O equilíbrio entre uma carreira acadêmica e de modelo pode ser desafiadora, mas Mayrla mostra como encontrar harmonia.
Temos a imagem que cientistas são apenas homens de cabelo grisalho e com personalidade peculiar, mas temos grandes exemplos que provam ao contrário. Mulheres assumem papéis importantes em diversas pesquisas e descobertas científicas e fazem parte da história mundial.
Podemos até pensar que não é possível equilibrar uma carreira acadêmica na ciência e uma outra paixão, mas em entrevista exclusiva para o Mundo Zumm, a farmacêutica e pesquisadora Mayrla Vasconcelos fala sobre como uniu suas duas paixões – ciência e moda – e levou para a vida. Confira:
Mundo Zumm: São dois mundos completamente diferentes, e queremos saber como você balanceia a vida de e a sua carreira acadêmica.
Mayrla: A carreira acadêmica sempre foi meu foco, desde o ensino médio, e foi se consolidando conforme eu avançava na faculdade… A carreira de modelo surgiu como um “plus” e eu adoro fotografar e tenho um certo envolvimento com o mundo da moda, venho de uma família de costureiras, até hoje minha vó e minha mãe fazem a maioria das minhas roupas, então são as minhas duas paixões.
Sincronizar esses dois mundos não é fácil, mas como ambos possuem horários flexíveis eu consigo me organizar, tem semanas que eu estou 100% no laboratório, de domingo a domingo, então quando aparecem trabalhos como modelo eu consigo flexibilizar minha agenda, as vezes faço reposição de horários no final de semana…E assim vou levando, e tem dado certo.
MZ: Como surgiu o seu interesse pela ciência?
Mayrla: Sempre fui extremamente curiosa, e bem interessada pelos estudos, um pouco nerd, digamos assim. Então só foi acontecendo, no ensino médio tive professores incríveis de química, o que acabou chamando a minha atenção para essa área e me fez ingressar no curso de farmácia. Na faculdade por sua vez, me deparei com a toxicologia, e foi amor à primeira vista, me envolvi bastante em projetos de extensão relacionados à pesquisa já na graduação, tudo isso foi me direcionando para onde estou hoje, finalizando meu tão sonhado mestrado em toxicologia aqui na USP.
Eu acredito que em um país como o Brasil, que ultimamente tem sofrido severos cortes na educação e nas agências de fomento à pesquisa, nós não escolhemos ser cientista, a ciência que escolhe a gente, e não dá para fugir.
MZ: A ciência tem uma imagem muito atrelada a homens mais velhos e de cabelos brancos, o quão importante é mostrar que não tem uma aparência certa para isso?
Mayrla: Eu acredito que a nossa geração já usufrui de um grande passo dado por mulheres que vieram anteriormente, como Marie Curie e Rosalind Franklin por exemplo, elas abriram espaço para que nós possamos estar nas bancadas de pesquisa e ocupando lugares antes tão inimagináveis. Então é nosso papel continuar com o trabalho de desestigmatizar esse comportamento, e principalmente, incentivar cada vez mais meninas e mulheres a se posicionaram, não com autoritarismo ou soberba, mas sim com obstinação e foco no seu objetivo.
MZ: Recentemente você participou do XXII Congresso Brasileiro de Toxicologia, como foi essa experiência?
Mayrla: Os congressos são grandes reuniões voltadas para a atualização e compartilhamento de ideias entre a comunidade científica. Vindo de um cenário pós pandemia, o CBTOX 2022, foi muito importante para que eu pudesse ter o meu primeiro contato presencial com muitos colegas de trabalho que eu havia conhecido apenas pela telinha do Google Meet. Foi uma experiência muito enriquecedora e já estou ansiosa para os próximos eventos científicos.
MZ: Quais são os próximos passos que quer seguir, tanto na sua carreira acadêmica, quanto de modelo?
Mayrla: Na carreira acadêmica pretendo finalizar o meu mestrado ainda esse ano e seguir no doutorado aqui mesmo no programa de toxicologia da USP, mas pretendo mudar um pouco a minha área de pesquisa e desbravar novos horizontes em quem sabe um doutorado sanduíche ou algum estágio fora do país.
Quanto a carreira de modelo, vou seguir fazendo meus trabalhos, encontrei grandes amigos na área de produção de moda aqui em Ribeirão Preto, aos quais sou muito grata, e estou sempre pronta para o que a vida me propõe, espero continuar embarcando de cabeça em todos os meus projetos.
Miss derruba imagem estereotipada de cientistas
O equilíbrio entre uma carreira acadêmica e de modelo pode ser desafiadora, mas Mayrla mostra como encontrar harmonia.
Temos a imagem que cientistas são apenas homens de cabelo grisalho e com personalidade peculiar, mas temos grandes exemplos que provam ao contrário. Mulheres assumem papéis importantes em diversas pesquisas e descobertas científicas e fazem parte da história mundial.
Podemos até pensar que não é possível equilibrar uma carreira acadêmica na ciência e uma outra paixão, mas em entrevista exclusiva para o Mundo Zumm, a farmacêutica e pesquisadora Mayrla Vasconcelos fala sobre como uniu suas duas paixões – ciência e moda – e levou para a vida. Confira:
Mundo Zumm: São dois mundos completamente diferentes, e queremos saber como você balanceia a vida de e a sua carreira acadêmica.
Mayrla: A carreira acadêmica sempre foi meu foco, desde o ensino médio, e foi se consolidando conforme eu avançava na faculdade… A carreira de modelo surgiu como um “plus” e eu adoro fotografar e tenho um certo envolvimento com o mundo da moda, venho de uma família de costureiras, até hoje minha vó e minha mãe fazem a maioria das minhas roupas, então são as minhas duas paixões.
Sincronizar esses dois mundos não é fácil, mas como ambos possuem horários flexíveis eu consigo me organizar, tem semanas que eu estou 100% no laboratório, de domingo a domingo, então quando aparecem trabalhos como modelo eu consigo flexibilizar minha agenda, as vezes faço reposição de horários no final de semana…E assim vou levando, e tem dado certo.
MZ: Como surgiu o seu interesse pela ciência?
Mayrla: Sempre fui extremamente curiosa, e bem interessada pelos estudos, um pouco nerd, digamos assim. Então só foi acontecendo, no ensino médio tive professores incríveis de química, o que acabou chamando a minha atenção para essa área e me fez ingressar no curso de farmácia. Na faculdade por sua vez, me deparei com a toxicologia, e foi amor à primeira vista, me envolvi bastante em projetos de extensão relacionados à pesquisa já na graduação, tudo isso foi me direcionando para onde estou hoje, finalizando meu tão sonhado mestrado em toxicologia aqui na USP.
Eu acredito que em um país como o Brasil, que ultimamente tem sofrido severos cortes na educação e nas agências de fomento à pesquisa, nós não escolhemos ser cientista, a ciência que escolhe a gente, e não dá para fugir.
MZ: A ciência tem uma imagem muito atrelada a homens mais velhos e de cabelos brancos, o quão importante é mostrar que não tem uma aparência certa para isso?
Mayrla: Eu acredito que a nossa geração já usufrui de um grande passo dado por mulheres que vieram anteriormente, como Marie Curie e Rosalind Franklin por exemplo, elas abriram espaço para que nós possamos estar nas bancadas de pesquisa e ocupando lugares antes tão inimagináveis. Então é nosso papel continuar com o trabalho de desestigmatizar esse comportamento, e principalmente, incentivar cada vez mais meninas e mulheres a se posicionaram, não com autoritarismo ou soberba, mas sim com obstinação e foco no seu objetivo.
MZ: Recentemente você participou do XXII Congresso Brasileiro de Toxicologia, como foi essa experiência?
Mayrla: Os congressos são grandes reuniões voltadas para a atualização e compartilhamento de ideias entre a comunidade científica. Vindo de um cenário pós pandemia, o CBTOX 2022, foi muito importante para que eu pudesse ter o meu primeiro contato presencial com muitos colegas de trabalho que eu havia conhecido apenas pela telinha do Google Meet. Foi uma experiência muito enriquecedora e já estou ansiosa para os próximos eventos científicos.
MZ: Quais são os próximos passos que quer seguir, tanto na sua carreira acadêmica, quanto de modelo?
Mayrla: Na carreira acadêmica pretendo finalizar o meu mestrado ainda esse ano e seguir no doutorado aqui mesmo no programa de toxicologia da USP, mas pretendo mudar um pouco a minha área de pesquisa e desbravar novos horizontes em quem sabe um doutorado sanduíche ou algum estágio fora do país.
Quanto a carreira de modelo, vou seguir fazendo meus trabalhos, encontrei grandes amigos na área de produção de moda aqui em Ribeirão Preto, aos quais sou muito grata, e estou sempre pronta para o que a vida me propõe, espero continuar embarcando de cabeça em todos os meus projetos.
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