A psicóloga Camila Scaff explica que por meio da prática de detox digital é possível amenizar a irritabilidade, a ansiedade, a impaciência, a dificuldade de concentração e até a falta de criatividade
E se nós disséssemos que detox digital é possível mesmo quando a nossa vida não nos permite correr para as montanhas e nos desligar completamente? E, sim, nós estamos falando de mais que um afastamento das redes sociais. Mas, então, vamos começar pelo início:
O que é detox digital?
Segundo a psicóloga Camila Scaff, essa prática é definida, necessariamente, pelo afastamento de todos os dispositivos eletrônicos, ou seja, nada de tablets, celulares, computadores, smartwatches, etc..
Indo um pouco mais além, é um período de desconexão intencional com a vida virtual, para que nossa atenção seja focada na vida real.
Por que se desconectar?
A especialista explica que a nossa presença no mundo digital, quando exercida de maneira desequilibrada, pode causar uma sobrecarga nos estímulos sensoriais e na energia psíquica-mental, que é responsável pelo processamento dos dados que recebemos pelos sentidos – igual à um computador.
Esse tipo de excesso pode gerar problemas já conhecidos como ansiedade, irritabilidade e impaciência. Por isso, o detox digital pode oferecer muitos benefícios para o corpo, a mente e as relações pessoais.
A comparação constante, a verdade absoluta e os males do digital
De acordo com Camila, a “análise de dados” do nosso cérebro é instantânea e, a todo momento, busca realizar conexões e pontes entre o conteúdo sendo absorvido e a nossa pessoa.
“Sem perceber, as pessoas ficam se comparando o tempo inteiro com aquele determinado conteúdo que elas estão acessando. Isso para algumas pessoas é de um impacto muito significativo, porque eles começam a balizar o sucesso ou a a felicidade, por exemplo, a partir daquele determinado conteúdo”.
Ela explica que, nessas comparações, há uma inversão nos valores, uma vez que o conteúdo acessado pelo nosso cérebro corresponde apenas a uma verdade parcial da situação (se é que existe a verdade absoluta de um fato).
“Isso afeta a nossa saúde mental porque afeta o nosso vínculo com a verdade.”
– Camila Scaff, psicóloga
Como fazer um detox digital
Na teoria, o 1º passo a se seguir para permitir essa desintoxicação digital parece simples: se abster dela. Entretanto, se abster de todo e qualquer estímulo gerados por meios eletrônicos não é tão fácil quanto há 10 anos e, com os avanços tecnológicos, a situação se agravou, assim como a dependência.
A psicóloga conta que, em uma rotina que não permite fazer uma espécie de jejum das redes (não só as sociais), é ideal que sejam estabelecidos horários para um contato com o dispositivo eletrônico – seja ele qual for. Estabelecer esses horários é estabelecer limites, os quais, para a profissional é essencial.
“O principal, em um detox digital, é determinar limites por meio da auto-observação da própria vida. Onde estou cometendo excessos? Essa é a pergunta que conduzirá a um bom detox. O lugar você está cometendo excessos é onde você deve reduzir a sua presença”
Para além do limite de tempo, que precisa ser individualizado e destinado para cada atividade (e-mail, redes sociais, …), Camila cita que desativar as notificações nos horários de descanso auxilia na redução dessa ansiedade e, é claro, melhora a qualidade do sono.
“Mas e o meu trabalho?“
Hoje, a nossa presença no meio digital é, na maior parte das vezes, inevitável, especialmente quando estamos falando do trabalho. Pensando nisso, a psicóloga explica que é importante se dedicar a uma tarefa por vez: nada de abrir muitas abas no computador.
Além disso, é bom que se façam pausas durante o dia a fim de descansar a cabeça e os olhos. “Quando tiver a pausa, você precisa se abster de redes sociais ou de qualquer outro dispositivo eletrônico para conseguir ter um descanso verdadeiro e não uma distração”.
A especialista conta que é muito comum confundir os significados e utilizar esses intervalos para assistir algum conteúdo ou “rolar o feed” das redes sociais. Quando isso acontece, tal comportamento causa mais sobrecarga mental, sensorial, psíquica, energética e drena a nossa energia emocional.
“Para quem trabalha com o digital, é super importante fazer pausas verdadeiras e tomar um café, ir para fora do prédio, respirar, deixar o olhar descansar no contato com a natureza, olhar através de uma janela, olhar para o ambiente de trabalho sem ser através de telas”.
Por quanto tempo se faz o detox
Uma dúvida muito recorrente quando o assunto é detox digital é quanto tempo devemos permanecer nessa desintoxicação. Camila explica que, apesar de ter um tempo de eficácia variado de pessoa para pessoa, é importante mantê-lo. Afinal, é isso que o caracteriza como um detox.
“Não adianta fazer o detox digital um tempo e depois voltar a ser o que era, porque isso só vai gerar uma sobrecarga. Vai voltar a ansiedade, o estresse… não adianta!”
– Camila Scaff, psicóloga
O que fazer com o meu tempo livre?
Quando nos damos conta da quantidade de tempo que temos ao ficar sem acesso a telas, há a possibilidade de se deparar com uma fonte inesgotável de criatividade e descobertas.
“Muitas oportunidades de bem-estar, alegria e encontros se fazem presentes a partir do momento em que o celular não está ocupando todos os lugares da nossa vida: o lugar dos amigos, do parceiro, de um bom encontro em família”, garante a psicóloga.
Especialista ensina o que é detox digital e como fazê-lo
A psicóloga Camila Scaff explica que por meio da prática de detox digital é possível amenizar a irritabilidade, a ansiedade, a impaciência, a dificuldade de concentração e até a falta de criatividade
E se nós disséssemos que detox digital é possível mesmo quando a nossa vida não nos permite correr para as montanhas e nos desligar completamente? E, sim, nós estamos falando de mais que um afastamento das redes sociais. Mas, então, vamos começar pelo início:
O que é detox digital?
Segundo a psicóloga Camila Scaff, essa prática é definida, necessariamente, pelo afastamento de todos os dispositivos eletrônicos, ou seja, nada de tablets, celulares, computadores, smartwatches, etc..
Indo um pouco mais além, é um período de desconexão intencional com a vida virtual, para que nossa atenção seja focada na vida real.
Por que se desconectar?
A especialista explica que a nossa presença no mundo digital, quando exercida de maneira desequilibrada, pode causar uma sobrecarga nos estímulos sensoriais e na energia psíquica-mental, que é responsável pelo processamento dos dados que recebemos pelos sentidos – igual à um computador.
Esse tipo de excesso pode gerar problemas já conhecidos como ansiedade, irritabilidade e impaciência. Por isso, o detox digital pode oferecer muitos benefícios para o corpo, a mente e as relações pessoais.
A comparação constante, a verdade absoluta e os males do digital
De acordo com Camila, a “análise de dados” do nosso cérebro é instantânea e, a todo momento, busca realizar conexões e pontes entre o conteúdo sendo absorvido e a nossa pessoa.
“Sem perceber, as pessoas ficam se comparando o tempo inteiro com aquele determinado conteúdo que elas estão acessando. Isso para algumas pessoas é de um impacto muito significativo, porque eles começam a balizar o sucesso ou a a felicidade, por exemplo, a partir daquele determinado conteúdo”.
Ela explica que, nessas comparações, há uma inversão nos valores, uma vez que o conteúdo acessado pelo nosso cérebro corresponde apenas a uma verdade parcial da situação (se é que existe a verdade absoluta de um fato).
Como fazer um detox digital
Na teoria, o 1º passo a se seguir para permitir essa desintoxicação digital parece simples: se abster dela. Entretanto, se abster de todo e qualquer estímulo gerados por meios eletrônicos não é tão fácil quanto há 10 anos e, com os avanços tecnológicos, a situação se agravou, assim como a dependência.
A psicóloga conta que, em uma rotina que não permite fazer uma espécie de jejum das redes (não só as sociais), é ideal que sejam estabelecidos horários para um contato com o dispositivo eletrônico – seja ele qual for. Estabelecer esses horários é estabelecer limites, os quais, para a profissional é essencial.
“O principal, em um detox digital, é determinar limites por meio da auto-observação da própria vida. Onde estou cometendo excessos? Essa é a pergunta que conduzirá a um bom detox. O lugar você está cometendo excessos é onde você deve reduzir a sua presença”
Para além do limite de tempo, que precisa ser individualizado e destinado para cada atividade (e-mail, redes sociais, …), Camila cita que desativar as notificações nos horários de descanso auxilia na redução dessa ansiedade e, é claro, melhora a qualidade do sono.
“Mas e o meu trabalho?“
Hoje, a nossa presença no meio digital é, na maior parte das vezes, inevitável, especialmente quando estamos falando do trabalho. Pensando nisso, a psicóloga explica que é importante se dedicar a uma tarefa por vez: nada de abrir muitas abas no computador.
Além disso, é bom que se façam pausas durante o dia a fim de descansar a cabeça e os olhos. “Quando tiver a pausa, você precisa se abster de redes sociais ou de qualquer outro dispositivo eletrônico para conseguir ter um descanso verdadeiro e não uma distração”.
A especialista conta que é muito comum confundir os significados e utilizar esses intervalos para assistir algum conteúdo ou “rolar o feed” das redes sociais. Quando isso acontece, tal comportamento causa mais sobrecarga mental, sensorial, psíquica, energética e drena a nossa energia emocional.
“Para quem trabalha com o digital, é super importante fazer pausas verdadeiras e tomar um café, ir para fora do prédio, respirar, deixar o olhar descansar no contato com a natureza, olhar através de uma janela, olhar para o ambiente de trabalho sem ser através de telas”.
Por quanto tempo se faz o detox
Uma dúvida muito recorrente quando o assunto é detox digital é quanto tempo devemos permanecer nessa desintoxicação. Camila explica que, apesar de ter um tempo de eficácia variado de pessoa para pessoa, é importante mantê-lo. Afinal, é isso que o caracteriza como um detox.
O que fazer com o meu tempo livre?
Quando nos damos conta da quantidade de tempo que temos ao ficar sem acesso a telas, há a possibilidade de se deparar com uma fonte inesgotável de criatividade e descobertas.
“Muitas oportunidades de bem-estar, alegria e encontros se fazem presentes a partir do momento em que o celular não está ocupando todos os lugares da nossa vida: o lugar dos amigos, do parceiro, de um bom encontro em família”, garante a psicóloga.
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