Reciclagem de embalagens se torna símbolo de sustentabilidade no agro

Como uma esperança para a economia circular, a reciclagem de embalagens é uma das respostas do setor agro na luta pela preservação ambiental

O agronegócio como um todo enfrenta um dos mais importantes desafios do século: o de aliar a alta produtividade à preservação ambiental. Falando especialmente do Brasil, um país referência no setor, a reciclagem de embalagens tem se consolidado como uma das respostas a essa necessidade e o símbolo de uma cadeia produtiva que valoriza a inovação e a sustentabilidade.

Nos últimos 23 anos já foram retiradas do meio ambiente brasileiro mais de 800 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas – entre produtos químicos, físicos ou biológicos, usados no controle de seres vivos considerados nocivos ao homem, sua criação e suas plantações. Essa ação massiva evitou a emissão de mais de 900 mil toneladas de gases do efeito estufa. 

Reciclagem de embalagens = menos extração

Campo Limpo, uma empresa do interior de São Paulo, tem se dedicado a produzir embalagens de plástico reciclado e contribuído para reforçar o compromisso do setor com a sustentabilidade. “Os resíduos de defensivos químicos, bem como suas embalagens, são nocivos ao meio ambiente quando descartados de maneira incorreta. Por isso, o trabalho de reciclagem dessas embalagens é tão importante. Além disso, reciclar evita a extração de novos recursos naturais e a degradação do meio ambiente”, comenta Marcelo Okamura, presidente da empresa.

Mais que cumprir as leis

De acordo com a lei, o produtor rural é obrigado a entregar a embalagem de defensivo agrícola vazia a um centro de recebimento do Sistema Campo Limpo. Contudo, de acordo com Luiz Carlos Pizato, coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia da Ourofino Agrociência, a política atual de reciclagem vai além. 

“Adotar embalagens recicladas demonstra a seriedade e a responsabilidade ambiental perante o mercado e os consumidores. Mais que atender às exigências regulatórias, essa escolha reflete nosso compromisso com práticas sustentáveis, agregando valor à nossa marca e fortalecendo nossa reputação junto a clientes, parceiros e à sociedade”, explica.

Ainda segundo Pizato, a iniciativa representa um grande diferencial para o país, uma vez que eleva o padrão ambiental do agro brasileiro, tornando-o referência em boas práticas. 

A economia circular

Diferente do que tem sido propagado nos últimos anos, a economia circular se baseia no conceito que propõe “eliminar-circular-regenerar”, no sentido de evitar a extração excessiva de recursos naturais não renováveis. 

Segundo dados do relatório da organização Ellen MacArthur Foundation, que estuda e estimula a adoção da economia circular, cerca de 82 bilhões de toneladas de matéria-prima são inseridas no sistema produtivo mundial a cada ano. “Os resíduos que não recebem novos usos se acumulam exponencialmente, gerando mais lixo e a exploração sucessiva de novos recursos naturais. A reciclagem é fundamental também quando pensamos neste aspecto”, finaliza o presidente da Campo Limpo.