar pensando na saúde física. Hoje, ela integra minha rotina e meus hábitos, me complementando físico e mentalmente”, garante.
Essa parceria de todas as horas reflete também o seu perfil de praticante. Quando questionado sobre “que tipo de ciclista é”, ele logo explica: “Pedalo na estrada, montanha, cidade e em casa. Tenho quatro bicicletas, uma para cada modalidade, inclusive de spinning, para dias de muito frio ou chuvosos. Às vezes, vou para o trabalho de bicicleta, já participei de competições e, uma ou duas vezes por ano, faço viagens de quatro dias, como o Caminho da Fé”.
O empresário também não pensa duas vezes para colocar o ciclismo como uma parte indispensável do seu estilo de vida. “Me complementa, equilibra minha saúde física e mental, e contribui para todo o resto. Com esses benefícios surtindo efeito, tenho a sensação de liberdade e pude conhecer lugares e paisagens incríveis”.
Momento marcante
“Quando estávamos em grupo, pedalando na Serra da Canastra, no final do dia, não pudemos atravessar uma área, pois estava interditada devido a uma queimada. Ao voltar, encontramos uma pousada e conseguimos nos hospedar. Lá, em meio às montanhas, tive a oportunidade de ver uma das mais lindas paisagens que já presenciei na vida e um pôr do sol incrível. E junto a amigos, boa conversa, comida maravilhosa e cerveja”.
Paixão compartilhada
Depois de ter sido convidado por um amigo a participar de um grupo de pedal e começar com uma bicicleta emprestada, o zootecnista Elder Queiroz Ticianeli nunca mais parou. Ali, naquele mesmo dia, seu coração acelerou não só por causa do esporte, mas pela turma que compartilhava aquele mesmo amor. “Já no primeiro dia, gostei de tudo: da bike, das pessoas, dos locais por onde andamos. Só não gostei do selin, que demorou um pouco para me acostumar”, brinca, revelando ainda que está até hoje com a mesma galera!
Na verdade, o grupo aumentou. Porque depois de se apaixonar pela prática, ele levou junto sua esposa e seu filho. “No meu caso, sou do tipo ‘Tem terra? Estou dentro!’ Não costumo participar de provas. Prefiro curtir o passeio. Mas meu filho de 15 anos está competindo e levando muito sério o ciclismo, que começou como brincadeira”, conta.
E mesmo que acorde às 5h30 diariamente, o zootecnista afirma que nem liga de se levantar mais cedo nos dias em que vai pedalar, porque, para ele, a bike só melhora sua qualidade de vida: “ganhei amigos, conheci lugares, perdi peso, meus exames melhoraram, assim como meu astral!”
Momento marcante
“Os momentos que mais me emocionam, como principal ‘paitrocinio’ de meu filho, é quando ele está na largada, prestes a competir. Fico emocionado com a concentração dele. Não me importo com o resultado – apesar de ele ir muito bem nas provas! Outra coisa que acho muito emocionante é o pessoal que compete na categoria PcD. Sempre me enche os olhos de lágrimas. São atletas de muita garra e força de vontade!”
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