Crianças que não recebem leite materno têm maior incidência de otites, o que pode causar perda auditiva e afetar o desenvolvimento da fala e do aprendizado
Já se sabe que o leite materno é um alimento indispensável para as crianças. Mas, cada vez mais, são feitas novas descobertas que atestam essa verdade. É o caso de pesquisas realizadas no Paraná que investigaram a ocorrência de otite (inflamação do ouvido em decorrência de infecção) em crianças amamentadas e não amamentadas no peito, além de outros aspectos relacionados a amamentação.
Um dos estudos mostrou que a incidência de otite foi maior em crianças entre 13 e 24 meses por causa de fatores como a introdução de leite artificial oferecido em mamadeira e em posição deitada.
Coordenado pelas pesquisadoras Francis Oliveira, Raquel Colombo e Cristiane Gomes, do Centro Universitário de Maringá, a investigação foi feita com 59 mães de bebês de até dois anos.
Outra pesquisa, feita pelas fonoaudiólogas Luciana Marchiori e Juliana Melo, na Universidade do Norte do Paraná, também comprovou a proteção que a amamentação no peito oferece contra as infecções na orelha.
Dos 46 bebês avaliados, 30 foram submetidos à amamentação exclusiva com leite materno, enquanto 16 não, e todos passaram por exames para detecção de alterações sugestivas de otites na orelha. Entre os que mamaram apenas no peito, a timpanometria foi normal em 90% dos casos. Entre os bebês que não tiveram amamentação exclusiva, apenas 50% deles tiveram timpanometria normal.
Proteção natural
A proteção oferecida pelo aleitamento materno é ainda mais importante porque, na primeira infância, muitas crianças apresentam perda auditiva devido às infecções na orelha.
O problema é mais grave nos casos das otites de repetição – variados períodos em que as crianças não escutam bem. Nesses casos, a perda auditiva, mesmo que seja leve e temporária, prejudica a decodificação dos sons, podendo causar prejuízos no desenvolvimento da fala, da linguagem e na aprendizagem.
“O processo de maturação do sistema auditivo central ocorre durante os primeiros três anos de vida. Por isso, a estimulação sonora neste período de maior plasticidade cerebral é imprescindível, já que para o aprendizado da linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual, emocional e de habilidades, é preciso que as crianças consigam interagir com seus pais e familiares”, pontua a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia na Telex Soluções Auditivas.
A vitória do leite materno
E neste mês, conhecido como Agosto Dourado, escolhido para simbolizar a luta pela amamentação, vale ressaltar que doenças crônicas, alergias e até a Covid-19 podem ser evitadas ou terem os riscos reduzidos graças à amamentação. Isso porque o leite materno aumenta a imunidade.
Uma boa notícia é que os índices de aleitamento materno estão aumentando no Brasil, de acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani). Nele, foram avaliadas 14.584 crianças menores de cinco anos, de todo país, entre fevereiro de 2019 e março de 2020.
Os resultados mostraram que a prevalência de amamentação exclusiva em bebês com até quatro meses saltou de 4,7%, em 1986, para 60%. Já entre os menores de seis meses, o índice aumentou de 2,9% para 45,7%; um avanço significativo, mas ainda longe do ideal.
Leite materno ajuda a evitar infecção no ouvido de bebês
Crianças que não recebem leite materno têm maior incidência de otites, o que pode causar perda auditiva e afetar o desenvolvimento da fala e do aprendizado
Já se sabe que o leite materno é um alimento indispensável para as crianças. Mas, cada vez mais, são feitas novas descobertas que atestam essa verdade. É o caso de pesquisas realizadas no Paraná que investigaram a ocorrência de otite (inflamação do ouvido em decorrência de infecção) em crianças amamentadas e não amamentadas no peito, além de outros aspectos relacionados a amamentação.
Um dos estudos mostrou que a incidência de otite foi maior em crianças entre 13 e 24 meses por causa de fatores como a introdução de leite artificial oferecido em mamadeira e em posição deitada.
Coordenado pelas pesquisadoras Francis Oliveira, Raquel Colombo e Cristiane Gomes, do Centro Universitário de Maringá, a investigação foi feita com 59 mães de bebês de até dois anos.
Outra pesquisa, feita pelas fonoaudiólogas Luciana Marchiori e Juliana Melo, na Universidade do Norte do Paraná, também comprovou a proteção que a amamentação no peito oferece contra as infecções na orelha.
Dos 46 bebês avaliados, 30 foram submetidos à amamentação exclusiva com leite materno, enquanto 16 não, e todos passaram por exames para detecção de alterações sugestivas de otites na orelha. Entre os que mamaram apenas no peito, a timpanometria foi normal em 90% dos casos. Entre os bebês que não tiveram amamentação exclusiva, apenas 50% deles tiveram timpanometria normal.
Proteção natural
A proteção oferecida pelo aleitamento materno é ainda mais importante porque, na primeira infância, muitas crianças apresentam perda auditiva devido às infecções na orelha.
O problema é mais grave nos casos das otites de repetição – variados períodos em que as crianças não escutam bem. Nesses casos, a perda auditiva, mesmo que seja leve e temporária, prejudica a decodificação dos sons, podendo causar prejuízos no desenvolvimento da fala, da linguagem e na aprendizagem.
“O processo de maturação do sistema auditivo central ocorre durante os primeiros três anos de vida. Por isso, a estimulação sonora neste período de maior plasticidade cerebral é imprescindível, já que para o aprendizado da linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual, emocional e de habilidades, é preciso que as crianças consigam interagir com seus pais e familiares”, pontua a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia na Telex Soluções Auditivas.
A vitória do leite materno
E neste mês, conhecido como Agosto Dourado, escolhido para simbolizar a luta pela amamentação, vale ressaltar que doenças crônicas, alergias e até a Covid-19 podem ser evitadas ou terem os riscos reduzidos graças à amamentação. Isso porque o leite materno aumenta a imunidade.
Uma boa notícia é que os índices de aleitamento materno estão aumentando no Brasil, de acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani). Nele, foram avaliadas 14.584 crianças menores de cinco anos, de todo país, entre fevereiro de 2019 e março de 2020.
Os resultados mostraram que a prevalência de amamentação exclusiva em bebês com até quatro meses saltou de 4,7%, em 1986, para 60%. Já entre os menores de seis meses, o índice aumentou de 2,9% para 45,7%; um avanço significativo, mas ainda longe do ideal.
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