Miguel El Debs, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte, traz dicas sobre como começar quando o assunto é empreender
Miguel El Debs | Crédito: Érico Andrade
É muito natural que, diante de um insight (aquela belíssima ideia!) ou após se descontentar com o mercado de trabalho, surja a vontade de empreender. Ela pode aparecer, inicialmente, algo meio absurdo, fora de mão ou até totalmente inviável, mas fato é que, diante de uma preparação adequada, a maioria das ideias podem ser transformadas em sucesso.
Sócio do Grupo ZK, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte, e head do LIDE Empreendedor de Ribeirão Preto, Miguel El Debs conta que a diferença entre uma ideia “fogo de palha” e uma que realmente vai gerar um novo negócio é a necessidade.
“Se você consegue identificar no mercado algo que não está sendo atendido, algo que pode ser até uma necessidade pessoal como ‘eu gostaria de ir a um restaurante que tivesse mais comida natural’, mas não consegue identificar nenhum restaurante assim, você pode empreender e começar a entregar esse tipo de produto para outras pessoas que também gostem dessa ideia”.
Próximo passo: teste de mercado
Olhando para a sua realidade e para a necessidade que você enxerga, Miguel recomenda fazer um MVP (Produto Viável Mínimo) como uma espécie de teste de mercado, visando entender o que funciona e o que precisa de aprimoramento. “Você pode, por exemplo, pegar o lugar de algum amigo ou pegar uma loja que não funciona 100% ao longo do dia e dizer: ‘a partir das 18h, um amigo cedeu essa loja para que eu possa fazer um teste e experimentar’, e a partir daí começar a validar o que pensou com hipóteses”.
Essas hipóteses, de acordo com o empresário, são os “achismos”, aquilo que você acha que terá como resultado e que, se aprimorados, se tornaram possibilidades a serem comprovadas pela experiência.
“Então, dá para chamar grupos de amigos que eles poderão experimentar (quanto mais distância entre eles, melhor) e, a partir de um pouquinho de metodologia, entender se aquilo fez sentido, se as pessoas gostaram. Não é perguntar algo como “você gostou ou não gostou?”. Mas, sim, fazer perguntas abertas, a exemplo de ‘onde você comeria algo assim?’ ‘O que sente falta em Ribeirão no segmento de gastronomia?”
O plano de negócios
Uma vez feito o MVP, torna-se necessário criar um plano de negócios que guiará a forma como a empresa será conduzida, especialmente nos momentos iniciais. A ideia é manter esse plano atualizado para que você tenha embasamento na tomada de decisões.
“É extremamente importante ter um plano de negócio. E, infelizmente, poucas empresas se preocupam com isso. É importante tanto para as empresas que estão começando agora, como as que já estão maduras e que iniciaram pelo impulso. Em alguns casos, pode até dar certo sem esse recurso, mas a chance de dar errado é muito maior”.
Ferramentas oferecidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), ou mesmo informações adquiridas na internet, por exemplo, podem auxiliar nesse processo de aprendizado, caso você não não conte com ajuda especializada. Mas Miguel alerta que, apesar de ser possível, é muito mais complicado montar um plano de negócio sem acompanhamento de um profissional, além de levar mais do tempo.
As palestras do LIDE Empreendedor coloca em discussão temas importantes o desenvolvimento de negócios | Crédito: Rafael Cautella
Uma das táticas que o empresário aponta como uma maneira simples de alavancar a sua empresa, e até possivelmente adiar a necessidade do plano de negócios, é recorrer a artifícios disponíveis para as startups.
“Se você pensar num negócio enxuto, curto e com investimento pequeno (como uma equipe menor, por exemplo), existem vários workshops e imersões nas quais é possível apresentar a sua ideia e eles ensinarão ferramentas que podem substituir um plano de negócio. Lá você trabalhará empatia, o achismo transformado em hipótese e validação, e contextos que estão dentro de um plano de negócio de uma forma mais lúdica e rápida”.
Sobre investimentos
Do próprio bolso ou do de terceiros, o dinheiro para começar a empreender precisa sair de algum lugar, o que torna o investimento uma parte fundamental de um novo negócio. Para Miguel, uma vez que o plano de negócios já está estruturado, incluindo as projeções de lucros, é bom que se dê preferência a investimentos feitos no produto (em detrimento da marca).
“Um bom produto, por si só, já é seu marketing, sua comunicação, sua vitrine. Se não existe ainda uma imagem formatada da empresa e não existe o produto em si, ao investir em algo bom você pode divulgar na sua comunidade, nos seus grupos, na sua região e na sua cidade. Naturalmente, por ser um produto bom, ele chegará em muita gente, principalmente agora com ferramentas e estratégias digitais mais viáveis e orgânicas”.
Pesquisas e consultoria
No que se refere ao conhecimento sobre o mercado, o produto ou mesmo sobre a região do estabelecimento (e público-alvo da empresa), toda ajuda é bem-vinda. Dito isso, reservar parte da verba para essa esfera pode ser um diferencial de sucesso que transformará o seu negócio.
Se não for possível fazer esse tipo de investimento, o empresário recomenda o Sebrae por ser fonte de diversos serviços e informações para empreendedores, como cursos e consultorias, além de acesso a linhas de crédito.
Miguel El Debs está à frente do LIDE Empreendedor | Crédito: Rafael Cautella
“Se pegar os dados que existem por aí, o número de empresas que passam de um ou dois anos, ou chegam aos 5 anos de atuação, é muito pequena. Isso se dá porque falta esse alicerce importante no início, de validação de ideia, de entendimento, de saber se é só um fogo de palha ou realmente algo estruturado. É importante ter um bom alicerce de pesquisa, com uma boa empresa ajudando nessa consultoria, ou o próprio Sebrae, para a construção de uma planilha e encontrar parceiros que podem ajudar a dar um pontapé inicial”, complementa Miguel.
‘Quero começar a empreender’. Saiba como sair do zero!
Miguel El Debs, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte, traz dicas sobre como começar quando o assunto é empreender
É muito natural que, diante de um insight (aquela belíssima ideia!) ou após se descontentar com o mercado de trabalho, surja a vontade de empreender. Ela pode aparecer, inicialmente, algo meio absurdo, fora de mão ou até totalmente inviável, mas fato é que, diante de uma preparação adequada, a maioria das ideias podem ser transformadas em sucesso.
Sócio do Grupo ZK, conselheiro estratégico de empresas de pequeno e médio porte, e head do LIDE Empreendedor de Ribeirão Preto, Miguel El Debs conta que a diferença entre uma ideia “fogo de palha” e uma que realmente vai gerar um novo negócio é a necessidade.
“Se você consegue identificar no mercado algo que não está sendo atendido, algo que pode ser até uma necessidade pessoal como ‘eu gostaria de ir a um restaurante que tivesse mais comida natural’, mas não consegue identificar nenhum restaurante assim, você pode empreender e começar a entregar esse tipo de produto para outras pessoas que também gostem dessa ideia”.
Próximo passo: teste de mercado
Olhando para a sua realidade e para a necessidade que você enxerga, Miguel recomenda fazer um MVP (Produto Viável Mínimo) como uma espécie de teste de mercado, visando entender o que funciona e o que precisa de aprimoramento. “Você pode, por exemplo, pegar o lugar de algum amigo ou pegar uma loja que não funciona 100% ao longo do dia e dizer: ‘a partir das 18h, um amigo cedeu essa loja para que eu possa fazer um teste e experimentar’, e a partir daí começar a validar o que pensou com hipóteses”.
Essas hipóteses, de acordo com o empresário, são os “achismos”, aquilo que você acha que terá como resultado e que, se aprimorados, se tornaram possibilidades a serem comprovadas pela experiência.
“Então, dá para chamar grupos de amigos que eles poderão experimentar (quanto mais distância entre eles, melhor) e, a partir de um pouquinho de metodologia, entender se aquilo fez sentido, se as pessoas gostaram. Não é perguntar algo como “você gostou ou não gostou?”. Mas, sim, fazer perguntas abertas, a exemplo de ‘onde você comeria algo assim?’ ‘O que sente falta em Ribeirão no segmento de gastronomia?”
O plano de negócios
Uma vez feito o MVP, torna-se necessário criar um plano de negócios que guiará a forma como a empresa será conduzida, especialmente nos momentos iniciais. A ideia é manter esse plano atualizado para que você tenha embasamento na tomada de decisões.
Ferramentas oferecidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), ou mesmo informações adquiridas na internet, por exemplo, podem auxiliar nesse processo de aprendizado, caso você não não conte com ajuda especializada. Mas Miguel alerta que, apesar de ser possível, é muito mais complicado montar um plano de negócio sem acompanhamento de um profissional, além de levar mais do tempo.
Uma das táticas que o empresário aponta como uma maneira simples de alavancar a sua empresa, e até possivelmente adiar a necessidade do plano de negócios, é recorrer a artifícios disponíveis para as startups.
“Se você pensar num negócio enxuto, curto e com investimento pequeno (como uma equipe menor, por exemplo), existem vários workshops e imersões nas quais é possível apresentar a sua ideia e eles ensinarão ferramentas que podem substituir um plano de negócio. Lá você trabalhará empatia, o achismo transformado em hipótese e validação, e contextos que estão dentro de um plano de negócio de uma forma mais lúdica e rápida”.
Sobre investimentos
Do próprio bolso ou do de terceiros, o dinheiro para começar a empreender precisa sair de algum lugar, o que torna o investimento uma parte fundamental de um novo negócio. Para Miguel, uma vez que o plano de negócios já está estruturado, incluindo as projeções de lucros, é bom que se dê preferência a investimentos feitos no produto (em detrimento da marca).
Pesquisas e consultoria
No que se refere ao conhecimento sobre o mercado, o produto ou mesmo sobre a região do estabelecimento (e público-alvo da empresa), toda ajuda é bem-vinda. Dito isso, reservar parte da verba para essa esfera pode ser um diferencial de sucesso que transformará o seu negócio.
Se não for possível fazer esse tipo de investimento, o empresário recomenda o Sebrae por ser fonte de diversos serviços e informações para empreendedores, como cursos e consultorias, além de acesso a linhas de crédito.
“Se pegar os dados que existem por aí, o número de empresas que passam de um ou dois anos, ou chegam aos 5 anos de atuação, é muito pequena. Isso se dá porque falta esse alicerce importante no início, de validação de ideia, de entendimento, de saber se é só um fogo de palha ou realmente algo estruturado. É importante ter um bom alicerce de pesquisa, com uma boa empresa ajudando nessa consultoria, ou o próprio Sebrae, para a construção de uma planilha e encontrar parceiros que podem ajudar a dar um pontapé inicial”, complementa Miguel.
Leia também
Convenção da Ideatore Americas reforça compromisso com inovação e resultados
A 4ª edição do evento realizado pela Ideatore Americas reuniu também especialistas …
Multiplan celebra recorde de vendas e novos investimentos em Ribeirão Preto
Em expansão, os empreendimentos da Multiplan consolidam a cidade como polo estratégico …
A partir do essencialismo, é possível conquistar ‘tempo, saúde e dinheiro’
“Não é igual a ideia do minimalismo”, alerta o professor Bruno Andrade, …
LIDE incentiva o desenvolvimento de negócios na região
Com forte presença na região, o LIDE já deu início ao seu …