Especialista garante que o aumento do percentual na mistura não afeta o desempenho dos motores flex e ressalta ganho ambiental
O porcentual de etanol anidro misturado à gasolina vendida nos postos brasileiros subirá de 27% para 30% a partir de agosto, como parte das diretrizes da “Lei do Combustível do Futuro” (Lei nº 14.993/2024). A aumento do etanol na mistura, que busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis e ampliar o uso de fontes renováveis, foi projetada para ocorrer sem qualquer prejuízo à eficiência dos motores, segundo especialistas do setor automotivo.
De acordo com Arthur Vieira da Silva Oliveira, engenheiro mecânico e professor da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, o aumento não compromete o desempenho dos veículos.
“Carros flex são desenhados para funcionar com qualquer proporção entre gasolina com etanol e etanol puro. Portanto, a nova mistura de 30% está totalmente dentro da faixa de operação para a qual esses motores foram desenvolvidos”, explica.
Aumento do etanol sem crise
O etanol anidro é o tipo adicionado à gasolina para torná-la mais limpa e renovável. Embora ele tenha um poder calorífico menor que o da gasolina, o professor destaca que isso não significa perda de eficiência: “O que pode ocorrer é um pequeno aumento no consumo em litros por quilômetro rodado, mas sem perda de desempenho, potência ou durabilidade. Os sistemas de injeção eletrônica e a calibração dos motores já estão preparados para essa variação”.
Atualmente, os veículos flex representam 76,2% da frota brasileira, de acordo com dados do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). Em 2014, essa fatia era de 56,9%. Já os veículos exclusivamente a gasolina correspondem a apenas 11,5% da frota e, mesmo nesses casos, a presença de etanol na gasolina é considerada segura.
“A gasolina vendida no Brasil nunca foi pura. Ela sempre contém uma parcela de etanol. Por isso, mesmo os veículos que não são flex já possuem componentes e sistemas projetados para lidar com esse cenário”, comenta Oliveira. Ele lembra que aumentos anteriores na mistura também foram absorvidos sem problemas técnicos.
Mistura mais sustentável
Além da viabilidade mecânica, o professor ressalta os ganhos ambientais com a medida. “O etanol é um combustível renovável, com emissões significativamente menores de gases do efeito estufa em comparação com a gasolina. Ao aumentar sua presença na mistura, o país avança em direção a uma mobilidade mais limpa”.
A nova meta estabelecida pela legislação é chegar a 35% de etanol na gasolina até 2030. Para o engenheiro, esse caminho é natural e viável do ponto de vista técnico.
“Com a experiência acumulada desde a introdução do carro flex, em 2003, e com uma cadeia produtiva de etanol bem estruturada, o Brasil tem todas as condições de ampliar o uso desse biocombustível sem comprometer a eficiência dos veículos”, conclui.
A elevação da mistura para 30% reforça a posição brasileira como referência global em uso de biocombustíveis e mostra que é possível avançar na agenda ambiental com segurança tecnológica e sem prejuízos ao consumidor.
Aumento do etanol na gasolina não prejudica o carro e é mais sustentável
Especialista garante que o aumento do percentual na mistura não afeta o desempenho dos motores flex e ressalta ganho ambiental
O porcentual de etanol anidro misturado à gasolina vendida nos postos brasileiros subirá de 27% para 30% a partir de agosto, como parte das diretrizes da “Lei do Combustível do Futuro” (Lei nº 14.993/2024). A aumento do etanol na mistura, que busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis e ampliar o uso de fontes renováveis, foi projetada para ocorrer sem qualquer prejuízo à eficiência dos motores, segundo especialistas do setor automotivo.
De acordo com Arthur Vieira da Silva Oliveira, engenheiro mecânico e professor da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, o aumento não compromete o desempenho dos veículos.
“Carros flex são desenhados para funcionar com qualquer proporção entre gasolina com etanol e etanol puro. Portanto, a nova mistura de 30% está totalmente dentro da faixa de operação para a qual esses motores foram desenvolvidos”, explica.
Aumento do etanol sem crise
O etanol anidro é o tipo adicionado à gasolina para torná-la mais limpa e renovável. Embora ele tenha um poder calorífico menor que o da gasolina, o professor destaca que isso não significa perda de eficiência: “O que pode ocorrer é um pequeno aumento no consumo em litros por quilômetro rodado, mas sem perda de desempenho, potência ou durabilidade. Os sistemas de injeção eletrônica e a calibração dos motores já estão preparados para essa variação”.
Atualmente, os veículos flex representam 76,2% da frota brasileira, de acordo com dados do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). Em 2014, essa fatia era de 56,9%. Já os veículos exclusivamente a gasolina correspondem a apenas 11,5% da frota e, mesmo nesses casos, a presença de etanol na gasolina é considerada segura.
“A gasolina vendida no Brasil nunca foi pura. Ela sempre contém uma parcela de etanol. Por isso, mesmo os veículos que não são flex já possuem componentes e sistemas projetados para lidar com esse cenário”, comenta Oliveira. Ele lembra que aumentos anteriores na mistura também foram absorvidos sem problemas técnicos.
Mistura mais sustentável
Além da viabilidade mecânica, o professor ressalta os ganhos ambientais com a medida. “O etanol é um combustível renovável, com emissões significativamente menores de gases do efeito estufa em comparação com a gasolina. Ao aumentar sua presença na mistura, o país avança em direção a uma mobilidade mais limpa”.
A nova meta estabelecida pela legislação é chegar a 35% de etanol na gasolina até 2030. Para o engenheiro, esse caminho é natural e viável do ponto de vista técnico.
“Com a experiência acumulada desde a introdução do carro flex, em 2003, e com uma cadeia produtiva de etanol bem estruturada, o Brasil tem todas as condições de ampliar o uso desse biocombustível sem comprometer a eficiência dos veículos”, conclui.
A elevação da mistura para 30% reforça a posição brasileira como referência global em uso de biocombustíveis e mostra que é possível avançar na agenda ambiental com segurança tecnológica e sem prejuízos ao consumidor.
* Com informações do Jornal da USP
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