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Harmonização | Crédito: Reprodução
Gourmet

Harmonização requer uma boa dose de imaginação, defende sommelier

By Amanda Pioli on 10 de outubro de 2024

Responsável pelos vinhos servidos no Madre Mia, Wesley Quadros dá dicas surpreendentes de como harmonizar vinhos e comidas equacionando o gosto dos clientes e conceitos técnicos

Mesmo na Capital do Chope, o vinho vem conquistando cada vez mais espaço à mesa – seja em casa ou nos restaurantes. Especialmente acompanhando uma boa receita, essa bebida secular pode ser o elemento-chave para transformar uma refeição comum em algo inesquecível – desde que, juntos, tudo combine.

De acordo com o sommelier Wesley Quadros, responsável pela seleção de vinhos do Madre Mia, em Ribeirão Preto, (conheça mais sobre esse restaurante clicando aqui), a harmonização – como é chamada a combinação entre pratos e vinhos – pode existir em diferentes níveis. Uma dos mais clássicos tipos de harmonização é o por complemento, para a qual Wesley deu alguns exemplos durante minha visita ao restaurante.

Wesley Quadros, sommelier do Madre Mia | Crédito Divulgação
Wesley Quadros, sommelier do Madre Mia | Crédito: Divulgação

“Nesse caso, o elemento que falta em um, sobra no outro. Por exemplo: junto com um peixe, que tem a tendência de ser mais seco, podemos colocar um vinho com uma acidez um pouco maior – normalmente os brancos, mas também pode ser um Pinot Noir –, porque a acidez servirá para limpar as papilas gustativas e fazer sua boca salivar. Consequentemente, a combinação de sabores ficará mais agradável”, apontou.

Wesley citou ainda como complementares o encontro da carne vermelha com o vinho tinto. Este, sendo naturalmente mais tânico, faz com que a boca fique mais seca, enquanto, a carne, principalmente quando malpassada, tem muito suco e “encharca” a boca.

“Mas existe também harmonização por contraste, por exemplo, que é bem mais específica e mais difícil. Ela acontece quando comemos queijo gorgonzola e tomamos um vinho mais doce, só para citar um caso. Funciona bem, mas nem sempre. Realmente, as harmonizações mais comuns são por complemento ou por semelhança, que é método mais simples e, na minha opinião, sem imaginação nenhuma”.

Dicas para harmonização entre vinho e comidas

Reconhecendo que sua opinião pode ser polêmica, o sommelier é um grande defensor da imaginação na hora de harmonizar, sem ficar preso a técnicas prescritas – as quais ele conhece e domina muito bem.

Formado pelo SENAC e em processo de tirar sua certificação pela ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) Ribeirão Preto, Wesley é quase uma enciclopédia de enologia, tamanho o seu conhecimento sobre diferentes vinhos e suas características.

“Aqui temos cerca de 80 rótulos e eu tenho os preços e as características de tudo na minha cabeça, assim como eu conheço os gostos dos nossos clientes. Então, às vezes, eu compro um rótulo pensando ‘esse e aquele clientes vão gostar’. É para eles que eu vou indicar, sabe? Eu gosto dessa proximidade com o cliente, bem mais do que ter um papel escrito com cada vinho, cada preço. Isso também limita a imaginação e, consequentemente, a harmonização”, argumentou.

Vinho Ruca Malen | Crédito: Amanda Pioli
Vinho argentino Ruca Malen | Crédito: Amanda Pioli

Esse é também um dos motivos pelos quais o Madre Mia não possui uma carta fixa. Tendo como referências três exportadores principais, Wesley mantém a imaginação ativa por meio de pesquisas constantes e sua curiosidade de descobrir novidades. “Se eu quiser um vinho específico e não tiver nesses importadores, vou buscar em outro. E vou pesquisando, pesquisando, pesquisando… se acho alguma coisa diferente, eu trago para o restaurante. Tem alguns rótulos, obviamente, que ficam constantes, como o Ruca Malen. Mas, no geral, vou me adequando. Sou muito inquieto”, confessou, afirmando ser incapaz de fechar uma lista definitiva de rótulos.

O argentino Ruca Malen, citado por ele, foi a sua indicação mais que bem-vinda para que eu harmonizasse com meu prato principal – um Tortelli recheado de banana da terra e queijo Araxá, ao triplo burro, com topping de banana da terra caramelizada e crocante de amêndoas (conto mais detalhes nesse outro texto aqui).

O rótulo é um Malbec bastante aromático, que não deixa traços amadeirados no paladar. Seu nome vem de uma lenda indígena, que significa “espírito inquieto” – em perfeita consonância com a personalidade de Wesley. Nesse caso, a harmonização foi pautada pela busca do equilíbrio de peso e intensidade entre prato e bebida a partir do meu gosto pessoal.

“90% das escolhas dos sommelliers é feito por semelhança, porque é muito mais fácil para garantir uma harmonização. Mas eu tento ao máximo imaginar algo que vai casar bem com o gosto da pessoa e que não vá brigar com os ingredientes. Se eles conviverem bem, eu prefiro servir para você o Malbec, que você gosta de tomar, do que outro que harmoniza perfeitamente com o prato, mas você não ficará satisfeita”, justificou.

Esclarecendo ainda as bases de sua opinião, Wesley afirmou que existem, na Europa, três principais “escolas de harmonização” (que tentam estabelecer conceito e técnicas a serem seguidas): italiana, francesa e inglesa. Entre essas, ele prefere seguir a última.

“Particularmente, sou mais adepto da inglesa, porque é justamente ela que leva mais em consideração o gosto pessoal na hora de harmonizar, não ficando tão presa a conceitos. Isso dá mais diversão e mais dinamismo à harmonização. Permite ter mais imaginação e brincar um pouco mais”.

Harmonização ibérica

Um dos maiores desafios da harmonização é entre vinhos tintos e frutos do mar. Segundo Wesley, tem até alguns especialistas que não acreditam nessa possibilidade. Ao mesmo tempo, ele lembrou que, por exemplo, em Portugal, o Bacalhau costuma ser servido com os tintos.

“E, para eles, está harmonizado 100%, até porque vinho tinto na Europa é religião; eles não abrem mão. Outro exemplo: a pessoa vai comer lagosta e quer tomar um Tannat extremamente tânico, que pode conflitar. Então, eu pergunto: já que você gosta do Tannat, será que não consegue beber um vinho de sua preferência menos tânico, como um Chianti, Pinot Noir ou Malbec mais jovem, que não brigam com o iodo da lagosta? E, ainda assim, é só minha sugestão. Caso a pessoa prefira tomar o Tannat dela, está tudo certo. Para mim, é isso, 70/30: mais o gosto do cliente, o que ele gosta de beber, depois o que harmoniza na teoria”, define.

Junto com o cardápio autoral assinado pelo chef Ricardo Robles, não faltam opções no Madre Mia para colocar as indicações do sommelier à prova. Inclusive, recentemente, novos rótulos chegaram ao restaurante para harmonizar com a Paella, sucesso da casa aos domingos.

Menu ibérico do Madre Mia | Crédito: Divulgação
Menu ibérico do Madre Mia | Crédito: Divulgação
HarmonizaçãoMadre MiaMenu ibéricosommelier
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