A neuropedagoga Marjorie Bert avalia o impacto da nova lei e soluções viáveis a fim de garantir uma transição tranquila frente à proibição de celular
A questão do uso de celulares nas escolas tem sido amplamente discutida em diversos países, inclusive no Brasil, onde foi sancionada uma lei que proíbe tal uso os dispositivos móveis no ambiente escolar. No entanto, essa medida levanta debates sobre como essa restrição pode afetar o desempenho acadêmico e o desenvolvimento dos estudantes.
De acordo com a neuropsicopedagoga Marjorie Bert, o principal argumento a favor da proibição de celulares nas escolas é que esses dispositivos são uma fonte de distração. O fácil acesso às redes sociais, aos jogos e a outras formas de entretenimento desviam a atenção dos alunos das aulas e atividades acadêmicas.
Diante disso, a legislação que restringe o uso de celulares nas escolas visa, em essência, criar um ambiente mais propício ao aprendizado, no qual os alunos sejam mais focados em suas tarefas escolares. “Isso também envolve a ideia de que, sem a presença constante de smartphones, os estudantes se engajam mais ativamente nas interações presenciais e na participação em sala de aula”, destaca a especialista.
Ela ressalta ainda que outro ponto importante da restrição é o aumento da interação social presencial entre os alunos. Ao invés de estarem isolados em seus próprios mundos digitais, os estudantes podem ser incentivados a se comunicarem mais uns com os outros, desenvolvendo habilidades sociais significativas, como empatia, comunicação e trabalho em equipe.
“Ao meu ver, a regulamentação do uso de celulares nas escolas tem o potencial de melhorar o desempenho acadêmico dos alunos, principalmente ao reduzir distrações e aumentar a concentração em atividades escolares. Além disso, pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades sociais e uma maior interação entre alunos e professores. No entanto, é importante que essa medida seja inovadora de maneira equilibrada, levando em consideração o potencial educativo da tecnologia e dos diferentes contextos socioeconômicos em que os estudantes estão inseridos”.
Transição sem crise
Segundo Marjorie Bert, a transição para um ambiente escolar sem o uso de celulares é um desafio para os alunos, especialmente aqueles que estão habituados a mexer no aparelho com frequência.
Ela sugere que uma solução viável para evitar choques e crises diante da proibição de celular nas escolas poderia ser a restrição controlada do uso, permitindo que eles fossem usados em momentos específicos para fins educacionais, como pesquisa, organização de tarefas e até mesmo o desenvolvimento de habilidades tecnológicas, fundamentais em um mundo cada vez mais digitalizado.
“Dessa forma, as escolas podem tirar proveito da tecnologia, ao mesmo tempo em que garantem que ela não interfira no desempenho acadêmico dos alunos”, aconselha.
A seguir, algumas dicas da especialista para lidar com esse impacto e tornar o processo mais flexível:
Desenvolva a consciência digital
“Eduque os alunos sobre os benefícios de reduzir o tempo de tela e os possíveis impactos do uso excessivo de celulares, como a diminuição da produtividade e a sobrecarga mental. Incentive às práticas de ‘desintoxicação digital’ como uma forma de autocuidado, mostrando que a ausência de tecnologia pode ser positiva”.
Incentivo às atividades físicas e interativas
“Atividades físicas e jogos educacionais são boas alternativas para ocupar o tempo livre que os alunos costumam usar no celular. Proponha dinâmicas de grupo que estimulem o aprendizado, a socialização e a interação presencial, substituindo o tempo de tela por experiências mais enriquecedoras”.
Ofereça atividades criativas
“Estimule os alunos a explorarem hobbies e atividades criativas que não envolvam o uso de tecnologia, a exemplo de desenho, escrita, música ou artesanato. Essas atividades podem ser implementadas durante os intervalos ou em momentos específicos na sala de aula, como alternativa interessante ao tempo que passariam nos celulares”.
Facilite o acesso aos recursos necessários
“A escola pode oferecer alternativas simples e acessíveis, como bibliotecas digitais ou computadores escolares. Isso reduz a ansiedade relacionada à falta de acesso rápido à informação”.
Reforço positivo
“Celebre as conquistas dos alunos que se adaptam bem à nova rotina sem celular. Ofereça recompensas simbólicas ou elogios àqueles que demonstram disciplina e engajamento, criando uma aplicação extra para a acessibilidade das novas regras”.
Explique a importância das regras
“É importante que os alunos compreendam o porquê da lei. Promova debates ou rodas de conversa para que eles possam expressar suas opiniões e preocupações sobre o tema, e também reforce os benefícios de serem mais focados e presentes nas atividades escolares”.
Os resultados da proibição de celular no longo prazo
Quando os alunos percebem que a restrição ao uso do celular na escola contribui para melhorar o aprendizado, podem ocorrer diversos impactos positivos na saúde mental, além dos relacionados à educação.
A neuropedagoga elenca alguns desses efeitos positivos:
Redução da ansiedade e da distração
Menos comparações sociais: “as redes sociais, muitas vezes, intensificam a ansiedade e a comparação com outros. Ao se afastarem dessas plataformas durante o período escolar, os alunos se sentem menos pressionados em relação à aparência, desempenho e vida social”.
Foco e concentração aprimorados: “ao perceberem que estão mais atentos às aulas e ao conteúdo, sem a distração constante dos dispositivos, a sensação de produtividade traz maior satisfação pessoal, promovendo bem-estar emocional”.
Melhoria no autocontrole
Autonomia emocional: “aprender a controlar o impulso de usar o celular e focar nas atividades acadêmicas contribui para o desenvolvimento de habilidades de autorregulação, o que, por sua vez, tem impacto positivo na autoestima e no senso de capacidade”.
Aumento da conexão social
Interações mais genuínas: “sem o celular como distração, os alunos têm mais oportunidades de desenvolver interações sociais presenciais, fortalecendo vínculos de amizade e colaboração. Isso pode reduzir sentimentos de isolamento e aumentar a sensação de pertencimento.
Melhora na empatia e nas habilidades interpessoais: “a comunicação cara a cara permite que os alunos pratiquem habilidades sociais importantes, como a escuta ativa, empatia e resolução de conflitos”.
Menor estresse e pressão
Redução de sobrecarga de informações: “a ausência constante de notificações e a pausa no consumo ininterrupto de informações pode aliviar o estresse e dar aos alunos mais tranquilidade mental”.
Ciclo de sono mais regular: “a diminuição do uso de celulares, principalmente à noite, pode melhorar a qualidade do sono, tendo efeitos profundos na saúde mental e no rendimento acadêmico”.
Aumento da satisfação pessoal
Sensação de progresso: “a percepção de que o rendimento escolar está melhorando ao limitar o uso do celular gera uma sensação de realização e competência, fortalecendo a autoconfiança”.
Clareza mental e redução de multitarefas: “com menos distrações, os alunos experimentam um maior senso de clareza mental, o que reduz a frustração associada à multitarefa e à sensação que estão sobrecarregados”.
Como a proibição de celular nas escolas pode afetar o desempenho dos alunos?
A neuropedagoga Marjorie Bert avalia o impacto da nova lei e soluções viáveis a fim de garantir uma transição tranquila frente à proibição de celular
A questão do uso de celulares nas escolas tem sido amplamente discutida em diversos países, inclusive no Brasil, onde foi sancionada uma lei que proíbe tal uso os dispositivos móveis no ambiente escolar. No entanto, essa medida levanta debates sobre como essa restrição pode afetar o desempenho acadêmico e o desenvolvimento dos estudantes.
De acordo com a neuropsicopedagoga Marjorie Bert, o principal argumento a favor da proibição de celulares nas escolas é que esses dispositivos são uma fonte de distração. O fácil acesso às redes sociais, aos jogos e a outras formas de entretenimento desviam a atenção dos alunos das aulas e atividades acadêmicas.
Diante disso, a legislação que restringe o uso de celulares nas escolas visa, em essência, criar um ambiente mais propício ao aprendizado, no qual os alunos sejam mais focados em suas tarefas escolares. “Isso também envolve a ideia de que, sem a presença constante de smartphones, os estudantes se engajam mais ativamente nas interações presenciais e na participação em sala de aula”, destaca a especialista.
Ela ressalta ainda que outro ponto importante da restrição é o aumento da interação social presencial entre os alunos. Ao invés de estarem isolados em seus próprios mundos digitais, os estudantes podem ser incentivados a se comunicarem mais uns com os outros, desenvolvendo habilidades sociais significativas, como empatia, comunicação e trabalho em equipe.
“Ao meu ver, a regulamentação do uso de celulares nas escolas tem o potencial de melhorar o desempenho acadêmico dos alunos, principalmente ao reduzir distrações e aumentar a concentração em atividades escolares. Além disso, pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades sociais e uma maior interação entre alunos e professores. No entanto, é importante que essa medida seja inovadora de maneira equilibrada, levando em consideração o potencial educativo da tecnologia e dos diferentes contextos socioeconômicos em que os estudantes estão inseridos”.
Transição sem crise
Segundo Marjorie Bert, a transição para um ambiente escolar sem o uso de celulares é um desafio para os alunos, especialmente aqueles que estão habituados a mexer no aparelho com frequência.
Ela sugere que uma solução viável para evitar choques e crises diante da proibição de celular nas escolas poderia ser a restrição controlada do uso, permitindo que eles fossem usados em momentos específicos para fins educacionais, como pesquisa, organização de tarefas e até mesmo o desenvolvimento de habilidades tecnológicas, fundamentais em um mundo cada vez mais digitalizado.
“Dessa forma, as escolas podem tirar proveito da tecnologia, ao mesmo tempo em que garantem que ela não interfira no desempenho acadêmico dos alunos”, aconselha.
A seguir, algumas dicas da especialista para lidar com esse impacto e tornar o processo mais flexível:
Desenvolva a consciência digital
“Eduque os alunos sobre os benefícios de reduzir o tempo de tela e os possíveis impactos do uso excessivo de celulares, como a diminuição da produtividade e a sobrecarga mental. Incentive às práticas de ‘desintoxicação digital’ como uma forma de autocuidado, mostrando que a ausência de tecnologia pode ser positiva”.
Incentivo às atividades físicas e interativas
“Atividades físicas e jogos educacionais são boas alternativas para ocupar o tempo livre que os alunos costumam usar no celular. Proponha dinâmicas de grupo que estimulem o aprendizado, a socialização e a interação presencial, substituindo o tempo de tela por experiências mais enriquecedoras”.
Ofereça atividades criativas
“Estimule os alunos a explorarem hobbies e atividades criativas que não envolvam o uso de tecnologia, a exemplo de desenho, escrita, música ou artesanato. Essas atividades podem ser implementadas durante os intervalos ou em momentos específicos na sala de aula, como alternativa interessante ao tempo que passariam nos celulares”.
Facilite o acesso aos recursos necessários
“A escola pode oferecer alternativas simples e acessíveis, como bibliotecas digitais ou computadores escolares. Isso reduz a ansiedade relacionada à falta de acesso rápido à informação”.
Reforço positivo
“Celebre as conquistas dos alunos que se adaptam bem à nova rotina sem celular. Ofereça recompensas simbólicas ou elogios àqueles que demonstram disciplina e engajamento, criando uma aplicação extra para a acessibilidade das novas regras”.
Explique a importância das regras
“É importante que os alunos compreendam o porquê da lei. Promova debates ou rodas de conversa para que eles possam expressar suas opiniões e preocupações sobre o tema, e também reforce os benefícios de serem mais focados e presentes nas atividades escolares”.
Os resultados da proibição de celular no longo prazo
Quando os alunos percebem que a restrição ao uso do celular na escola contribui para melhorar o aprendizado, podem ocorrer diversos impactos positivos na saúde mental, além dos relacionados à educação.
A neuropedagoga elenca alguns desses efeitos positivos:
Redução da ansiedade e da distração
Melhoria no autocontrole
Aumento da conexão social
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